ANDRÉ CARNEIRO: O DA VINCI BRASILEIRO

terça-feira | 30 | setembro | 2008

Não existem muitos artistas como ele. Com 86 anos de idade André Carneiro parece ter a energia de uma criança de dois anos. Depois de Leonardo Da Vinci, André é o artista mais prolífico do qual você já teve notícia. Espere aí, Da Vinci fez cinema?

André foi escultor, hipnólogo, pintor, fotógrafo, cineasta, diretor de propaganda, comerciante, etc. Nem ele lembra todas as suas profissões. Foi o criador da pintura dinâmica e o primeiro fotógrafo artístico modernista do Brasil.

A prosa e a abordagem literária de André Carneiro apelam simultaneamente aos sentidos e ao intelecto, nas 27 narrativas deste livro. São contos e novelas que vão da ficção científica ao horror e ao suspense literário, todos narrando a intrusão do inusitado no cotidiano.

André foi escritor da primeira geração de ficção científica do Brasil. Ele publicou o primeiro estudo da América do Sul de ficção científica chamada de Introdução ao Estudo da Science-Fiction (1968).

Ganhou o título de primeiro fotógrafo artístico modernista do Brasil, com uma foto tirada em São Paulo. Do alto de um prédio ele fotografou os trilhos de bonde. Algo muito simples, mas uma expressão fotográfica do objeto pelo objeto mesmo. A foto foi exposta em Bienais e o direto de reprodução é vendido por um merchant nos EUA. A foto levou 50 anos para ser descoberta e seu direito de exibição passou a ser vendido em 2007 por U$ 500 a unidade. A foto também está exposta na renomada Take Gallery, em Londres.

Em literatura, André tem 17 livros publicados nas áreas da poesia, contos, romances e até livros técnicos sobre hipnose. Ele prefere dizer que é um poeta e não um escritor de ficção científica, pois diz que a ficção científica não é bem vista no Brasil.

Um de seus contos mais famosos, “Darkness”, a “A escuridão”, publicado em 12 países diferentes, e atualmente está sendo adaptado para o cinema. Darkness’ não só é um dos maiores trabalhos escritos na ficção científica, mas também da literatura mundial. Não é apenas ficção científica de ação superficial, mas literatura no seu melhor sentido. “André Carneiro merece a mesma audiência de um Kafka ou Albert Camus”, disse o escritor A. E. Van Vogt.

Como romancista, sua arte centra-se em um enfoque psicossocial, em que a crítica à estrutura vigente mostra-se sempre aguda e sutil.

Em 1949 André decidiu publicar um jornal literário na cidade de Atibaia-SP, sua terra natal. Seu pequeno jornal literário teve a apresentação de nada menos que Oswald de Andrade e, por este motivo começou em grande estilo.

“Sabe a ingenuidade do jogador que não sabe jogar poker e ganha?”, ele disse. “Como eu não conhecia, naquela época, a complexidade de se fazer um jornal literário no Brasil, eu fiz um e fui entrevistando todo mundo e, de repente, eu tinha colaboradores como o Graciliano Ramos e o Vinícius de Moraes. O primeiro time escrevia no meu jornal!”

Ele conta que a um ano atrás seu jornal re-publicado, em um único volume em formato de livro, com todas as edições de impressas de seu jornal, para a posteridade.

Acadêmicos já fizeram estudos e teses sobre a sua obra e, inclusive, há atualmente um estudante de mestrado escrevendo a sua tese sobre a obra de ficção científica de André.André possui vários contos publicados em livros do pelo mundo todo junto com autores como Arthur C. Clarke, H. G. Wells, Isaac Asimov. Muitos destes livros têm publicações recentes que podem ser encontrados nas livrarias. Sobre sua vocação como escritor, André disse:

“Eu comecei a escrever com 17 ou 18 anos porque eu tinha uma paixão ligada à importância do escritor, algo ligado à vaidade. Eu lembro que achava que ser escritor seria uma coisa extraordinária. Naturalmente que eu era um leitor e desde muito menino eu li bastante. Eu comecei a escrever em um jornal de Atibaia que critiquei falando que o jornal estava sem graça e que eu podia fazer melhor. Alguém da equipe do jornal disse ‘Faz, faz então, por favor’. Eu fiz umas piadinhas melhor do que aquelas lá, porque aquelas estavam muito ruins. Então o dono de outro jornal de uma cidade próxima, que dava notícias de Atibaia, pediu um artigo para mim e eu disse ‘Eu tenho um artigo’. Eu tinha três ou quatro artigos escritos a troco de nada e dei um para ele. Eu comentei isso com o editor de outro jornal e ele reclamou ‘Pô, você deu para o jornal de Bragança, porque não deu para mim?’. eu disse ‘Não é por isso, eu tenho outro aqui’, e dei para ele uma cópia. Saí com dois artigos no mesmo dia em dois jornais diferentes. Isso seguiu na minha vida. Eu nunca busquei editor, os editores sempre me buscaram. Por coincidência, eu não considero que foi porque eu seja muito importante.”

Ele conta que recentemente um editor insistiu que ele escrevesse um romance, e ele respondeu:

“Ah! Romance não. Eu tenho contos. E ele os levou para a editora e logo aprovaram o livro. De último momento eu escrevei mais um conto que gostei muito. Chama-se ‘O Mapa da Estrada’. [O problema é que] na última hora o editor que estava lá saiu da editora e outro camarada ficou lá tomando conta da edição. Então eu mandei este conto de 40 páginas e falei: ‘Olha, este conto estava aprovado também.’ Eu pensei: ‘Bom, é um golpe muito louco dizer que está aprovado’, mas deu certo. É uma loucura um livro de contos de 600 páginas, mas o dono da editora gostou.”

O próprio André enfeitou os originais com colagens. Todas foram publicadas no livro que é o maior livro de contos já publicado no mundo.

“Eu fiz muitas capas de livros de outros. Depois que saiu a notícia de que eu era o pioneiro da arte modernista, um editor me escreveu encomendando capas abstratas, eu peguei aquele quadro ali e tchín, tchín, tchín. Em 10 minutos tirei 20 fotografias, mandei e ele publicou em meia dúzia de livros com a minha capa.”

O quadro ao qual o André se refere é uma pintura dinâmica no qual camadas de água que parecem ter algum tipo de óleo insolúvel, de diferentes cores, se sobrepõe dentro de lâminas de vidro. O resultado é um quadro que muda de forma a cada segundo.

Em Amorquia é questionado o papel dos sexos na sociedade humana. Uma sociedade onde o amor exclusivo é uma doença. O tempo não existe e a maternidade é um detalhe irrelevante. O sexo é ensinado praticamente nas escolas. A fidelidade é o primeiro indício de insanidade

Dentro do apartamento do André qualquer um se sente na casa do Professor Pardal. Para todo o lado que você olha tem uma peça de arte que é um misto de tecnologia steampunk com todo o tipo de sucatas eletrônicas formando máquinas extremamente malucas, algumas até com aparência sinistra, que têm a simples função apenas de deleitar a vista de viciados em tecnologia.

André foi diretor de propaganda da Cacique Alimentos. Utilizou modelos como Emerson Fitipaldi, Pelé. Ele também ajudou a criar a marca Café Pelé.

Em 1969, quando dirigiu o “trabalho de campo” do maior Simpósio Internacional de Ficção Científica, chegou a assistir o filme ‘2001, Uma Odisséia no Espaço’ ao lado do próprio Arthur C. Clarke, no Rio de Janeiro.

Mas seu trabalho não se limita às suas artes. Vários escritores muito respeitados foram gestados nas oficinas de literatura que costumava dirigir em São Paulo. Hoje ele realiza as oficinas em Curitiba, onde reside atualmente. Quem tiver interesse envie um conto através de nosso email, que a edição encaminhará para o André avaliar a possibilidade da sua participação.

Como romancista, sua arte centra-se em um enfoque psicossocial, em que a crítica à estrutura vigente mostra-se sempre aguda e sutil.

André Carneiro começou a escrever quando era apenas um adolescente. Hoje com 86 anos não parou e não pretende fazê-lo. Atualmente está com um livro de dez contos pronto, esperando, como de costume, que uma editora bata na sua porta.

Logo, se tudo der certo, o Andre estará estreando também na internet com um de seus contos, aqui no HypeScience. Agradecimentos ao colaborador Mustafá Ali Kanso, um dos autores do livro ‘Proibido Ler de Gravata’.>> HYPERSCIENCE

 

 

 

 

 

 

 


A PORTO ALEGRE DE NINE

terça-feira | 30 | setembro | 2008


Imagine uma coleção de livros que tem como tema as capitais dos estados brasileiros. Para cada cidade um grande quadrinhista vai fazer uma viagem em textos e desenhos pelas ruas, bairros, praias, edifícios e pelo povo que habita o local. Um caderno de viagens unindo o talento do desenhista com as observações e impressões de uma visita a uma cidade que não é o local onde o artista vive ou habitualmente freqüenta.

Mas não precisa imaginar mais, pois esta coleção existe e acaba de lançar seu nono título: Porto Alegre, do argentino Carlos Nine, dentro da coleção Cidades Ilustradas da editora carioca Casa 21.

A coleção, que em 2001 começou com o Rio de Janeiro na visão do francês Jano, tem outros talentosos autores, como o espanhol Miguelanxo Prado, o inglês David Lloyd e os brasileiros Lelis e Guazzelli.

Neste volume, Nine, um dos maiores artistas gráficos de nossos tempos, inova mais uma vez. É o primeiro a criar personagens e um enredo para unir os diversos pontos da cidade apresentados ao leitor por uma… coluna de fumaça! que saiu da chaminé da antiga Usina do Gasômetro, agora desativada e transformada em um centro cultural.

Com comentários divertidos, a fumaça – que se chama Gilmar – percorre praças e avenidas de Porto Alegre e encontra em meio aos habitantes porto-alegrenses, outros personagens que habitam o mundo dos quadrinhos de Nine: porcos, patos, coelhos, pássaros. Todos estilizados e magnificamente desenhados.

Neste livro, Nine utiliza uma técnica de aquarela que deixa as imagens um pouco difusas, talvez vistas através da fumaça Gilmar, mas com cores luminosas que saltam à vista do leitor, como se a cidade estivesse banhada por um forte Sol de fim de tarde.

Com esse título, Cidades Ilustradas vai se firmando como um dos mais importantes projetos editoriais brasileiros, com um imenso valor cultural e que é uma iniciativa rara mesmo em outros países onde os quadrinhos e a memória recebem mais atenção do que aqui.

Boa viagem aos leitores que embarcarem nessa viagem às Cidades Ilustradas, e aguardem os novos roteiros que com certeza virão em breve.

Outros Nine
Para completar, vale destacar que dois novos livros de Nine foram lançados recentemente na França: Hommage À L’Arrière Cour e Fantagas 2 – Siboney.

Fantagas traz o inspetor Pernot e sua pensante poltrona Luis XV às voltas com Siboney, uma gata de corpo escultural, em uma cidade surrealista repleta de estranhos personagens. Já Hommage À L’Arrière Cour traz uma entrevista que percorre toda a vida do autor e é ilustrada com fotos, muitos desenhos e algumas imagens de esculturas e baixos-relevos.
>> TERRA MAGAZINE – por Cláudio Martini


SELECIONADOS DA 3ª MOSTRA CURTA FANTÁSTICO

terça-feira | 30 | setembro | 2008

Saiu a lista com os selecionados para a mostra competitiva da 3a Mostra Curta Fantástico que será exibida no Centro Cultural São Paulo e no CineFavela Heliópolis. (A programação estará em breve no site da Mostra).

Foram selecionados 52 curtas-metragens dentre 102. Bem mais do esperávamos!

O interessante foi receber inscrições de todas as regiões do país, de Belém/Pará à São Leopoldo/RS, foram vários os olhares sobre o fantástico

A maioria dos curtas foram do gênero fantasia, porém voltado para um realismo fantástico, poucos foram os que se embrenharam nas lendas e folclores regionais

O horror também tem bastantes representantes, do trash ao psicológico, o medo apareceu em várias faces e não será fácil para os jurados decidirem quem levará o melhor curta de horror</

A ficção científica parece que ainda é vista como uma produção que não sai por menos de alguns milhões, pois foram muito poucos os que se arriscaram por suas narrativas. Ótimos filmes inscritos que servirão de exemplo de que ficção científica não precisa de efeitos para ser produzida com sucesso

Bom, nós da Mostra Curta Fantástico gostaríamos imensamente de agradecer a participação de todos. Continuem criando, produzindo e experimentando o cinema e o fantástico. Ficamos muito felizes de receber um número tão alto de produções nacionais, pois é só praticando o cinema que se torna um bom cineasta

Parabéns a todos! Para ver a lista dos selecionados acesse o site da Mostra Curta Fantástico


CONHEÇA OS PERSONAGENS DE STARGATE UNIVERSE

segunda-feira | 29 | setembro | 2008


Conforme anunciado anteriormente, Stargate Atlantis será cancelada na sexta temporada e dará lugar a um longa-metragem e a uma nova série. O site norte-americano MovieHole.net teve acesso às descrições dos personagens de Stargate Universe, a série derivada de Stargate SG-1 e Stargate Atlantis.

Na lista de personagens divulgada, está o Coronel Everett Young, descrito como um homem bonito, de cerca de 40 anos e ex-líder de grupo do Comando Stargate. Ele é o comandante de uma base secreta fora da Terra. Tamara Jon é uma jovem médica de campo do Comando, com patente de capitão e bastante experiência, embora tenha dificuldade em tratar ferimentos graves. Outra mulher é a sexy Chloe Carpenter, a filha de um senador dos EUA, que sonha em seguir a carreira do pai, morto em um acidente.

Já Eli Hitchcock é o gênio da equipe, perito em todos os tipos de tecnologia. Socialmente deslocado, ele sofre de problemas com a auto-estima, pois sua inteligência nunca foi reconhecida. O Tenente Jared Nash é um jovem oficial, talentoso, mas ainda novato. Foi colocado em posição de comando antes de estar preparado e precisa lutar pelo respeito da tripulação e lidar com as diferentes personalidades ao seu redor. Por fim, o último nome do elenco fixo de personagens é Ron “Psycho” Stasiak, um fuzileiro grande, forte e silencioso, com um passado misterioso. Excelente em combate, ele tem problemas para controlar seu temperamento em momentos de paz.

Universe trará uma equipe de viajantes tripulando a recém-descoberta nave Destiny, que possui programação própria e levará seus tripulantes para cantos diversos do universo.

As filmagens começam dia 4 de fevereiro de 2009, em Vancouver, no Canadá.
>> HQ MANIACS – por Alexandre D´Assumpção

E para os fãs de Stargate, assista 10 minutos de um vídeo muito bacana:


LANÇAMENTO DO “ANUÁRIO BRASILEIRO DE LITERATURA FANTÁSTICA 2007”

segunda-feira | 29 | setembro | 2008


SÉRIE DESENHADA POR GABRIEL BÁ VENCE MAIS UM PRÊMIO NOS EUA

segunda-feira | 29 | setembro | 2008

“The Umbrella Academy”, que tem arte do brasileiro, venceu neste fim de semana o Harvey Awards na categoria melhor nova série

“The Umbrella Academy”, título em quadrinhos desenhada pelo brasileiro Gabriel Bá, venceu o Harvey Awards na categoria melhor nova série. Os vencedores foram definidos neste fim de semana em Baltimore, nos Estados Unidos. O Harvey -nome inspirado no cartunista Harvey Kurtzman (1924-1993)- é um dos prêmios de destaque da indústria norte-americana de quadrinhos. Perde apenas para o Eisner Awards. Os indicados e os vencedores das 20 categorias são definidos por profissionais da área.

Bá concorria também na categoria melhor desenhista. Mas o prêmio ficou com Frank Quitely, pelo trabalho feito em “Grandes Astros Superman”. O título com o homem de aço -que é publicado no Brasil pela editora Panini- ganhou em outras duas categorias: série regular e melhor história única (correspondente à edição número oito, já lançada por aqui).

A série “The Umbrella Academy” já havia conquistado o Eisner Awards, em julho deste ano. Escrita por Gerard Way, vocalista da banda My Chemical Romance, ganhou na categoria melhor minissérie (leia mais sobre a história neste link; e veja imagens aqui). Bá venceu também pela obra independente “5”, feita com o irmão, Fábio Moon, e com outro brasileiro, Rafael Grampá. Foi a vencedora na categoria melhor antologia (mais neste link). A série “Sugashock!”, desenhada por Moon, também venceu como melhor história digital.

Gabriel Bá concorre a mais um prêmio norte-americano, o “Scream 2008”, especializado em produções de horror. O paulista concorre nas categorias melhor desenhista e melhor história, “The Umbrella Acadamy: Apocalypse Stories”. O prêmio é promovido pelo canal Spike TV e será entregue no fim deste mês. Por terras brasileiras, Bá e Moon venceram nesta semana o Prêmio Jabuti na categoria álbum didático e paradidático de ensino fundamental ou médio (leia mais aqui). O prêmio foi pela adaptação em quadrinhos de “O Alienista”, conto de Machado de Assis.
>> BLOG DAS QAUDRINHOS – por Paulo Ramos


GRAFFITI 76% QUADRINHOS #17 – BUENA AVENTURA ESTÉTICA

segunda-feira | 29 | setembro | 2008

Coletânea mineira homenageia a Argentina traz surpresas do novo quadrinho independente nacional

A Graffiti é uma revista dedicada à publicação, difusão e experimentação das histórias em quadrinhos. Já foram lançadas, sempre de forma independente, 17 edições com cerca de 170 histórias de mais de 50 autores que fizeram da Graffiti referência no difícil cenário do quadrinho brasileiro.

Atualmente dois coletivos de quadrinhos contribuem de sobremaneira para alavancar a produção da arte seqüencial no Brasil. Um deles é O Contínuo, que lançou recentemente a ótima edição especial, Câncer. O outro é os mineiros do Graffiti 76% Quadrinhos (Graffiti, 84 págs, R$ 10), que chega à 17ª edição de sua coletânea independente. Nesta edição, o destaque é a homenagem ao quadrinho argentino, com a publicação de tiras do argentino Liniers, além de um artigo de Guazzelli.

Como uma das publicações de quadrinho nacional mais longevas, a Graffiti teve muito tempo para lapidar seu foco criativo e acertar em cheio seu público. Hoje, é referência quando se trata de avanços artísticos e narrativos. A revista também se mostra interessada em avançar por outros cenários, como literatura e artes plásticas. Tudo com uma coragem que só a independência poderia proporcionar.

Nesta edição, mais do que o experimentalismo e o bom argumento de algumas histórias, chama atenção a diversidade de formatos também. A revista apresenta dois cadernos internos, que fogem do padrão do papel couché, de todo o resto. O primeiro, em papel jornal traz um extenso artigo do artista Guazzelli sobre quadrinhos argentinos e o segundo, além de um hq no estilo stop motion de Caballero tem duas páginas para Liniers.

Hit na internet, Ricardo Liniers tornou-se fenômeno em seu país de origem e é aguardado com ansiedade por fãs no Brasil. A editora Zarabatana já anunciou que lança sua obra mais conhecida, Macanudo no final do ano. A Graffitti saiu na frente publicando HQs do artista e o melhor, na língua original, o espanhol. Liniers é dono de uma subjetividade que beira o mágico. O lirismo dos seus traços – que por vezes lembram uma tirinha infantil – é impressionante.

Mas não é só no pequeno aperitivo do argentino que se vale a nova Graffitti. Eloar Guazzelli, em sua história autobiográfica tendo como cenário Buenos Aires. Em 10 páginas, o autor gaúcho faz um tour sentimental retratando (des)encontros amorosos, ao mesmo tempo em que pontua momentos de sua carreira.

O trabalho de edição e de curadoria mantém uma boa regularidade das histórias, ainda que seja visível a qualidade de algumas em relação à outras, seja no traço ou mesmo no texto. João Pinheiro, estreando na Graffiti se arriscou e conseguiu um bom resultado na sua mistura de poesia e hq.
Poderia apenas trazer mais informações sobre os autores como fez com Liniers na penúltima página. Mas, são muitos os acertos nesta edição, que provoca no leitor uma estimulante aventura estética à cada página.
>> O GRITO! – por Paulo Floro

O primeiro volume de "Macanudo", de Liniers será lançado em outubro, no "HQ o Quê - 4º Festival de Quadrinhos da Fnac", em Pinheiros (SP), pela Zarabatana Books.


DEPOIS DE “CRESPÚCULO”, CHEGA AO BRASIL O SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE DE STEPHENIE MEYER “LUA NOVA”

sábado | 27 | setembro | 2008

O segundo livro da série de Stephenie Meyer chega ao Brasil neste sábado, 27 de setembro. As caixas, como a da imagem ao lado, já chegaram às livrarias mas só poderão ser abertas a partir da zero hora do sábado. As livrarias Saraiva e Cultura abrirão as caixas pela manhã.

Para o dia 4 de outubro, estão programados eventos simultâneos em 12 cidades do Brasil (veja a programação completa). Lua nova (Intrínseca, 480 pp., R$ 39,90 – Trad. Ryta Vinagre), primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times, continua a saga de Edward Cullen e Isabella Swan e já vendeu mais de 15 milhões de exemplares em 37 e países (veja a capa). Crepúsculo, primeiro livro da série, vendeu até agora 80 mil exemplares no Brasil e a tiragem inicial prevista para Lua nova é de 100 mil cópias.

A série reúne comunidades no Orkut que já ultrapassaram 15 mil membros, um dos sites de fãs registra mais de 300 mil visitas desde fevereiro de 2008 e o hotsite contabiliza mais de 21 mil acessos. O sucesso da série levou Stephenie a ser eleita pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo neste ano.

No Brasil, os dois últimos livros da série estão programados para 15 de janeiro de 2009 – Eclipse – e para o final do primeiro semestre – Breaking Dawn (aguardando título em português). E Stephenie Meyer não pára; lançou este ano, nos EUA, o romance The Host, que será lançado no Brasil também pela Intrínseca, no primeiro semestre do próximo ano. Aqui no PublishNews você baixa o PDF do primeiro capítulo de Lua nova.
>> PUBLISHNEWS – por Ricardo Costa


PERDIDO STREET STATION

sábado | 27 | setembro | 2008

O escritor inglês China Miélvillie inaugurou o subgênero literário chamado de New Weird com "Perdido Street Station".

Se conhece um pouco de história da arte, imagine um tríptico de Jeronimus Bosch. Um mundo onde cidades existem à sombra de esqueletos, coleópteros concebem esculturas de secreções coloridas e o prefeito pode, em momentos de crise, solicitar uma entre‐vista com o Inferno. Esse é o universo de New Crobuzon, uma urbe-estado com todos os (des)confortos da contemporaneidade e mais, muito mais.

O autor dessa colcha de retalhos pós-tudo é China Miéville (1972- …), um dos representantes britânicos do novíssimo subgênero batizado com o título pouco imaginativo de Weird Fantasy. Pouco imaginativo, sim, porque de que vale uma “fantasy” se não for “weird”?
O interessante, porém, no romance de Miéville, não é o quanto de surreal existe no cenário, mas como podemos nos identificar com os personagens apesar da overdose de ácido impressa nas páginas. Todos críveis, polidimensionais, mesmo que sejam xenianos – humanóides parcialmente insetos, vegetais ou pássaros -, cyborgues escravos da moda ou IAs zumbis que perambulam pelos depósitos de lixo.

Ao contrário da FC literária que nos acostumamos a ver por aí, não importam as origens dessas criaturas que habitam as páginas de Perdido Street Station, mas os dilemas, sonhos e frustrações de artistas, traficantes e inventores. E, claro, há uma busca para nortear a história.

História, não. Saga.

A trajetória do pesquisador Isaac Dan der Grimnebulin em busca das asas perfeitas com as quais pretende fazer um homem-pássaro mutilado alçar vôo, é prometéica. Como o titã grego, ele rouba inadvertidamente, é verdade, mas com resultados desastrosos — uma maravilha terrível, guardada a sete chaves pelo governo, que coloca em risco toda uma estrutura social parcamente equilibrada e até, de forma indireta, a vida da mulher (ou algo parecido) que ama.

Isaac acaba acorrentado a um destino trágico: é obrigado a reparar seu erro e viver na própria carne os dilemas dos meio-humanos. Enquanto empreende uma caçada desesperançada em busca de uma arma definitiva que elimine de vez a ameaça que foi liberada por suas próprias mãos, se vê como juiz e carrasco numa chacina onde a diferença entre puros e ímpios é desimportante.

Trata-se, enfim, da história do homem para quem a vontade de corrigir erros se confunde com a erosão do caráter.

Também é a história da artista presa pela integridade de seu trabalho. Uma fábula sobre a ilusão da honra e o dom de voar. E ainda é um conto sobre a morte de uma comunidade puída pelo crime e vício, imersa numa noite sem sonhos.
Pensando bem, Perdido Street Station não é um tríptico de Bosch.
É a esquina da nossa rua. MANDALA #2 – por Octavio Aragão – jul2004


A MÃO ESQUERDA DA ESCURIDÃO

sábado | 27 | setembro | 2008

Sinopse: Genly Ai é um enviado de Ekumen, uma federação de planetas, ao gélido planeta Gethen. Sua missão é conseguir que o planeta se una à coalizão galáctica. Therem Estraven, uma espécie de primeiro-ministro de Gethen, é a pessoa que fará a comunicação entre o governante e a federação. Contudo, o emissário é colocado em xeque, devido as suas crenças e às diferenças culturais, físicas e políticas dos habitantes do Planeta Inverno.

“Toda ficção é metáfora. Ficção-científica é metáfora.”
Ursula K.Le Guin

A Mão Esquerda da Escuridão (Aleph, 296 pgs., R$ 42,00) é um livro espetacular pela riqueza da narrativa e pela complexidade das discussões inseridas na história. Trata-se de um dos mais importantes romances da década de 1960, vencedor de dois grandes prêmios: o Nebula em 1969 e o Hugo em 1970.

O romance de ficção-científica, de Ursula Kroeber Le Guin, possui uma qualidade única no gênero, usando a mitologia, a psicologia e a sociologia numa lúcida especulação sobre um mundo que recebe pela primeira vez a visita da humanidade milênios depois da colonização.

Os habitantes do Planeta Inverno, outrora humanos, desenvolveram modificações em sua estrutura sexual se tornando andróginos e podendo escolher em certas épocas – chamada de kémmer- os caracteres masculino ou feminino.

A autora é um dos poucos do gênero que obteve respeito da crítica literário fora da ficção-científica. Seu estilo narrativo e o uso, sobretudo, da FC como ferramenta especulativa são as características que a fizeram ganhar a consideração da crítica. Como na frase “Toda ficção é metáfora”, citada acima, onde Le Guin completa dizendo que a ficção-cientifica é o uso de novas metáforas, e seus romances são transposições dos problemas reais que permeiam nossa sociedade a mundos inimagináveis, convertidos em cenário de estudo para essas novas metáforas.

Graças provavelmente a acertada forma como é colocada os pontos de vistas dos dois personagens principais, A mão esquerda da escuridão é um romance vívido, cheio de contrastes. Le Guin lança os personagens Ai e Estraven a uma fuga em um mundo glacial, não fugindo de um antagonista, mas de uma situação estabelecida. Não há inimigos, mas sim a própria realidade de um planeta gélido, cujas nações usam e abusam do desconhecimento do visitante.

Durante a fuga dos personagens através dos desertos gelados do norte, a autora produz a compreensão mútua entre os dois protagonistas e o leitor, de que cada um é representante de seus respectivos modelos sociais.

O leitor acompanha, então, a travessia do enviado e do diplomata, as intrigas políticas, a distopia burocrática dos governos antagônicos, a luta pela sobrevivência em um ambiente tão inóspito e a inevitável aproximação entre os dois indivíduos e suas causas.

A abordagem da exímia escritora em dar uma nova perspectiva à divisão homem/mulher e ao instinto sexual é um interessante estudo metafórico de nossa sociedade. Uma narrativa com uma mensagem clara: a diferença entre os dois sexos só existe nos olhos daqueles que não distinguem o único ser que somos: humano.

A escritora norte-americana Ursula K. Le Guin é um dos maiores nomes da ficção científica mundial. Seus trabalhos já foram adaptados para a televisão, para o cinema e até mesmo para o universo da animação. Vencedora de mais de 50 prêmios literários, também é poetisa, ensaísta e autora de livros infantis. Além de A mão esquerda da escuridão, é conhecida por obras como Os despossuídos, o ciclo fantástico Terramar e o infanto-juvenil The farthest shore, além de ter sido indicada ao Pulitzer pelo livro de contos Searoad.

Nessa nova edição, ressaltemos o trabalho da editora Aleph em trazer esse clássico da FC. Bem diagramado, a capa em branco gelo, encanta, e a tradução dá os nuances que escaparam da antiga edição.

Uma narrativa magnífica, com uma linguagem expressiva, tão ampla que podemos dizer que foi forjada por uma mestra sensível. Como certo crítico diz em sua análise sobre a obra de Le Guin: um conto de fadas para adultos que ainda não deixaram de sonhar. Vale a pena ler. >> HOMEM NERD – por Cadorno Teles


A MÃO QUE CRIA E DESTRÓI MUNDOS

sábado | 27 | setembro | 2008

Antes de começar a falar sobre A Mão que Cria, espero que o leitor tenha a indulgência de me acompanhar por um ou dois parágrafos de name dropping, sem nenhum outro propósito que não o mais puro exibicionismo intelectual. Como, além de exibido, eu sou elitista, não vou falar dos inevitáveis Baudrillard, Deleuze, Barthes e outros mela-cuecas dos pós-modernetes. Em vez disso, prefiro citar três críticos norte-americanos contemporâneos, não tão cotados (mas também não tão rabugentos) quanto Harold Bloom, mas que têm umas coisinhas interessantes a dizer. Com alguma sorte e outro tanto de boa vontade, pode até ser que forneçam alguns balizadores úteis para quando, depois de muita enrolação e argumentos tortuosos, finalmente chegarmos ao coração da matéria, que é o primeiro romance de Octavio Aragão (oxalá cheguemos lá!).

O primeiro deles é McHale, Brian McHale (está escrito na plaqueta), que, em Postmodernist Fiction, lança uma tese curiosa – a de que a literatura modernista está para o pós-modernismo assim como o romance policial está para a ficção científica. Segundo McHale, tanto o romance policial quanto o modernismo se concentram em questões epistemológicas ou, mais exatamente, em uma questão epistemológica (por acaso, a mesma formulada por Pilatos há dois mil anos): que é a verdade? Como podemos determiná-la? E, mais importante ainda, é possível determinar o que é a verdade? Se o detetive clássico, sherlockpoirotiano, sempre respondia a essa pergunta com um sim triufante (da mesma forma que o romancista do sec. XIX estava crente de ter apresentado um retrato fiel e objetivo da realidade), o modernismo de um lado e o romance noir do outro trataram de problematizar essa certeza ingênua, enterrando a verdade sob uma camada grossa e praticamente impenetrável de distorções subjetivas. Mas nem Faulkner, nem Chandler jamais questionaram que existe uma verdade objetiva, uma boa e sólida realidade concreta, por detrás de todas as distorções.

É esse questionamento que marca a guinada pós-modernista. A partir de Beckett (que McHale considera um autor de transição entre os dois períodos), o eixo se desloca da epistemologia para o terreno ontológico. Contrariando o lema de Mulder, a verdade não está lá fora, esperando ser desvendada ou escapulindo das nossas tentativas de desvendá-la. O mundo torna-se algo que precisa ser criado. O autor deixa de ser um detetive para se converter num demiurgo, e a escrita, em vez de ser um instrumento de decifração, passa a ser uma ferramenta de construção da realidade. O romance policial não serve mais como parâmetro para esse tipo de literatura. O pós-modernismo precisa de um novo paradigma, e McHale vai buscá-lo na ficção científica, com sua ênfase no world building e no what if como plot devices – tá, três anglicismos numa talagada só é uma espécie de recorde negativo, mas que culpa tenho eu se essas expressões costumam ser empregadas em inglês?

O leitor mais atento vai observar que, em última análise, toda obra de ficção (científica, não-científica, clássica, modernista, pós-modernista e o diabo a quatro) é sempre uma realidade construída pelo autor. Mesmo quando o romance proclama aos quatro ventos que foi Inspirado em Fatos Reais, como aqueles filmes que costumam passar na Sessão da Tarde. Mesmo que o escritor seja tão hiperdetalhista que não se esquive nem de descrever o cheiro da bosta dos cavalos nas ruas de Dublin num 16 de junho do século passado. Na melhor das hipóteses, trata-se de um simulacro da bosta dos cavalos, um simulacro que só existe nas e pelas palavras do autor. A ficção é sempre e necessariamente um ato de world building, e se McHale está certo em apontar o world building como a característica essencial da ficção científica, então um certo autor que nos concerne de perto aqui está coberto de razão quando diz que tudo é ficção científica. Mas, por outro lado, isso cria um problema: nesse caso, o que é que distingue a literatura pós-moderna das demais? O que nos traz ao segundo crítico que eu queria citar.

Não foi Patricia Waugh quem criou o termo metaficção. O mérito cabe ao romancista norte-americano William H. Gass, em um ensaio do início da década de 70. Mas foi Waugh quem se dedicou a explorar consistentemente o conceito e suas implicações, e Metafiction – The Theory and Practices of Self-Conscious Fiction ainda é o livro de referência sobre o assunto, aquele a que todo mundo recorre, cita e mete o cacete quando acha que essa coisa de “metaficção” já deu o que tinha que dar.

Eu não acho.
Como o subtítulo do livro já entrega, metaficção é uma obra que se assume como ficção. Todo escritor paira sobre o tohu-va-bohu da página em branco e cria seu próprio mundo, geralmente com retalhos de outras obras que o influenciaram (repito, porque é importante: geralmente com retalhos de outras obras que o influenciaram). Mas, dentro do paradigma da ficção realista, ele é obrigado, ou se obriga, a fingir que não. É um mundo de faz-de-conta, mas o autor faz de conta que é o mundo. Todos os esforços são envidados para dissimular o caráter factício da criação literária, a fim de gerar o que Coleridge chamava de “suspensão voluntária da descrença” – a boa vontade do leitor em fingir que acredita no que tanto ele quanto o autor sabem que não passa de um simulacro feito de palavras.

Existe um motivo para essa dissimulação consentida, claro. É ela que permite ao leitor projetar elementos de sua própria psique sobre as estruturas narrativas e identificar aspectos inconscientes de si mesmo com os personagens, o que é um dos principais motivos pelos quais a ficção (sob qualquer forma ou veículo) ocupa um papel tão importante na vida das pessoas. Isso já está implícito na própria palavra grega para “entretenimento”, psicagogia, que, cacófatos à parte, quer dizer literalmente “o que conduz a alma”.

Mas alguns autores começaram a se perguntar se esse pacto – que o escritor e teórico John Gardner chamava de sonho ficcional – é a única maneira possível de “conduzir a alma” por meio da ficção. Gardner era irredutível em sua convicção, compartilhada por um bocado de gente que ganha a vida escrevendo, de que fazer o leitor se lembrar de que está lendo uma obra de ficção quebra o sonho ficcional e expulsa o cabra para fora da história, mais ou menos como perceber que se está sonhando costuma fazer o sujeito acordar, frustrado. Mas existe um tipo de sonho, os sonhos lúcidos, em que a pessoa sabe que está sonhando e, mesmo assim, continua a sonhar. E os sonhadores lúcidos garantem que é uma experiência muito mais interessante e enriquecedora do que o sonho convencional, que se faz passar pela realidade. No budismo tibetano, inclusive, é uma das técnicas usadas para conduzir à iluminação, fazendo-nos perceber que o mundo mesmo não passa de um sonho ilusório.

Pois a metaficção é o equivalente literário dos sonhos lúcidos: “Metaficção”, diz Waugh, “é um termo atribuído à escrita ficcional que, de modo autoconsciente e sistemático, chama atenção para seu status como artefato, a fim de questionar a relação entre ficção e realidade. Ao apresentar uma crítica de seus próprios métodos de construção, tais escritos não só examinam as estruturas fundamentais da ficção narrativa, eles também exploram a possível ficcionalidade do mundo fora do texto literário ficcional.”

Meu coração phildickiano bate feliz quando lê coisas como essa.
Para atingir esse objetivo, os metaficcionistas criaram ou deglutiram todo um arsenal de técnicas, a maioria das quais baseada na metalinguagem. Não vou fazer um inventório de todas, porque foi para isso que Waugh escreveu um livro inteiro. Mas quatro delas são particularmente importantes para o nosso tema (que, caso você já tenha esquecido, é o primeiro romance de Octavio Aragão, A Mão Que Cria): a intertextualidade, a mistura de personagens reais e fictícios, a paródia (ou pastiche) e o uso de formas “populares” (quadrinhos, romance policial, ficção científica, etc).
Intertextualidade é um palavrão que os críticos adoram e sempre mencionam com um ar de reverência transcendental. Mas o significado é muito simples: é quando uma obra cita ou emprega personagens, cenários e situações de outra. Tem esse nome porque, com isso, cria-se um diálogo entre os textos.

Paródia e pastiche não são exatamente a mesma coisa, mas quase. Em ambos os casos, trata-se de uma imitação consciente e deliberada de um outro autor, de um estilo, das convenções de um gênero ou de um repertório específico de imagens. A diferença é que o pastiche é quase sempre escrito como uma homenagem, enquanto a paródia tem intenções críticas ou satíricas. Quer dizer, a paródia tem um viés irônico, muitas vezes sarcástico, que está ausente do pastiche. Mas, na prática, nem sempre é fácil distinguir um do outro, e paródia e pastiche volta e meia se misturam numa alegre hibridização carnavalesca.

Lours McKenzie, o protagonista de "A Mão que Cria", no traço do quadrinista e ilustrador J. J. Marreiro.

Um caveat importante: na linguagem coloquial, costumamos empregar “paródia” e “pastiche” num sentido pejorativo. No universo da crítica, porém, são duas técnicas importantes, centrais mesmo na prática da literatura modernista e pós-modernista. Para se ter uma idéia, os capítulos de Ulysses são pastiches de diferentes estilos literários, e os romances de Thomas Pynchon são todos paródias. De fato, boa parte da literatura contemporânea é feita de pastiches e paródias, muitas vezes de gêneros literários que os críticos de nariz empinado costumam classificar como “menores” – policial, terror e nossa tão vilipendiada ficção científica. Como de vez em quando até existe justiça no mundo, uma das consequências desses pastiches foi obrigar os críticos a olharem esses gêneros mais de perto, fazendo com que alguns deles – não todos (só os mais inteligentes) – percebessem que não existe nada de “menor” nessas formas de literatura.

A mistura de personagens reais e fictícios é a mistura de personagens reais e fictícios.
Metaficção é um conceito que se mostrou bastante útil para se pensar uma parte significativa da literatura contemporânea. Mas, sendo a cabeça dos críticos como é, toda movida por operadores binários (se a então não-b), logo se caiu num dualismo simplório entre, de um lado, obras metaficcionais autoconscientes e, do outro, narrativas realistas, preocupadas em contar uma história e fazer um comentário relevante sobre o mundo. Se um autor fazia parte do primeiro grupo, necessariamente estava excluído do segundo, e vice-versa. Foi quando nossa terceira crítica, Susan Strehle, levantou-se indignada, mandando parar com a putaria. Em Fiction in the Quantum Universe, Strehle lista uma série de autores claramente identificados pelos críticos como “pós-modernistas” – capitaneados por Thomas Pynchon e Donald Barthelme – e que, no entanto, não se deixam reduzir à bitola estreita que opõe a metaficção ao sonho ficcional: “Rompendo a dualidade falsa e restritiva entre realismo e anti-realismo, esses autores pós-modernos conseguem obter uma fusão original que transforma ambas as linhagens de sua herança literária.”
Strehle segue argumentando que a ficção pós-modernista procura aderir a uma concepção da realidade mais compatível com a visão de mundo produzida pela física contemporânea, uma tese interessante que ela desenvolve com altos e baixos, mas que não tem rigorosamente nada a ver com o peixe que estamos vendendo, de modo que, coitada, a participação dela acaba por aqui.

Finalmente, Foucault.
Eu sei, eu sei, eu sei. Foucault é um dos mela-cuecas dos pós-modernetes que eu prometi deixar de fora. Juro que fiz o possível para manter os pós-estruturalistas bem afastados destas maltraçadas, mas o que eu posso fazer? Esses malditos franceses são insidiosos e têm um jeito todo próprio de se insinuar subrepticiamente, feito um nevoeiro (que é como T. S. Eliot descrevia o estilo pré-pós-estruturalista de Montaigne, que levava Pascal à loucura).

E o que Foucault insinua subrepticiamente – feito um nevoeiro, pois não? – são as heterotopias. Numa definição sucinta, as heterotopias são espaços, reais ou imaginários, que justapõem elementos normalmente considerados incongruentes ou onde diferentes planos de realidade convergem sem nenhum tipo de ordenação hierárquica. Por exemplo, um romance no qual personagens reais e fictícios convivem lado a lado é uma heterotopia. Uma história que reúne personagens provenientes de diversas obras criadas por autores diversos, mais ainda. As heterotopias literárias normalmente se passam em um tempo e espaço míticos, e Foucault insinua que talvez o próprio mito possa ser considerado como uma heterotopia primordial, do tipo que ele classifica (por razões que não vêm ao caso, mas que são de ordem iniciática) como heterotopias de crise. Na literatura brasileira, a heterotopia por excelência é o Sítio do Picapau Amarelo, que apresenta todas essas características ao mesmo tempo.

Dois pontos que Foucault levanta são particularmente interessantes para nós. O primeiro é que ele opõe as heterotopias explicitamente às utopias e implicitamente às distopias, “posicionamentos que mantêm com o espaço real da sociedade uma relação geral de analogia direta ou inversa”. Elas são “a própria sociedade aperfeiçoada” (ou piorada, no caso das distopias) ou “o inverso da sociedade”. Já com as heterotopias, percebe-se, o buraco é mais embaixo e a relação com o suposto mundo real não é simétrica. Em vez de apenas amplificar ou reverter as representações que fazemos do mundo, a heterotopia desarticula seus elementos e os insere numa configuração totalmente nova. Fosse Foucault um alquimista e poderia dizer que a heterotopia solve et coagula.

Eu falei “suposto mundo real”, e não foi por acaso. Porque o segundo traço das heterotopias, que nos conduz direto e reto de volta à metaficção, é seu “papel de criar um espaço de ilusão que denuncia como mais ilusório ainda qualquer espaço real, todos os posicionamentos no interior dos quais a vida humana é compartimentalizada”.

Tá certo, dirá o leitor impaciente, tudo isto é muito bacana (ou não), mas quando é que você vai chegar ao que realmente interessa? Quando é que vai começar a falar sobre A Mão Que Cria? Bem, talvez seja hora de uma pequena confissão. Eu menti quando disse que pretendia fazer um exercício de name dropping. Seria mais correto dizer que foi um exercício de name undropping. Porque a verdade é que, até agora, enquanto fingia estar falando de McHale, Waugh e Strehle (e Foucault, que acabou entrando como Pilatos no Credo), não fiz outra coisa senão falar sobre A Mão Que Cria.

Se você leu o livro, e sendo o cara esperto que é, já deve ter percebido isso. Se não leu, está esperando o quê, menino? Vá ler já! Depois, não quero ninguém reclamando de spoilers!

Porque, sim, spoilers haverá e, para discutir o princípio de composição do livro, é preciso entregar de cara seu maior segredo, um segredo tão ominoso que o próprio autor se furta a declará-lo, limitando-se a apontar para ele por meio de alusões veladas e referências indiretas. E o segredo é simplesmente este: Octavio Aragão é um pseudônimo. Por trás dele, esconde-se a figura inominável do dr. Victor Frankenstein.

Todo mundo conhece a história. É um dos mitos de criação da (pós-)modernidade. Conta como o dr. Frankenstein criou uma nova vida reunindo e costurando pedaços de outros corpos, ressuscitando-os com a poderosa centelha de um relâmpago criador. Pois foi exatamente assim que Aragão construiu seu romance: com fragmentos de outras histórias, personagens descontextualizados, recontextualizados e animados por uma centelha criadora que os trouxe novamente à vida e que – com a devida vênia a Barthes e Foucault, cuja genialidade não os impedia de eventualmente mijar fora do penico – só se pode chamar de autoral.

E aqui temos, de uma pernada só, todos os conceitos que introduzi no início desta (im)pensata. A Mão que Cria é um romance de ficção científica pós-moderno que empreende a construção de um espaço (world building) composto pela reunião de elementos heterogêneos (heterotopia) e que se assume, da primeira à última página, como uma obra de ficção autoconsciente (metaficção). Escrito num registro que oscila entre a paródia e o pastiche (repetindo, para não deixar margem a dúvidas: no sentido técnico desses termos, sem nenhuma conotação pejorativa, muito pelo contrário), recruta seu elenco nos grandes clássicos da ficção científica e da aventura, especialmente do século XIX e primeira metade do século XX, com eventuais empréstimos de outros gêneros e linguagens – há, por exemplo, uma horda de zumbis que migraram dos filmes de George Romero diretamente para as páginas do livro. Dessa forma, a galeria de personagens – às vezes com seu próprio nome, às vezes disfarçados, outras vezes substituídos por um duplo (como o filho de Axel Liddenbrock, o protagonista de Viagem ao Centro da Terra, de Verne) – forma um verdadeiro quem-é-quem da cultura pop. A intertextualidade é o princípio de composição e o eixo estruturante de A Mão Que Cria, que dialoga não só com outros textos, mas também com a História-com-H-maiúsculo, aquela que fomos condicionados a acreditar que se opõe a ficção. Em consequência, a realidade consensual é profundamente desestabilizada pela inserção de elementos ficcionais.

Mais do que um ponto de divergência, a eleição de Júlio Verne como primeiro presidente da França em 1886 é emblemática da proposta do livro. Verne, H. G. Wells e Mary Shelley foram os primeiros autores de ficção científica propriamente dita e formam as coordenadas de A Mão Que Cria. Foucault fez a gentileza de nos informar que as heterotopias se opõem tanto às utopias quanto às distopias, e é disso mesmo que trata o romance: o universo heterotópico de A Mão Que Cria dramatiza o conflito entre as utopias tecnológicas de Verne e as distopias científicas de Wells (especialmente A Ilha do dr. Moreau), com a sombra de Mary Shelley pairando nas entrelinhas, como um espectro rondando as páginas do livro. Haveria muito o que dizer sobre esse espectro, mas não vou falar nada porque, afinal, spoilers têm limite.

Estilisticamente, Octavio Aragão filia-se àquele time de autores mencionados por Strehle e que apostam todas as suas fichas na convicção de que é possível fazer metaficção sem romper com o sonho ficcional. No caso de Aragão, a aposta é plenamente bem-sucedida.

De acordo com o bitolamento dos críticos, a operação intelectual necessária para decodificar as referências bloquearia a capacidade do leitor de se entregar à suspensão voluntária da descrença, tornando difícil que ele se deixasse absorver pela história. Essa dificuldade seria diretamente proporcional à densidade das referências, gerando uma espécie de buraco negro às avessas: uma vez ultrapassada a massa crítica, em vez de atrair o leitor para dentro de seu universo, a obra o expulsaria violentamente. Com uma metralhadora giratória de referências e citações, explícitas ou implícitas, o leitor de A Mão Que Cria é lembrado praticamente linha a linha de que está lendo uma obra ficcional. Se a equação simplória dos críticos fosse verdadeira, a história não funcionaria nem à base de promessas a Santo Expedito.

E no entanto.
O erro desses críticos – que, como boa parte das pessoas de formação humanista, costumam ser de uma ignorância crassa em matéria de ciências – é achar que a decodificação das referências é uma operação intelectual. Não é. A percepção de semelhanças e a identificação de analogias são funções do hemisfério direito do cérebro. De fato, o reconhecimento de padrões é a base da própria lógica do hemisfério direito. Acontece que é essa mesma capacidade de reconhecer padrões que transforma uma coleção de fatos atomizados em uma história, uma estrutura narrativa. Experiências de EEG mostram que, quando uma pessoa lê uma história, a atividade do hemisfério direito se intensifica e, reciprocamente, uma das habilidades comprometidas por uma lesão no hemisfério direito é a capacidade de compreender narrativas.

Além disso, o que John Gardner chamou de sonho ficcional, traduzido em linguagem de gente, quer dizer que o cérebro do leitor traduz o que está lendo em uma série de imagens que se desenrolam como um filme na cabeça dele. Puxando a sardinha para a minha brasa, o texto escrito funciona como um roteiro, uma série de instruções que o cérebro usa para gerar uma representação espacial, uma cena. E ganha um doce quem adivinhar em que parte do cérebro essa cena é construída.
Em outras palavras, captar uma referência, perceber a Gestalt de uma história e criar uma cena mental ativam exatamente a mesma parte do cérebro. (Para os que gostam de exatidão: essa parte é o hipocampo do hemisfério direito, responsável tanto por estabelecer correlações entre percepção e memória quanto por gerar representações espaciais.) Ou seja, se forem bem trabalhadas, as referências não só não interrompem o sonho ficcional como, pelo contrário, contribuem para reforçá-lo.

E Octavio Aragão maneja as referências com mão de mestre.
Um dos motivos pelos quais o romance funciona tão bem é o ritmo vertiginoso da narrativa. Todo esse papo de “intertextualidade”, “metaficção” e o caramba a quatro pode dar a impressão de que A Mão Que Cria é um exercício de punhetagem intelectual, mas basta o primeiro parágrafo do prólogo para dissipar o equívoco:

Quatro homens morreram sem saber o que acontecia. A lâmina desceu de algum ponto das sombras e degolou-os em dois movimentos. Um semicírculo à direita, outro à esquerda. Morreram em silêncio, respeitando a catedral de Notre Dame.

Não conheço nenhum outro autor na ficção científica brasileira capaz de descrever tão bem cenas de ação, combinando uma economia espartana de meios com uma capacidade de visualização que, em alguns momentos, chega a adquirir intensidades quase alucinatórias. É bater o olho nas primeiras linhas para entrar num turbilhão que nos arrasta por quase um século de história, com idas e vindas no tempo e uma proliferação de tramas que, no início, causam uma sensação desorientadora de estranhamento. Mas o estranhamento é estratégico e, aos poucos, à medida que as peças do mosaico vão se encaixando, adquirem sentido e formam a Gestalt da história: o confronto entre as forças desencadeadas por duas criaturas super-humanas que, devotos de São Teófilo, decidiram tomar o destino nas mãos e moldar o mundo a sua imagem e semelhança.

Deles é a mão que pune. De Octavio Aragão é a mão que cria
>> INTEMPOL – por Lúcio Manfredi


II ENCONTRO “FANZINES NAS ZONAS DE SAMPA” (SP)

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

II Encontro das turmas que participaram das oficinas de Histórias em Quadrinhos de 2008

Dia 27 de setembro de 2008, das 13h às 18h

Atividades:

Exposição dos trabalhos

Mesa de RPG com algumas histórias com o Grupo Megacorp

Relatos das experiências – professores e alunos

Bate-papo sobre quadrinhos com:

Tema: IMAG (Instituto do Memorial das Artes Gráficas do Brasil) e prêmio HQMIX
João Gualberto Costa – é um dos grandes articuladores das atividades relacionadas ao desenho no Brasil. Exerceu as funções de diretor de arte, jornalista – com passagem pelos principais jornais e revistas de São Paulo e diretor-presidente do Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil (IMAG). Gual, como também é conhecido, produziu vários documentários, organizou salões, festivais e eventos de humor e quadrinhos, foi responsável pela curadoria de diversas mostras e exposições além de ministrar cursos de artes gráficas. Publicou os livros “A História do Futebol no Brasil através do Cartum” – Editora Bom Texto e “Os Quinze de Piracicaba” (IMESP). Organizador e criador, em parceria com Jal, da principal premiação de quadrinhos do
país, o HQMix.

Tema: Prêmio Fnac Novos Talentos – quadrinhos; Festivais Internacionais de Humor e Quadrinhos e prêmio HQMIX
Silvio Alexandre – criou e dirigiu várias coleções de literatura fantástica como a Coleção Zenith e a Coleção Star Trek, da editora Aleph, além do selo Unicórnio Azul, da editora Mercuryo. Foi editor executivo da Devir Livraria, especializada em livros de RPG [Role Playing Game], fantasia, ficção científica, horror e quadrinhos. Também foi gerente de marketing da Conrad Editora e da Pixel Media, empresas especializadas em quadrinhos. Atuou como jurado em Festivais de Humor e Quadrinhos. É organizador do “Fantasticon – Simpósio de Literatura Fantástica”, e dos Festivais de Quadrinhos da Fnac, em São Paulo, Brasilia e Curitiba. É membro da Comissão Organizadora do Troféu HQMix, o principal prêmio dos quadrinhos no Brasil. É curador do Prêmio Fnac Novos Talentos – Quadrinhos.

Tema: Fanzine & Revista Independente de Quadrinhos
Nobu Chinen – é publicitário e professor de Comunicação. Pesquisador de Histórias em Quadrinhos e membro do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP, além de co-autor de livros sobre quadrinhos e colaborador do site UniversoHQ.
Participação especial do Grupo Confraria das Idéias – o que é RPG, modalidade Live Action

Distribuição dos fanzines produzidos pelos participantes e dos certificados.

Local: Biblioteca Monteiro Lobato
rua General Jardim ,485 – Vila Buarque – Centro, próximo do Sesc Vila Nova, da rua da Consolação – metrô República. tel.: 3256-4122.

Projeto “FanZines nas Zonas de Sampa 2008”

Oficinas de Histórias em Quadrinhos

“FanZines nas Zonas de Sampa” é um projeto da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas iniciado em 2006, que consiste na realização de oficinas onde são ensinadas as técnicas utilizadas para se fazer Histórias em Quadrinhos e tem como objetivo levar ao público uma linguagem que desenvolve e estimula a criatividade para o desenho, para a escrita e para a leitura.

O projeto conta também com o blog FanZines nas Zonas de Sampa com o intuito de facilitar a comunicação entre os participantes das oficinas e despertar o interesse pelo mundo das HQs. Todos estão convidados a contribuírem com suas idéias, sugestões e críticas. Participe, incluindo suas histórias!

Em seu terceiro ano, o projeto desenvolveu oficinas de abril a junho direcionadas para conhecimento das técnicas de criação e desenvolvimento de personagem, história e roteiro. De agosto a setembro, as oficinas serão orientadas para a elaboração e produção de um fanzine abordando temáticas diversas: música, teatro, cinema, literatura, cultura popular, cidadania (ECA e Direitos Humanos), e outros assuntos que sejam de interesse dos participantes.


DESENHISTA ARGENTINO LINIERS VIRÁ AO BRASIL EM OUTUBRO

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

Capa da edição nacional de "Macanudo", uma das tiras mais populares da Argentina atualmente

O desenhista Liniers, um dos mais populares da Argentina atualmente, vai estar em São Paulo no mês que vem. Ele irá participar de dois eventos da área de quadrinhos, ambos no dia 22 de outubro. Um é na HQMix Livraria, no centro da cidade. Liniers é um dos convidados das comemorações de um ano da livraria.

Em tese, ele irá lançar no local o primeiro álbum da série “Macanudo”, tira cômica que ele publica diariamente no jornal “La Nacion”, de Buenos Aires. A cautela sobre o lançamento no dia 22 é porque o álbum ainda não está pronto. A Zarabatana, editora da obra, disse na tarde desta quinta-feira que o título está em processo de revisão e que – “tudo indica” – será impresso até o evento. A produção foi antecipada por causa do evento. A idéia inicial da editora era publicar o primeiro volume de “Macanudo” mais à frente.

A Zarabatana é uma das que está patrocinando a vinda do desenhista, que já lançou seis álbuns na Argentina, cinco deles com tiras de “Macanudo” (o primeiro é de 2004). A viagem de Liniers é bancada também pela HQMix Livraria e pela rede Fnac. A participação da Fnac é porque o desenhista é um dos convidados do “HQ o Quê”, festival de quadrinhos promovido pela livraria que já está na quarta edição. É o outro evento que pautou a vinda dele ao Brasil.

Liniers participa no “HQ o Quê”, na Fnac, no dia 22, às 19h. Nos demais dias, os debates têm início no mesmo horário.

Na segunda, dia 20, o jornalista Gonçalo Junior e a pesquisadora Sonia Bibe Luyten discutem a importância do Samurai, personagem de Claudio Seto, tido como o pioneiro do mangá nacional.

Na terça-feira, serão divulgados os vencedores do Prêmio Fnac Novos Talentos. Na quinta, o debate é com os autores independentes do grupo Quarto Mundo.

Na sexta-feira, o tema é “as atuais mudanças e transformações dos quadrinhos no Brasil”. Participam da mesa editores da HQM. No sábado, haverá oficinas a partir das 12h.

Todas a programação vai ocorrer na unidade Pinheiros da Fnac (av. Pedroso de Morais, 858, em São Paulo). A entrada é franca.

Clique aqui para ler mais sobre a trajetória de Liniers.
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos


OFICINA: A HISTÓRIA DAS SÉRIES DE TV AMERICANAS

sexta-feira | 26 | setembro | 2008


Em outubro iniciam as aulas para a 3ª Oficina de Séries de “TV: Emoções em Episódios” que ministro no Planeta Tela na Vila Mariana em São Paulo. A Oficina começa no dia 9 de outubro e encerra no dia 6 de novembro com um total de 5 aulas, com início às 19hs e término às 23hs.

Nas aulas veremos a origem das séries televisivas, sua trajetória através das décadas e dos gêneros, as mudanças de estruturas, evolução de abordagem dos temas, as diferenças técnicas, os problemas com a censura e com a influência dos patrocinadores; a derrubada dos temas tabus, as influências culturais e da TV a cabo e as principais séries de cada época. Cada aula abordará uma década, iniciando nos anos 50 e finalizando nos anos 90. A década atual servirá apenas para referências visto que não é possível ainda analisá-la em função dela ainda não ter terminado.

Imagens das séries trabalhadas serão apresentadas como material de apoio. Não será entregue material em aula. O aluno deverá anotar toda informação que considerar importante.

Para maiores informações e matrícula, clique aqui.


CONSTANTINE POR GRAMPÁ

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

Rafael Grampá lança – finalmente – no Brasil “Mesmo Delivery” (Desiderata) na próxima quinta-feira, dia 2 de outubro, em São Paulo. Será na Livraria Pop, em Pinheiros, a partir das 19h. O endereço é Rua Virgílio de Carvalho Pinto 297.

Ele havia lançado a HQ primeiro nos EUA, em inglês, durante a Comic-Con de San Diego, de onde saiu com o Prêmio Eisner debaixo do braço por seu trabalho na HQ independente “5”, feita em parceria com os irmãos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá e o casal Vasilis Lolos e Becky Cloonan.

Assim como os conterrâneos Moon e Bá, Grampá já colhe frutos graças à estatueta americana. O gaúcho de Pelotas vai desenhar uma HQ para o personagem John Constantine, criação de Alan Moore. A história sairá na revista do bruxo moderno inglês em dezembro, pelo selo Vertigo, da DC:

É uma história curta, escrita pelo Brian Azzarello – adianta Grampá ao Gibizada sobre a revista especial, a de número 250 de “Hellblazer”. – Ele me convidou pra fazer algo junto lá na Comic Con, depois que eu dei um exemplar da “Mesmo Delivery” pra ele. É uma edição especial de Natal.

Além do brasileiro, o gibi contará ainda com os ilustradores Eddie Campbell, David Lloyd e Giusepe Camuncoli. No texto, além de Azzarello, Jamie Delano, Dave Gibbons, China Miéville e Peter Milligan. A capa é de Lee Bermejo.
>> GIBIZADA – por Télio Navega


QUADRINHOS E ROCK: N’ROLL CHEGA AO BRASIL

sexta-feira | 26 | setembro | 2008


A revista em quadrinhos N’Roll foi lançada na Alemanha, durante o evento de heavy metal Wacken Open Air 2008.

Agora chegou a vez do Brasil. O título terá seu lançamento oficial nos dias 26, 27 e 28 de setembro, durante a Expomusic 2008 (no Expo Center Norte – Pavilhões Branco e Azul – Rua José Bernardo Pinto, 333 – São Paulo/SP). Serão realizadas tardes de autógrafos com os autores e com o músico André Matos, compositor de Time to Be Free, letra adaptada para a revista em quadrinhos.

A publicação, desenvolvida por Gustavo Fiali e Renata Beneti, tem como objetivo transformar letras de músicas de rock em HQs. A idéia é que o título seja mensal.

N’Roll é uma publicação da editora Roadie Crew e chegará em breve às bancas brasileiras, no início de outubro. Participam ainda da primeira edição o desenhista Wagner Nogueira e o colorista Daniel Barreto. A capa é de Greg Tocchini.

O título também já tem seu site oficial, que logo terá novidades.
>> UNIVERSO HQ – por Marcelo Naranjo


OPERADORA Oi INVESTE EM QUADRINHOS NACIONAIS

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

A produção brasileira de quadrinhos acaba de ganhar uma forte aliada na busca por boas oportunidades. Em uma iniciativa ousada, a Oi lançou um site especial dedicado à publicação de HQs inéditas de super-heróis, criadas com exclusividade para a operadora de telefonia móvel e disponibilizadas gratuitamente para leitura online.

“É uma grande marca investindo em webcomics e dando espaço para os quadrinhos nacionais”, disse o roteirista Álvaro Campos ao Universo HQ. “Eu estou me empenhando pessoalmente na divulgação disso porque é um projeto visto como piloto. Ou seja, se der audiência, continua. E dando certo, mais artistas – novos ou experientes – podem ter a chance de produzir HQs bancadas pela Oi“.

O primeiro título publicado é A Corporação, escrito por Campos (que também é produtor de programas de TV, como o Básico, do Multishow) e Fernando Azevedo (roteirista do Canal Brasil), com desenhos de Jean Diaz, Luciano Feijão e Arabson Oliveira, artistas que já fizeram trabalhos para a DC Comics e outras editoras norte-americanas.

A Corporação mostra as aventuras de uma equipe de mercenários superpoderosos sempre dispostos a lutar por qualquer nação, sem distinção de bandeiras ou ideologias e a favor de quem lhes pagar melhor.

“Num mundo onde o que conta é a capacidade de produzir e gerar riqueza, eu sempre me perguntei se homens com poderes especiais dedicariam seu tempo a causas voluntárias como os super-heróis da nossa infância faziam. A indústria bélica, uma das mais ricas do planeta, me pareceu o ponto de partida mais natural se houvesse pessoas assim. Mas, nas nossas histórias, assim como todo jovem que amadurece, essas pessoas superpoderosas irão criticar o mundo ao seu redor e buscar papéis para si muito além dos naturais”, explica Álvaro Campos.

Mensalmente, uma nova edição de 16 páginas coloridas em formato americano e navegação em flash estará online. Quem não quiser ler a história no site, poderá baixá-la no celular, bastando acessar o portal WAP da Oi ou enviar a mensagem “quadrinhos” de uma linha da operadora para o número 880. O serviço de download custa R$ 0,99.

Em muitos países, os quadrinhos estão conquistando cada vez mais as companhias de telefonia móvel que ofertam HQs digitais exclusivas para seus usuários. O retorno financeiro e institucional para as operadoras e editoras envolvidas tem sido bastante satisfatório.

No Brasil, ações dessa natureza ganham contornos ainda mais marcantes, pois isso não é apenas um conceito que engatinha no País e repentinamente acelera com a ajuda da Oi, mas também uma aposta que pode resultar em um novo e melhor preparado mercado para roteiristas e desenhistas cuja expectativa de fazer carreira na área se divide entre continuar trabalhando de forma amadora ou, queira a divina providência, alcançar sucesso e reconhecimento em outros países, principalmente nos Estados Unidos.
>> UNIVERSO HQ – por Marcus Ramone


CINEASTA GUILLERMO DEL TORO VAI ESCREVER TRILOGIA SOBRE VAMPIROS

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

O cineasta mexicano Guillermo del Toro, que no momento produz “O Hobbit” com o neozelandês Peter Jackson, fechou um acordo com a editora HarperCollins para escrever uma trilogia sobre o universo dos vampiros em parceria com o romancista Chuck Hogan, informou nesta quinta-feira a imprensa hollywoodiana.

“The Strain” será o título do primeiro livro da série, que deve chegar às livrarias no meio do ano que vem, segundo a revista Variety.

A história descreve a invasão de um vírus de vampiros na cidade de Nova York, e analisa as origens do fenômeno até chegar ao Velho Testamento.

Os livros serão publicados pela HarperCollins na Grã-Bretanha, e terão uma edição especial lançada simultaneamente em espanhol nos Estados Unidos, indicou a mesma fonte.

O cineasta mexicano está na Nova Zelândia preparando os dois filmes da obra “The Hobbit”, que como foi feito com a trilogia “O Senhor dos Anéis”, serão filmados de forma simultânea a partir de 2009 para estrear separadamente em 2010 e 2011. >> AFP


“NEUROMANCER” É REFERÊNCIA OBRIGATÓRIA DA LITERATURA

sexta-feira | 26 | setembro | 2008

Case é um hacker renegado exilado no ciberespaço. Na periferia de uma cidade japonesa conhece Molly, uma samurai das ruas. Os dois são convocados para uma missão que envolve muitos perigos. Juntos irão cruzar todo o planeta, de Tóquio a Istambul, das estações espaciais ao não-espaço da realidade virtual, e envolverá o combate entre a humanidade contra a inteligência artificial.

O que dizer de Neuromancer? A obra de William Gibson dá para a ficção científica um novo caminho, a jornada à era do cyberpunk. É uma história tão marcante para o gênero, quanto a trilogia Fundação de Isaac Asimov ou a saga de Star Wars no cinema. Já são 25 anos desde sua publicação original e a editora Aleph mais uma vez brinda os leitores brasileiros de sci-fi com essa bela edição. A editora publicou ainda as duas continuações Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Segundo nota da editora brasileira, a influência dessa trilogia, é vista em diversos ramos do conhecimento atuais, como “biotecnologia, implantes cibernéticos, rede mundial de computadores, inteligência artificial, realidade virtual”, que são exemplos de avanços tecnológicos que foram descritos nos livros de Gibson.

Uma edição especial da Aleph mostra capricho, comemorando os 25 anos, com nova tradução de Fábio Fernandes, que respeitou a linguagem hard do autor, prefácio inédito do próprio William Gibson e posfácio da estudiosa da cultura cyber, Adriana Amaral.

Além de criação de termos como ciberespaço, tão comum em nossos dias, que o autor representa como “uma alucinação consensual usada por bilhões de operadores em todas as nações… uma representação gráfica da informação retirada dos bancos de todos os computadores da humanidade, a matrix complexa e inimaginável”, temos uma construção narrativa onde o autor dá uma visão pessimista do futuro, de cidades contaminadas, decadentes, imensas – como o EMBA, Eixo Metropolitano Boston-Attlanta onde transcorre grande parte da ação. O início do romance “O céu sobre o porto tinha a cor de uma televisão sintonizada num canal fora do ar” revela o quanto dessa sua criação vagueia.

A história tem seu início com os cyber-cowboys, termo usado para definir os hackers como Case, uma elite de pessoas que tinham livre acesso de navegação pelo cyberespaço. Entretanto, Henry Dorsett Case tentou ser mais esperto que seus patrões, utilizando suas habilidades para penetrar no ambiente para roubar informações e acabou sendo extirpado de suas conexões com a matrix, se tornando um renegado, ganhando a vida fazendo pequenos negócios pelo subúrbio japonês conhecido com Chiba City, um porto de Tóquio, fora-da-lei em todos os aspectos da palavra. Case era um dos melhores cowboys, e devido a sua habilidade foi contactado por um homem, Armitage e seu guarda-costas, Molly, uma samurai com implantes nos olhos e nas unhas.

Juntos viajarão pelo mundo, numa série de aventuras em diversos países, chegando numa estranha cidade espacial, dominada por um clã industrial, os Tessier-Ashpool, cujos membros se clonam ou se congelam para viverem imortalmente. Enquanto, algo muito mais sinistro se desenrola, Armitage começa a agir de forma diferente, que o delata como se alguém ou algo o controlasse.

Recentemente foi anunciado que a narrativa ganharia uma versão para o cinema, com o diretor de Fúria em duas rodas, Joseph Kahn, e o produtor Peter Hoffman na frente da adaptação.

A importância do livro é notória. Ele foi eleito pela revista Time como um dos 100 mais importantes romances em língua inglesa do século passado, além disso venceu os três principais prêmios da ficção científica: Nebula, Hugo e Philip K. Dick.

Tudo isso acontece pela capacidade única de Gibson de nos bombardeiar com palavras que numa primeira leitura são impossíveis de manejar em comum, há sci-fi em tudo: nos sonhos, nas pessoas, no cenário, nos mercados, nos computadores. Outro ponto forte é a narrativa amálgama, que parece ser inconexa, escura, entrecortada, técnica ao mesmo tempo que usa a linguagem cinematográfica, com muita ação e velocidade.

Surpreende a cada página, que extrapola a condição de ficção e se tornou um referencial obrigatório sobre como a informática pode alterar as relações humanas e a percepção da realidade.
>> HOMEM NERD – por Cadorno Teles


REVISTA TERRA INCÓGNITA NA REDE!

quinta-feira | 25 | setembro | 2008


Uma nova revista pode ser encontrada na rede. Terra Incógnita, editada por Fábio Fernandes e Jacques Barcia. É uma revista que sai do armário e se assume como revista de gênero: voltada para a Ficção Científica, ela pretende, entretanto, ser uma espécie de showcase, uma vitrine do melhor da produção atual do Brasil e do exterior.

Nesta primeira edição, autores de vários calibres, temáticas e gerações: o estreante Ivan Hegenberg, o autor Carlos Orsi, que hibridiza gêneros como literatura policial, ficção científica e horror, e Guilherme Kujawski, autor do clássico Piritas Siderais, que depois de anos afastado da literatura faz um belo retorno com uma novela-fluxo-de-consciência SF-pós-tudo.

Apresenta ainda ao público brasileiro a escritora russa radicada nos EUA Ekaterina Sedia. Como seu conterrâneo Nabokov em sua frase americana, Ekaterina escreve somente em inglês, e está bombando nos EUA com seus livros The Secret History of Moscow e The Alchemy of Stone.

O link para o blog e o PDF para download (são apenas 1,8 mega, fácil e rápido de baixar) é este aqui.


REVISTA BANG! nº5 – PEGUE A SUA!

quinta-feira | 25 | setembro | 2008


A Bang! é a única revista portuguesa dedicada à literatura fantástica (ficção científica, fantasia, horror, história alternativa, etc…). Depois de três números em papel passou a formato digital e agora é inteiramente grátis!

De periodicidade trimestral, a Bang! procura trazer ao leitor português os autores incontornáveis da literatura fantástica mundial, apresentar os autores portugueses consagrados e dar oportunidade às novas vozes nacionais.Para conhecer os vários números visite o nosso catálogo, e para deixar feedback dê um salto ao fórum da revista.

Aceitamos submissões de ficção curta. Os escolhidos para publicação podem não ser remunerados mas alcançarão certamente a imortalidade!

eBOOK GRÁTIS! Faça o download gratuito da única revista portuguesa de aventura e fantástico.
 
(ficção)
Eu Sou um Carrasco – Telmo Marçal
Senhor Bentley e os Velhos – Ágata Ramos Simões
O Esplendor das Ruínas – Vasco Luís Curado
Iniciação – António de Macedo
Dois Contos de… – Bruce Holland Rogers
Anel da Memória – Alexander Jablokov
Quem Quer Escrever para Sempre – João Barreiros
A «Dama Margaret» – Keith Roberts
A Sombra Deslizante – Robert E. Howard
Murmúrios das Profundezas – Banda Desenhada

(não ficção)
A Ficção, por Henry James e Roberts Louis Stevenson – Dan Simmons
Literatura Erudita VS. Literatura Popular – António de Macedo, David Soares e João Seixas
O Optimismo é algo muito difícil de manter! – Richard Morgan
5 Estrelas -Crítica a “Carbono Alterado”
Muito mais do que Murmúrios – Rui Ramos
5 Estrelas – Crítica a “Os Leões de Al-Rassan


MUERTOS: ASSOMBRAÇÃO QUE VIROU HISTÓRIA EM QUADRINHOS

quinta-feira | 25 | setembro | 2008


O conto “Muertos” fala de fantasmas. E assombra o gaúcho Daniel Pereira dos Santos há mais de uma década. Palavras dele. O incômodo pela história foi encarnado na forma de seres feitos em desenho, mostrados nas páginas da revista independente homônima, que tem lançamento nesta quarta-feira, em Santa Maria (RS).”´Muertos´ me surpreendeu pois era diferente do que estava acostumado a ler na época”, diz o desenhista de 31 anos, por e-mail. O fascínio pela narrativa é em parte pelo desfecho, inesperado, em parte pela mensagem que passa, em particular no final. “Gostei muito do ritmo, que vai do suspense à ação e finaliza de forma delicada. E que particulamente considero um tantinho triste.”

A surpresa do final, como rege a regra do noticiário cultural, não será revelada aqui. Mas os detalhes da trama podem ser pinçados.Trata-se da história de um homem misterioso e supostamente envolvido em negócios ilegais que tem de entregar uma encomenda no Paraguai. O trajeto dele passa necessariamente pela vila de “Muertos”, local usado há muito tempo como campo de extermínio para tropas brasileiras e argentinas. O enredo se passa quase todo na cidade paraguaia. E ajusta o foco no incômodo do protagonista em estar lá.

Uma das páginas da revista independente "Muertos".

O conto foi escrito por Zanthos Aybrom, um autor reservado, a ponto de existir pouca informação sobre ele. Segundo o desenhista, mora atualmente em São Paulo. Os primeiros contatos com os textos de Aybrom chegaram a Pereira por cartas. “Normalmente eram de ficção científica ou outros temas, mas sempre contendo muita ação.” Até que foi fisgado por “Muertos”, uma das melhores que diz ter lido. A idéia da adaptação vem dessa época. A realização, no entanto, demorou a ser maturada. Não se julgava pronto. O resultado verte para o papel, além da narrativa em si, um exercício de trabalhar luz e sombras, aos moldes do argentino Alberto Breccia.

Até chegar a “Muertos”, Daniel Pereira passou pelos fanzines, criados com o irmão, Alberto, na década passada. Formou-se depois em desenho industrial pela Universidade Federal de Santa Maria, onde mora atualmente. E, agora, prepara um novo projeto: uma revista com pequenas histórias, feitas por diferentes autores. Ele prentende usar estilos distintos em cada narrativa. “Já tenho todos os textos”, diz. Um deles pautou a página acima, de “Nada a Perder”, uma das histórias. Antes disso, pode-se ler “Muertos”. Em papel ou na tela do computador. A história em quadrinhos está disponível na página virtual do autor (link).
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos


O OBSCURO ENIGMA DE DRUMMOND

quarta-feira | 24 | setembro | 2008


“O Enigma” é o último texto do livro Outros Poemas, que reúne os poemas escritos por Carlos Drummond de Andrade entre 1946 e 1947. É um dos raros poemas em prosa de Drummond, pelo menos naquela fase inicial de sua obra, dos dez primeiros livros enfeixados em Reunião. Sempre o considerei uma espécie de parábola kafkeana, de alegoria hermética. Nunca me detive sobre ele, e é um texto de Drummond que jamais vi comentado por quem quer que fosse. Relendo-o, dias atrás, ocorreu-me uma interpretação óbvia. Nada nos parece tão óbvio quanto uma coisa que não conseguimos ver durante décadas e de repente enxergamos.

O texto começa assim; “As pedras caminhavam pela estrada. Eis que uma forma obscura lhes barra o caminho.” A curta parábola é contada do ponto de vista das pedras (que são seres pensantes e sentintes), as quais se deparam inesperadamente com essa “forma obscura”, com essa “coisa sombria, desmesurada” que se coloca à sua frente, sem nada dizer, sem nada fazer. As pedras tentam em vão comparar este acontecimento a outros do passado, mas aquele objeto “em nada se assemelha às imagens trituradas pela (sua) experiência”. As pedras param, imobilizam-se diante daquilo.

Diz o narrador: “É mal de enigmas não se decifrarem a si próprios”. E a Coisa nada diz, nada faz, limita-se a colocar-se à frente das pedras, que se lastimam, achando inúteis sua “inteligência” e sua “sensibilidade”, incapazes de ajudá-las naquele impasse. E o impasse não se resolve: anoitece, o luar se espalha sobre a paisagem, e “…a Coisa interceptante não se resolve. Barra o caminho e medita, obscura.”

Eu tenho pra mim que esse poema é um recontar às avessas do mais famoso poema de Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra… Nunca esquecerei deste acontecimento / na vida de minhas retinas tão fatigadas…” Desta vez, o mesmo evento é relatado do ponto de vista das pedras que se deparam com essa criatura, que “travou o avanço das pedras” e que acabará fazendo o mesmo com todas as criaturas: “o enigma tende a paralisar o mundo”. O enigma é o Homem, a criatura que ao ver a pedra registra sua existência mas não chega a uma conclusão sobre ela. “No meio do caminho” é um exemplo perfeito do poema existencialista, onde se constata a apavorante realidade das coisas físicas, e o (mais-apavorante-ainda) vazio espiritual ou transcendental por trás delas.

A incapacidade do poeta para entender as pedras no primeiro poema encontra simetria na incapacidade das pedras para entendê-lo, no segundo. Ambos são enigmas um para o outro. Muitos anos depois do seu poema emblemático, Drummond revira pelo avesso a experiência numinosa que tivera naquele “meio do caminho” (que evoca o “nel mezzo del camin di nostra vita” de Dante) e parece nos dizer que não somos apenas alguém que não decifra um Enigma, somos um Enigma também, que outras criaturas não conseguem decifrar.
>> MUNDO FANTASMO – por Bráulio Tavares


HQ LEVA O JABUTI DE MELHOR LIVRO ESCOLAR

quarta-feira | 24 | setembro | 2008

Adaptação de ‘O alienista’ é assinada por Fabio Moon e Gabriel Bá.
Quadrinho desbancou livros didáticos de história e geografia do Brasil
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Capa da HQ 'O Alienista', de Fabio Moon e Gabriel Bá

Foi-se o tempo em que as histórias em quadrinhos eram mal-vistas nos bancos dos colégios. A HQ “O alienista”, adaptação de Fabio Moon e Gabriel Bá para o conto de Machado de Assis, venceu nesta terça-feira (23) o Prêmio Jabuti, um dos mais prestigiados da literatura nacional, na categoria “didático, paradidático e ensino fundamental ou médio”.

Parte da coleção Grandes Clássicos em Graphic Novel, da editora Agir, o quadrinho superou as obras didáticas “Coleção história em projetos – 4 volumes”, de Conceição Oliveira e Carla Miucci, que ficou com o 2º lugar na mesma categoria, e a série “(En)cantos do Brasil (caminho das pedras; no coração da Amazônia; faces do sertão)”, de Shirley Souza, Manuel Filho e Luís Fernando Pereira, terceira colocada.

Um dos contos mais conhecidos assinados pelo escritor Machado de Assis, “O alienista” é protagonizado pelo médico Simão Bacamarte, que, de volta à cidade de Itaguaí, decide colocar os loucos na Casa Verde, onde pretende estudar e catalogar os vários tipos de loucura. À medida que quase todos os habitantes vão parar na casa, uma revolta eclode, comandada pelo barbeiro Porfírio. A partir deste enredo, Machado de Assis, antes mesmo de Freud, faz uma análise da loucura e da mente humana.

Em entrevista ao G1 à época do lançamento do livro, Bá revelou que ele e o irmão Fabio Moon optaram por manter grande fidelidade ao texto original em sua adaptação, mas não deixaram de fazer algumas alterações. “O texto é moderno, só transformamos em uma história em quadrinhos. Algumas partes narrativas transformamos em diálogos e também demos um tamanho maior ao Porfírio”, conta Gabriel Bá.
>> G1, em São Paulo


AS MARAVILHOSAS MULHERES DAS SÉRIES DE TV

terça-feira | 23 | setembro | 2008

O livro As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV , da jornalista e pesquisadora Fernanda Furquim, será lançado no dia 1º de outubro, quarta-feira, às 19h30, na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Paulista (Rua 13 de Maio, 1.947 – 2º andar – Piso Paraíso – São Paulo-SP); a entrada é franca.

“James Stephens, marido da feiticeira Samantha, era mesmo um grande banana! Imagine só, trabalhar todos os dias com aquele puxa-saco do Larry Tate, quando ele poderia ter tudo o que quisesse na vida só pedindo para que sua querida esposa torcesse o narizinho dela. E o Major Nelson, então? O sujeito mora com uma loira estonteante, que realiza todos os seus desejos, e fica se fazendo de difícil! Agüentando as maluquices do Dr. Bellows numa base espacial na Flórida. As mulheres dos seriados de TV são incríveis.

Era mesmo imprescindível que aparecesse uma outra mulher – a Fernanda Furquim – para falar sobre elas num livro imperdível para quem curte seriados de TV (e alguém não curte?).

Mais do que apenas “falar de mulheres”, o livro As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV (Panda Books, 368 págs., R$ 52,90), traz informações com qualidade e credibilidade. São números, curiosidades sobre atores a as produções, enredos, tudo devidamente organizado por período e com breves retrospectivas do momento político/cultural de cada época.

Por essas e por outras que As maravilhosas mulheres das séries de TV é uma leitura deliciosamente obrigatória. Afinal, um dos maiores seriados de TV de todos os tempos se chamava I Love Lucy, e não I Love Ricky Ricardo, confere?“

Fernanda Furquim, pesquisadora de séries de TV há 27 anos, editou o fanzine TV Land e a saudosa revista TV Séries; atualmente é jornalista free lancer e mantém o blog TV Séries, além de ministrar cursos sobre a história e a evolução das séries de TV americanas.

 

DE I LOVE LUCY A CARRIE BRADSHAW
Com jeitão de almanaque, livro lista as ‘mulheres-maravilha’ dos seriados televisivos

Apesar de não ter a aparência de um almanaque, algo tão em moda ultimamente, o livro As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV, da jornalista Fernanda Furquim, tem jeitão de um, fácil, fácil. Bem ilustrativo, a obra, como o nome já diz, lista as grandes personagens femininas de seriados televisivos que passaram no Brasil. Desde Lucille Ball, a estrela de I Love Lucy, até Carrie Bradshaw, de Sex and the City.

Como toda lista, o trabalho vai causar polêmica. A autora apenas coloca mulheres que tiveram histórias centradas nelas, com exceção das produções estreladas por duplas, como Casal 20 e A Gata e o Rato. Exemplo: Fernanda deixa de fora as friends Phoebe, Rachel e Monica, mas inclui a personagem de Courteney Cox Arquette em Dirt, que teve apenas 20 episódios. “Busquei analisar a importância da personagem para o universo feminino e para a própria televisão”, diz a autora.

A análise do livro começa nos anos 1950 e vai até as produções atuais. Antes de cada década há uma geléia geral do cenário mundial e da televisão da época. Cada série tem uma sinopse, suas curiosidades e uma biografia da atriz destacada. Ao final, Fernanda seleciona apenas produções brasileiras, como Alô Doçura (1953-1964) e Mothern.
>> O ESTADO DE SÃO PAULO – por Gustavo Miller


PUSSEY! VISÃO CRÍTICA DA INDÚSTRIA DOS QUADRINHOS

terça-feira | 23 | setembro | 2008


Dan Pussey, como seu criador, Daniel Clowes, é um desenhista de HQs. E durante as cinqüenta páginas de Pussey! (Fantagraphics, EUA) nós vamos acompanhar várias fases da vida do artista. Clowes transformou em pequenas histórias em quadrinhos essas etapas da vida de seu personagem: a infância de menino estranho e solitário, a adolescência, os primeiros trabalhos, o sucesso, a decadência e finalmente a morte de um criador de HQs de super-heróis.

E Clowes não poupa ninguém nesse retrato irônico e cruel da indústria norte-americana de quadrinhos. Os nerds que sabem de cor cada fala do filme de seu herói favorito, os aficionados que compram dezenas de exemplares do número 1 de uma revista esperando lucrar com uma possível valorização, os iniciantes inseguros e presa fácil para editores inescrupulosos, os próprios editores inescrupulosos, os desenhistas que se plagiam infinitamente. Infinito também está no nome do editor que acompanha Pussey durante toda sua carreira, Dr. Infinity, que reúne o bem e mal dessa fábrica de super-heróis que é a marca registrada do mercado norte-americano de quadrinhos.

Dr. Infinity sabe se aproveitar das fraquezas e das qualidades dos artistas que se aglomeram à sua volta. Sabe quando afrouxar ou apertar a coleira. Sabe ser amigão ou tirano. Faz questão de assinar os trabalhos de seus subordinados, mas tira o corpo fora durante a investigação do congresso sobre violência nos quadrinhos nos anos 1950, quando ele atribui toda responsabilidade aos artistas.

O mercado de arte também é retratado por Clowes como oportunista, hipócrita e amoral, quando o personagem principal descobre um artista plástico transpondo para telas (e ganhando muito dinheiro com isso) seus desenhos de super-heróis. O pintor esclarece a Pussey que “Tudo é arte! Se eu coloco em uma parede, é arte! E se vende, é arte excelente!”.

Como roteirista, Clowes também mostrou sua visão crítica do mundo da arte no filme Art School Confidential (Uma Escola de Arte Muito Louca), dirigido por Terry Zwigoff, o mesmo que transportou para o cinema uma outra excelente obra do quadrinhista: Ghost World, aqui traduzida como Mundo Cão.

Clowes utiliza seu grande talento para nos dar uma visão crítica poucas vezes vista – amarga e pessimista – desse sistema de trabalho criado e mantido pelos grandes editores norte-americanos, mas ao mesmo tempo é uma obra que em si representa uma volta por cima e uma maneira inovadora de se lidar com um tema que raramente é abordado.

Fato interessante é que cada uma das mini-histórias que compõem o livro são desenhadas de uma maneira ligeiramente diferente. A proporção entre cabeça e corpo dos personagens, o estilo como é aplicada a tinta nanquim, alguns capítulos mais caricaturais e outros mais realistas, alguns com traços mais pesados e outros mais leves. O artista quis dar a impressão ao leitor de que as diferentes fases da vida de Pussey foram desenhadas também em diferentes épocas, acompanhando a evolução do personagem.

Finalmente, ao fim da vida, em um futuro hipotético em que as HQs não mais existem, enquanto Dr. Infinity é cultuado em um museu do Século XX como um gênio e visionário, Pussey definha em um gigantesco asilo e sua últimas palavras são: “Eles preservaram meu trabalho em sacos plásticos…”
>> TERRA MAGAZINE – por Claudio Martini


OS PERSONAGENS DE PULP FICTION

terça-feira | 23 | setembro | 2008

A pulp fiction, as revistas de histórias populares que floresceram nos EUA entre as décadas de 1920-40, e à qual os nossos best-sellers contemporâneos tanto devem, é esnobada pelos críticos literários pelos seus evidentes defeitos, o que faz com que eles acabem se quedando desinformados para as suas numerosas qualidades. Como toda literatura destinada às massas, a pulp fiction recorre à repetição, ao clichê, ao exagero. É preciso seduzir o leitor (o qual se pressupõe um indivíduo comum, que leva uma vida rotineira), mostrando-lhe personagens extraordinários e acontecimentos sensacionais. A ficção popular precisa ser “larger than life”, maior e mais deslumbrante do que a vidinha a que o leitor está acostumado.

Histórias desse tipo não lidam com os personagens complexos a que nos acostumamos através da leitura dos grandes autores dos séculos 19 e 20. O leitor “popular”, o leitor de X-9 ou de Amazing Science Fiction geralmente não experimentou essas grandes obras. Ele se sente mais à vontade com personagens típicos em situações típicas: o Cientista Louco, o Repórter Destemido, o Arqui-Vilão, o Milionário Arrogante, a Lourinha Indefesa… Com dois ou três parágrafos, o leitor já percebe de quem se trata, já assinala o personagem com um rótulo que lhe é familiar, e pode continuar a leitura com o intelecto em ponto-morto.

Personagens caricaturais assim acabam não tendo muito peso, portanto o escritor popular precisa exagerar na descrição de suas características externas (para que o leitor, bem ou mal, consiga visualizá-los) e na descrição de suas reações emocionais. Veja-se esta descrição: “Enquanto avançava, seus olhos escuros pareciam calcinar a terra diante de si, irradiando uma claridade abrasadora que prenunciava sua reputação de severidade inflexível em todos os assuntos.” Não, coleguinhas, não é o Deus do Velho Testamento, nem o Odin das epopéias nórdicas, é apenas o Inspetor Fache de O Código Da Vinci. O escritor de pulp fiction precisa assombrar o leitor, o qual presume ter a sensibilidade um tanto embotada. Não é um policial qualquer, é um policial diante do qual o leitor exclama, impressionado: “Puxa vida!”

O autor da pulp fiction não está interessado em criar tipos humanos, está interessado em nos contar uma história interessante. Deus o abençoe por isto, numa época em que a chamada “literatura erudita” enroscou-se sobre si mesma num círculo vicioso de enredos minimalistas, personagens sem nome e ambientações abstratas. Os imitadores de Samuel Beckett ou de Clarice Lispector reduziram a uma caricatura o universo literário destes grandes autores. Vai daí, é bem vinda a injeção de vitalidade, de luzes, de cores, de concretude cotidiana, de imaginação e de tudo que os autores de pulp fiction e de best-sellers nos trazem. Seria excelente, para a literatura, que surgisse um seguidor de Dan Brown para cada um de Samuel Rawet. E vice-versa. >> MUNDO FANTASMO – por Bráulio Tavares


LIVROS DE GAIMAN SERÃO RELANÇADOS NO BRASIL

terça-feira | 23 | setembro | 2008

Nova edição de Sandman, pela Pixel


Em outubro a editora Pixel relança a coleção Sandman, que a Conrad encerrou mês passado. Serão 17 volumes e mais três especiais, Sandman Companion (O Mundo de Sandman), Dias da Meia-Noite e Caçadores de Sonhos. Os novos livros terão nova colorização, usando o material da edição Absolut Sandman, inclusive os extras totalmente inéditos nos quais Gaiman conta como foi o processo de criação e aprovação da revista pela DC e rascunhos

Além disso será publicado também o material de Capas na Areia, que são comentários de Gaiman e McKean sobre o processo de criação de cada capa de Sandman e que chegou a ser lançado no Brasil em edições especiais.

As edições da Pixel vão ter de 132 a 160 páginas, formato 17 X 24, capa cartonada com orelha e acabamento com verniz, papel especial e, em média, sempre 15 páginas de extras. A periodicidade será trimestral.

A primeira edição é Prelúdios e Noturnos Vol. 1, que terá 148 páginas trazendo as quatro primeiras edições de Sandman. A decisão da Pixel, além de apostar num formato mais barato, foi de dividir os arcos em mais de uma edição, ao contrário do que a Conrad vinha fazendo. A tradução é de Sérgio Codespoti, do Universo HQ. O preço é R$ 29,90.
>> Revista O GRITO


BATMAN POR GAIMAN E KUBERT

terça-feira | 23 | setembro | 2008

A editora de quadrinhos norte-americana DC Comics revelou a capa da edição 685 da série Batman, que terá roteiro de Neil Gaiman (Sandman) e desenhos de Andy Kubert. Acima, você confere a tão falada e esperada capa. Vale muito a pena conferir, principalmente para os fãs do Homem-Morcego e do Garoto Prodígio.

A história chamada de Whatever Happened to the Caped Crusader é uma referência direta à história criada pelo mestre Alan Moore (Watchmen) que mostra os acontecimentos com Superman antes de Crise do Superman. Também, esta nova história será uma seqüência ao acontecimentos em Batman R.I.P.

Muito aguardada pelos fãs, a HQ de Batman feita por Gaiman e Kubert, seguindo o editor-chefe da DC Comics, Dan DiDio, disse que esta história será decisiva para o futuro do personagem.
>> HERÓI – por Rodolfo Bruno Braz


JEDICON 2008

terça-feira | 23 | setembro | 2008

JEDICON SÃO PAULO

O Conselho Jedi São Paulo surgiu em 1999 quando um grupo de amigos se reuniu em torno do lançamento do filme Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma, o primeiro filme da nova trilogia. De lá pra cá, o número de Conselhos Jedi presentes em outros Estados só aumentou, e hoje já são nove espalhados pelo Brasil, somando um total de 16.000 fãs.

A união destes fã-clubes culminou em uma convenção, a JediCon. A primeira aconteceu em 1999 e foi o primeiro evento nacional sobre Star Wars realizado no Brasil.

Este ano é esperado cerca de 2.000 pessoas. O evento acontecerá dia 11 de outubro, na Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – APCD, localizado à Rua Voluntários da Pátria, 547, próximo ao metrô Tietê, das 10h às 18h00.

Contamos com muitas atrações, stands de fã-clubes amigos, expositores, praça de alimentação, apresentação no auditório com palestras, vídeos, duelo de sabres de luz, peça teatral, bate-papo, concurso de fantasias e convidados ligados ao tema.

A cada evento arrecadamos alimentos não perecíveis e fazemos nossa contribuição para entidades que cuidam de crianças carentes, fazendo assim nossa parte para ajudar a deixar a vida de quem precisa um pouquinho melhor. Na JediCon de 2007 arrecadamos 475 quilos de alimentos e este ano esperamos bater esse número para ajudar cada vez mais.

A cada ano o evento evolui e atrai fãs de todas as idades, contribuindo para o fortalecimento da comunidade Star Wars no Brasil.

É neste espírito que todos se encontram regularmente e o clima é sempre de uma grande reunião de amigos compartilhando uma paixão em comum. Gerações e gerações, juntas, mostrando o quanto Guerra nas Estrelas é importante pra cada uma delas.

O CJSP é uma entidade sem fins lucrativos que tem como principal objetivo o entretenimento, diversão e interação entre seus membros, através do universo criado por George Lucas, por isso, seu lema é: “de Fã para Fã”.

 

 

 


“O VAMPIRO ANTES DE DRÁCULA”: A GENEALOGIA DO VAMPIRISMO

segunda-feira | 22 | setembro | 2008

O escritor francês Charles Nodier (1780-1844) transformou o vampiro num superstar. Após a encenação do seu melodrama "Le Vampire", os teatros de Paris foram imundados por uma enxurrada de espetáculos semelhantes.

Na seção Bravo! da CartaCapital nº 512, foi brevemente comentada a coletânea crítica O Vampiro antes de Drácula (Aleph, R$ 46, 336 págs.), organizada pela escritora Martha Argel e pelo tradutor Humberto Moura Neto, mas o livro e o assunto merecem comentários adicionais.

Como foi dito ali, a história principia no século XVIII. As mais antigas mitologias citam seres mais ou menos vampirescos, como os lilu e as lili ou lilitu dos sumérios, as lâmias dos gregos e as estriges dos romanos. Mas a concepção e o nome dos vampiros propriamente ditos da tradição literária ocidental provêm especificamente do folclore sérvio (de cuja língua provém a palavra vampir) e até fins do século XVII era pouco conhecidos fora da cultura eslava.

De 1718 a 1739, porém, o coração da Sérvia ficou sob domínio dos Habsburgos da Áustria e a lenda eslava chamou a atenção de ouvidos ocidentais. Duas mortandades em 1725 e uma terceira em 1731 foram atribuídas a vampiros e esta última levou o governo austríaco a enviar uma comissão de médicos e militares para investigar o assunto. Com uma mentalidade ainda mais barroca do que iluminista, os médicos acabaram confirmando a condição vampírica de vários corpos exumados, que foram decapitados e queimados, tendo suas cinzas lançadas no rio Morava.

Supunha-se que os vampiros eram mortos-vivos que saíam à noite de seus túmulos para sugar o sangue de vítimas que, ao morrerem, se tornavam como eles, deflagrando uma epidemia. Nessa concepção, o vampiro – mais freqüentemente, o cadáver de um pobre camponês – era um ser repugnante, um cadáver de unhas compridas, boca aberta, barba malfeita e rosto vermelho e inchado, envolto numa mortalha.

Corpos aparentemente conservados quando deveriam ter apodrecido, de aparência roliça e saudável, com a boca ensangüentada, confirmavam o diagnóstico de vampirismo. Na verdade, a temperatura e as características do solo permitiam a preservação de cadáveres por mais tempo que o habitual, o inchaço do corpo por gases da decomposição davam a impressão de que o morto “engordara”. Junto com o vazamento de líquidos de decomposição misturados com sangue pela boca, davam conta da aparência impressionante desses cadáveres. Ao se despachar o vampiro de acordo com a tradição, decapitando-os ou trespassando-os com uma estaca, os gases que inchavam o corpo eram liberados, com um som que dava a impressão de que o cadáver gemia e gritava, ao mesmo tempo que revertia ao tamanho normal.

Em 1746, o beneditino francês Augustin Calmet – uma espécie de Padre Quevedo de sua época – escreveu uma dissertação a respeito do tema no qual rejeitava vários dos supostos casos, mas admitia que alguns podiam ser reais e teve grande impacto na intelectualidade européia. Já em meados do século XVIII, porém, as mentalidades na Europa Ocidental já evoluíam na direção do iluminismo. Em 1755, quando uma suposta vampira foi exumada na fronteira da Silésia com a Morávia, no Império Austro-Húngaro, a Imperatriz Maria Teresa – uma das clássicas “déspotas esclarecidas” – encarregou seu médico, o holandês Gerard van Swieten, de investigar o caso a fundo.

Esse precursor de Van Helsing concluiu que tudo não passava de histeria popular e seu relatório levou à proibição da decapitação e do estaqueamento de cadáveres nos domínios habsburgos. Além disso, foi retirada dos párocos a autorização para lidar com tais questões, transferidas para a responsabilidade do governo.

Mas a polêmica já tinha excitado a imaginação dos escritores. Em 1748 o alemão Heinrich August Ossenfelder publicou um poema chamado O Vampiro com esse tema, seguido por vários outros até o início do século XIX. Curiosamente, já em de Ossenfelder aparece o tema do erotismo, explicitamente associado a algumas entidades vampíricas da Antiguidade mas não às da lenda eslava – nesta, os vampiros inspiravam pesadelos, terrores noturnos e sensação de sufocação e “peso no peito”. No poema, um amante rejeitado por uma jovem piedosa e respeitável ameaça visitá-la à noite, beber-lhe o sangue como vampiro e provar-lhe que seus ensinamentos são melhores que os da mãe.

Vale notar que é nesse período, em 1766, que a idéia de vampiro foi associada pela primeira vez ao morcego. Na Europa, nunca existiram morcegos hematófagos: essa espécie está confinada à América do Sul. Supunha-se que as lâmias podiam tomar forma de serpentes, as estriges de corujas e o vampiro na Europa Oriental às vezes se confundia com a figura do lobisomem, mas jamais com o morcego. Foi o naturalista Buffon que, ao se referir ao morcego hematófago sul-americano, chamou-o de “vampiro”.

Do repugnante cadáver ambulante do folclore eslavo, camponês de barba malfeita, boca aberta e rosto inchado, John Polidori, fez do vampiro um aristocrata sombrio, ambivalente, romântico e sedutor à imagem e semelhança de Lord Byron, de quem era secretário e médico. O visual do vampiro estava lançado e até hoje não nos deixou. O retrato de Byron acima é de Thomas Phillips (1814).

Em 1797, Goethe publicou outro poema vampírico digno de nota, A Noiva de Corinto, no qual uma jovem, tendo morrido virgem por exigência da mãe convertida ao cristianismo, saía do túmulo a cada noite para seduzir os jovens e sugar seu sangue e que lhe pedia para ser queimada em uma pira com seu amado, para que pudesse partir para junto dos antigos deuses. Tratava-se de uma adaptação de uma narrativa do grego antigo Filóstrato, embora neste não houvesse a temática religiosa – neste, a lâmia era uma criatura demoníaca, exorcizada por um sábio mago pagão.

Os vampiros chegaram à literatura em prosa em 1816. No mesmo desafio entre amigos no qual Mary Shelley criou Frankestein, o colega Lord Byron esboçou um conto vampiresco. Outro participante, seu médico e secretário John Polidori (que escrevera outro conto, hoje perdido) desenvolveu a história incompleta e a publicou como O Vampiro, depois de romper com o ex-patrão, que ridicularizava sua pretensão de portar-se como um intelectual romântico. Numa aparente vingança, o vampiro de Polidori, Lord Ruthven, era um aristocrata sombrio, ambivalente, romântico e sedutor à imagem e semelhança da persona de Byron.

Ironicamente, o editor da New Monthly Magazine, ao qual o manuscrito foi mostrado por uma amiga comum, publicou seu conto como sendo do próprio Byron, por engano ou para tirar proveito de sua fama. Tanto Byron quanto Polidori ficaram bastante irritados, mas não conseguiram desfazer o equívoco. Por décadas, o nome do grande poeta do romantismo ajudou a difundir e prestigiar o primeiro conto de vampiro por toda a Europa. A mania estava lançada e até hoje não nos deixou.

Não foi à toa que Byron se aborreceu com a atribuição da autoria. Embora o tema fosse inédito e provocativo, do ponto de vista da técnica literária, o conto de Polidori – no qual o vampiro se compraz a provocar a ruína e perdição dos homens e a sedução e morte de belas virgens, inclusive a amada e a angelical irmã do narrador – está abaixo de medíocre. Certamente é o mais fraco da coletânea, embora sua importância para a história do tema o torna indispensável.

Todos os outros contos reunidos em O Vampiro antes de Drácula, por outro lado, vão de bons a geniais, reunindo exemplos de vampiros masculinos e femininos, heterossexuais e homossexuais, animais e vegetais, carnais e espirituais, humanos e pós-humanos. Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas pai, Guy de Maupassant, Alexei Tolstoi, Anne Crawford, Arthur Quiller-Couch, Phil Robinson, Eric Stenbock e H. G. Wells mostram claramente a influência do vampiro pseudo-byroniano e de sua contrapartida feminina, a femme fatale, sob as formas mais variadas.

A temática erótica está presente na maioria das histórias – as exceções são o vampiro vegetal de Wells, o vampiro animal de Robinson e o misterioso Horla de Maupassant – mas um fator ainda mais constante (com exceção de Poe) é que o vampiro vem quase sempre de algum lugar mais primitivo e selvagem que a pátria dos protagonistas, geralmente a pragmática e esclarecida Inglaterra ou a França iluminista. Não é obrigatório que o vampiro venha da sua verdadeira terra de origem na Europa Oriental: pode vir da Grécia, da Itália, ou dos trópicos. A bela orquídea de Wells vem do sudeste Asiático, o vampiro de Robinson, enorme pterossauro que suga sangue à maneira dos morcegos sul-americanos, vem da Amazônia peruana e o Horla vem do Brasil, mais precisamente da província de São Paulo.

Este último é talvez o mais estranho e atípico da antologia, mas ainda assim pertence claramente à mesma temática. Na versão mais conhecida, o conto toma a forma de um diário da vítima do Horla, de uma maneira a deixar o leitor na incerteza sobre se trata de loucura, de uma doença tropical contraída pelo narrador ou de um ser misterioso. Mas a coletânea optou por uma mais versão raramente traduzida dessa obra de Maupassant, anterior e mais curta, na qual a história é narrada do ponto de vista de um médico que cuida do suposto doente e acaba por concluir que ele tem razão.

Essa versão tem menos ambigüidade fantástica para se aproximar da ficção científica – trata-se mesmo de um humanóide invisível mas material, superior ao ser humano, que de alguma maneira emergiu espontaneamente da evolução em uma natureza exótica e tropical para tomar o lugar da velha humanidade e destruí-la. Por que do Brasil? Talvez porque já fosse visto como o país do futuro e também de uma terra, paradoxal, tanto de maravilhas naturais quanto do horror da escravidão e das doenças tropicais.

Embora não pareça ser particularmente atraído por belas donzelas, o Horla – cujo nome provavelmente deriva do francês hors la (“lá fora”) é fascinado por tudo o que é branco, belo e inocente. Bebe leite e água, devora rosas brancas, aparentemente dirige-se para a casa do narrador porque é branca e (na segunda versão) o navio brasileiro no qual é levado à França é branco e especialmente alegre e bonito, a ponto de entusiasmar o narrador.

Antes de ser um sugador de sangue ou de qualquer forma de energia vital, o vampiro é um ser ambíguo – entre a vida e a morte, entre o humano e o animal, entre o belo e o horrendo, entre o passado e o futuro. Não é obrigatoriamente erótico, mas tem o vigor do primitivo, que pela sensualidade ou pela força superior ameaça a frágil civilização e as convicções morais e religiosas do Ocidente.

O último conto da coletânea, O Convidado de Drácula, escrito na década de 1890, mas publicado apenas em 1914, é do próprio Bram Stoker. Nele, ao que tudo indica, o mais famoso dos vampiros apareceu pela primeira vez – antes do famoso romance de 1897, ao qual poderia servir de prólogo.

Com o Drácula de 1897, o tema que parecia já estar desgastado e caindo no ridículo ou no esquecimento, tomou novo impulso – a ponto de que muitos fãs de histórias de vampiros de hoje têm a impressão de que Stoker foi o primeiro a introduzi-las na literatura. A novidade em relação aos anteriores é que, por um lado, o vampiro torna-se muito mais poderoso: forte como vinte homens, mais ardiloso que os mortais, capaz de comandar os mortos, os animais e a metereologia, tomar inúmeras formas e ficar invisível. Por outro, seus inimigos reúnem todos os recursos da modernidade para combatê-lo, incluindo transfusões de sangue, fonógrafo, taquigrafia e psiquiatria.

Não ficam embasbacados, mas agem com estratégia, valendo-se da ciência de Van Helsing. Por seu lado, Drácula, ao contrário dos vampiros românticos, não mata por fúria, prazer ou capricho, mas para se apoderar das vítimas e colocá-las a seu serviço. Age também como um planejador, reunindo vastas fortunas para realizar seu plano de domínio mundial.

Das histórias da coletânea, só na do popularesco Dumas, preocupado com a aceitação da história pelo grande público apesar do apelo erótico, a religião tinha um papel vital na derrota do vampiro: nas demais, o mal era vitorioso ou sua derrota era fruto da bravura inspirada pela razão. No Drácula de Stoker, porém, fica explícito que o propósito do vampiro é dominar Londres, o british way of life está em risco e todos os seus recursos morais, religiosos e científicos de sua civilização são convocados a enfrentar o perigo, no qual se confundem a emancipação da mulher (as pacatas vitorianas mordidas por Drácula tornam-se ferozes dominadoras), a ameaça da sensualidade primitiva e a ameaça das novas potências que emergiam da Europa Continental, colocando em risco a hegemonia britânica. Apesar da aparência de aristocrada John Seward, psiquiatra aliado de Van Helsing, refere-se ao vampiro como “o pai ou promotor de uma nova ordem das coisas”. No vampiro, o medo do futuro escondeu-se sob a máscara do passado.

Graças à ênfase na ação, aos golpes de efeito e à economia de personagens e cenários – Stoker escrevia como se pensasse em uma peça de teatro – Drácula tornou-se, como conclui a coletânea, eminentemente filmável. Embora o autor não vivesse para ver isso, os filmes baseados em sua obra conquistaram o mundo a partir dos anos 20 e fixaram a imagem do vampiro no imaginário ocidental até os anos 80, quando Anne Rice deu à lenda um novo retoque. Mas isso já é outra história.
>> CARTA CAPITAL- por Antonio Luiz M. C. Costa


BLOG DO CRIADOR DO BIG BROTHER

segunda-feira | 22 | setembro | 2008

Diários do escritor George Orwell, que denunciou a crescente invasão de privacidade, estão disponíveis na internet

MESTRE Eric Blair, nome verdadeiro de George Orwell (à esq. e, na foto acima, à dir.), foi professor em The Hawthorns , na Inglaterra

Acaba de entrar no ar um blog que expõe ao público a vida particular do escritor britânico George Orwell, imortalizado por seu livro 1984. A originalidade e a coragem dessa sua obra, lançada em 1948, estavam no fato de descrever um mundo onde as pessoas teriam sistematicamente e cada vez mais a sua privacidade devassada por mecanismos de controle do Estado – o que ele chamou de Big Brother. Orwell foi duramente criticado naqueles momentos que se seguiam ao pós-guerra, sobretudo pelos ideólogos do comunismo que viam nele um severo crítico da mão de ferro com que os ditadores de países socialistas exerciam o poder. Em 1950 Orwell morreu e o tempo mostrou que ele acertara em dois pontos: a individualidade foi se tornando paulatinamente mais restrita (que tal o indiscreto “sorria, você está sendo filmado”?) e a tecnologia evoluiu a patamares inimagináveis. Agora, por iniciativa da fundação inglesa Orwell’s Prize, é justamente ele, o criador do Big Brother, que tem os seus diários expostos num blog – ou seja, está sob o campo de visão de quem por ele se interessar. Eis aí, no entanto, o que se pode chamar de uma “invasão de privacidade” voltada para o bem: saber detalhes da vida de Orwell não é bisbilhotar, mas, isso sim, é aprender sobre um genial escritor.

Os diários de Eric Blair, nome verdadeiro de George Orwell, já haviam sido revelados ao público em 1968 pela editora Secker & Warburg – eles integram os 20 volumes de suas obras completas. O tempo passou e hoje se vive na era da internet e dos blogs – e, assim, nada mais estratégico para divulgar Orwell do que a iniciativa de colocá-lo na rede. As anotações pessoais abrangem o período que vai de 1938 a 1942. Há textos curtos, alguns reflexivos, outros superficiais e sem preocupação literária – tolos até. Em outros, o escritor (também famoso por sua novela A revolução dos bichos) fala de temas que vão desde as lembranças de seu envolvimento na guerra civil espanhola até detalhes da vida de seu cachorro, Ma.
>> ISTOÉ – por Fernanda Assef

TRECHOS DO BLOG

30 de agosto de 1938
Parece difícil de acreditar que pássaros digerem muito do que eles comem. O homem que cuida de animais parece incerto se eles dormem ou não. Ele disse que eles fecham os olhos algumas vezes, mas é incerto que eles estejam dormindo. Primeiro inglês a comer pêras hoje.

25 de agosto de 1938
Hoje está quente mais uma vez. Os ciganos começam a chegar e assim que montam suas caravanas os frangos são soltos e aparentemente confia-se que não vão fugir. (…) Mais uma coruja branca nesta noite.

9 de agosto, 1938
Capturei uma grande cobra, cinza com marcas pretas na barriga mas nenhuma nas costas, exceto atrás do pescoço. Não me preocupei em segurá-la corretamente, simplesmente a peguei pelo finalzinho da cauda.

 

CORALINE – MAKING OF

segunda-feira | 22 | setembro | 2008


O Movie Web publicou hoje sua matéria sobre o making of de Coraline, o filme em animação adaptado do romance de Neil Gaiman.
No texto, todos os jornalistas convidados pela equipe do filme parecem impressionados com a técnica de realização, que mistura stop motion com a computação gráfica em 3D já conhecida de todos nós.
O filme estréia nos Estados Unidos em fevereiro de 2009.
>> ZUPER – por Carol Almeida

Abaixo, uma sneak peek do filme.


PARAMOUNT FINANCIARÁ TINTIM

segunda-feira | 22 | setembro | 2008


A Paramount Pictures confirmou que vai financiar sozinha os filmes do Tintim que serão dirigidos por Steven Spielberg e Peter Jackson, depois que a Universal, outrora parceira nesse projeto, anunciou sua desistência.

Além disso, a Viacom também está interessada em financiar o projeto na íntegra.

Com a economia americana passando por um momento difícil, uma produção de 130 milhões de dólares passou a ser uma questão mais delicada do que o normal em Hollywood. Principalmente quando 30% da arrecadação bruta deverão ir para os bolsos dos diretores.

Para complicar toda essa situação, a Dreamworks, estúdio de Steven Spielberg, David Geffen e Stacey Snider, fechou um acordo de 500 milhões de dólares com a companhia indiana Reliance Big Entertainment. Além disso, também conseguiu um empréstimo de mais de 500 milhões de dólares, liberados pela JPMorgan Securities.

Com um bilhão de dólares em crédito, será possível à Dreamworks se separar da Paramount e voltar a ser um estúdio independente.

A Paramount, que havia adquirido a Dreamworks em 2006 por 1,6 bilhões de dólares, já liberou os executivos e outros funcionários da Dreamworks.

Já existe até a possibilidade, embora neste momento remota, de que a DreamWorks venha a produzir Tintim separadamente, com a distribuição feita por meio de um acordo a ser feito com a Universal.
>> UNIVERSO HQ – por Sérgio Codespoti


ASSISTA AO TRAILER DE “CORAÇÃO DE TINTA”

domingo | 21 | setembro | 2008


Um trailer do filme Coração de Tinta (Inkheart), baseado no livro homônimo da autora Cornelia Funke, acaba de ser divulgado.

Na trama, Brendan Fraser possui o poder de dar vida a personagens literários, quando lê histórias em voz alta. Quando ele lê o livro Coração de Pedra, traz ao mundo real três personagens, os vilões Capricorn (Andy Serkis), Fenoglio (Jim Broadbent) e Dustfinger (Paul Bettany). Os bandidos o seqüestram para o mundo do livro e agora cabe à sua filha Meggie (Eliza Bennett) salvá-lo.

A direção é de Iain Softley (A Chave Mestra) e os roteitos, de David Lindsay-Abaire (Robôs). A estréia está prevista para o dia 19 de março nos EUA.>> HQMANIACS – por Jack Andréa Pereira

UMA AVENTURA NO REINO DAS LETRAS

Um grande contador de histórias consegue dar vida às palavras. Na sua voz, elas têm poder. Transformam-se em cheiros, cores, texturas, formas e tantas outras coisas que encantam o ouvinte aproximando a fantasia do seu mundo real. Não é fácil contar histórias com tamanho talento. É preciso, antes de tudo, estar apaixonado pelo enredo. Conhecer algumas técnicas também ajuda, mas é necessário ter consigo a vocação. Paixão e vocação são características latentes de Mo, restaurador de livros e personagem central – ao lado de sua filha Meggie – do livro Coração de Tinta (Cornelia Funke, Cia das Letras, com ilustrações da autora).

Mo tem a língua encantada. Consegue trazer os personagens das suas leituras em voz alta para o mundo real. Mas não tem controle sobre quem ou o quê sairá das páginas. Meggie tem 12 anos. Não sabe do poder de seu pai. Ainda. Ele nunca leu para ela. Mas transmitiu sua paixão pelos livros. Numa noite chuvosa, os dois recebem a visita de Dedo Empoeirado, um personagem misterioso que movimenta a engrenagem de uma aventura de 455 páginas. A trama é repleta de surpresas e personagens com nomes curiosos como o capanga Nariz Chato, o terrível Basta e o grande vilão Capricórnio.

Para quem gosta de ler, o livro é um banquete para os olhos, uma homenagem à Literatura. No início de cada um dos 59 capítulos, a autora pinça fragmentos de histórias clássicas como A Ilha do Tesouro, O Senhor dos Anéis, O Livro da Selva e O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa. As referências literárias aparecem o tempo todo mas não prejudica a história. Muito pelo contrário. Ajudam a construir a trama e ainda servem de dica para uma próxima leitura. Quer um exemplo? A seguir transcrevo o sonho atribulado da menina:

“Lá fora o dia já começava a raiar quando ela finalmente adormeceu, mas a noite não levou consigo os sonhos ruins. No lusco-fusco da madrugada, eles cresceram ainda mais rápido, e de segundos teceram uma eternidade. Gigantes de um olho só e aranhas gigantescas invadiram os sonhos de Meggie, cães do inferno, bruxas devoradoras de crianças, todas as figuras terríveis que ela já encontrara no reino das letras. Elas rastejavam do baú que Mo construíra e abriam caminho entre as páginas de seus livros favoritos. Brotavam monstros até mesmo dos livros de figuras que Mo lhe dera quando as letras ainda não faziam sentido para ela. Com suas cores berrantes e suas cabeleiras desgrenhadas, eles dançavam, sorriam com suas bocarras e arreganhavam os dentes pontudos. Ali estava o gato de Alice, do qual ela sempre sentira medo, e os monstros de Maurice Sendak, de quem Mo gostava tanto que chegara a pendurar um pôster na oficina dele. Como seus dentes eram grandes! Dedo empoeirado ia sumir no meio deles como um pãozinho. Mas justamente quando um deles, aquele de olhos grande e esbugalhados, estendia suas garras, na noite escura surgiu uma nova figura, crepitante como uma labareda, cinzenta e se rosto, que pegou o monstro e o despedaçou como papel.”

Muita gente procura os Roedores de Livros para perguntar sobre acervo de literatura infanto-juvenil. Este livro da alemã Cornelia Funke é item obrigatório. Depois, todas as outras citações de livros podem integrar tal acervo. Faltam “apenas” alguns clássicos brasileiros de Monteiro Lobato, Lygia Bojunga e Fernanda Lopes de Almeida. Se ela tivesse lido algo dessa turma, certamente estaria no livro. Ah… mas este é apenas o primeiro livro de uma trilogia. Quem sabe o que está por vir?

Coração de Tinta também foi fisgado pela sétima arte e estréia nos cinemas de todo o mundo trazendo no elenco estrelas como Helen Mirren (oscar de melhor atriz 2007 pelo filme A Rainha) e Brendan Fraser (A Múmia). Aproveite que o filme ainda não entrou em cartaz, deixe a preguiça de lado e mergulhe os olhos nesta fantástica história. Eu passei uns quatro dias roendo as aventuras de Meggie, Mo e Dedo Empoeirado. Para mim, um clássico!!!
>> ROEDORES DE LIVROS – por Tino Freitas


UNIVERSAL DESISTE DE FINANCIAR “TINTIN” DE SPIELBERG E JACKSON

domingo | 21 | setembro | 2008

"Tintin" não será mais financiado pelo estúdio Universal devido aos altos custos de produção e dúvida sobre lucratividade do projeto

Os estúdios Universal decidiram não financiar “Tintin” –projeto que reunirá Steven Spielberg e Peter Jackson– devido aos altos custos de produção e à incerteza sobre os lucros, informou nesta sexta-feira o jornal “Los Angeles Times”.

O projeto, do qual se espera realizar uma trilogia, é baseado no personagem criado pelo autor belga Georges Remi, mais conhecido como Hergé, e seu universo será recriado por animação em 3D gerada por computador, utilizando técnicas de captura de movimento.

Os planos até agora incluíam que o primeiro dos filmes teria Spielberg como diretor e o segundo ficaria a cargo de Jackson, sem que se saiba ainda quem será o terceiro cineasta.

No entanto, o orçamento final de US$ 130 milhões (R$ 246 milhões) fez com que o Universal voltasse atrás e obrigasse Spielberg e Jackson a buscar outro parceiro financeiro além da Paramount, que se mantém à frente do projeto.

Segundo o jornal, outro dos principais problemas para o Universal é que os diretores pretendem ficar com cerca de 30% da arrecadação final (bilheteria, DVD, televisão e outras vendas), cuja temática é muito popular na Europa, mas não tanto nos Estados Unidos, pelo que se considera um projeto arriscado.

Fontes ligadas ao projeto afirmaram ao jornal que “Tintin” teria que arrecadar US$ 425 milhões (R$ 804,5 milhões) no mundo todo para que o projeto fosse rentável.

Outros filmes que estrearam e que usaram a inovação da animação em 3D e as técnicas de captura de movimento como “O Expresso Polar” (2003), “A Lenda de Beowulf” (2007) ou “A Casa Monstro” (2006) arrecadaram valores muito abaixo desses US$ 425 milhões em escala global.

No final de agosto, Spielberg e Jackson exibiram uma mostra de dez minutos de como será o aspecto visual dos filmes a um grupo de dez executivos da Paramount, que agora estão analisando a situação e deverão anunciar em breve se financiam totalmente a produção da trilogia.>> FOLHA DE SÃO PAULO – da Efe, em Los Angeles


DIVULGADO FINALISTAS DO PRÊMIO FNAC NOVOS TALENTOS – QUADRINHOS

sexta-feira | 19 | setembro | 2008


Já pode ser conferida no site da Fnac a lista dos 20 trabalhados finalistas do 1º Prêmio Fnac Novos Talentos. A iniciativa é dedicada à área de quadrinhos e o público poderá votar nos seus preferidos até o dia 10 de outubro.

Entre lá e não deixe de votar!
www.fnac.com.br/premiofnacnovostalentos

Os dez mais votados serão julgados pelo cartunista Angeli, o pintor e cartunista Zélio, a cantora Fernanda Takai e os gêmeos dos quadrinhos, Gabriel Ba e Fábio Moon.

As três produções melhores colocadas, serão contempladas com R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente, além de computador top de linha e outros programas e artigos de informática. Além disso, o vencedor fará um álbum que será publicado Devir. O segundo e terceiro colocados farão uma história cada, para ser publicada pela editora Pixel, em um número especial da Pixel Magazine.

A escola do primeiro colocado, também ganhará um computador e uma coleção de 100 títulos de quadrinhos para incrementar sua biblioteca.

Os vencedores serão apadrinhados pelos desenhistas Gabriel Bá e Fábio Moon, que acompanharão todo o processo de criação até a publicação.

O anúncio dos vencedores será feito no dia 21 de outubro, dentro do evento “HQ o QUÊ? – 4º Festival de Quadrinhos”, na Fnac Pinheiros (SP).


O DIÁRIO DE SIBILA RUBRA – O RETORNO DAS BRUXAS

sexta-feira | 19 | setembro | 2008

O mundo da magia é revelado no livro O Diário de Sibila Rubra – O Retorno das Bruxas, de Kizzzy Ysatis (264 páginas, R$ 39,90, Editora Novo Século). Uma viagem em que o amor e a morte se encontram em um misterioso enredo, que se passa em uma ilha povoada por bruxas. A personagem central dessa fantástica história, a jovem sibila rubra Elaine, deve aprender a lidar com as conseqüências de suas escolhas no mundo mágico.

Amor, morte e mistério na ilha das bruxas marcam as páginas desta narrativa que atravessa as primeiras décadas do séc. XX através do olhar da jovem Elaine, que está aprendendo que para crescer é preciso pensar nas conseqüências antes de fazer as próprias escolhas. Ao mesmo tempo surge uma ameaça que pode por fim a antiga Ordem a qual pertence. Apostando que assim garantirá a vitória, ela resolve se aliar a um mal ainda maior.

Kizzy Ysatis é autor de Clube dos Imortais – A Nova Quimera dos Vampiros (prêmio Rachel de Queiroz 2005 pela UBE), Asas de Gael, O Mistério do Rio das Rosas Brancas e Brainstorm.

Assista ao teaser trailer do livro feito pelo escritor Claudio Brites, que produz e organiza livros de diversas vertentes e estilos, mais focados em contos:


LIVRO TRAZ HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO JAPONESA PELO TRAÇO DO MESTRE SHIMAMOTO

sexta-feira | 19 | setembro | 2008

Obra desenhada pelo veterano Júlio Shimamoto mostra a trajetória da comunidade nipônica no Brasil, dos primeiros imigrantes aos dias de hoje

Banzai! História da Imigração Japonesa no Brasil em Mangá” foi lançado oficialmente no dia 19 de março deste ano na Câmara Municipal de São Paulo. Mas começa a chegar a algumas livrarias de grande porte neste mês. Foi uma das primeiras obras em quadrinhos a abordar neste 2008 o centenário da imigração japonesa no país. O tema é a trajetória real da comunidade nipônica no Brasil.

“Banzai!” -que significa uma saudação equivalente a “viva!”- usa a ficção para apresentar dados reais da vinda dos japoneses ao Brasil. Francisco Noriyuki Sato, autor do mangá nacional, relata os fatos históricos por meio de um diálogo caseiro entre um avô e seu neto, descendentes de diferentes gerações de imigrantes orientais. Na conversa, o avô relata como se deu a chegada dos primeiros japoneses -alguns antes mesmo do navio Kasatu Maru, em 1908- e os motivos políticos que levaram a isso.

A obra tem a grande qualidade de não se restringir apenas aos momentos seguintes ao desembarque e ao trabalho nas plantações do interior paulista. Ela dá seqüência à trajetória dos imigrantes e pontua as difíceis decisões que tiveram de tomar ao longo dos anos para se manterem no país. Relata a busca por terras próprias, o envio dos filhos para estudarem na capital, as conquistas econômicas das décadas seguintes, a mescla cultural vista hoje.

A narrativa histórica, por si só, já justificaria um olhar especial à obra, de fato bem realizada. Mas a arte reserva outros dois convites para chamar a atenção do leitor. O primeiro é a mescla de quadrinhos com fotos de época, recurso já usado nos álbuns franceses de “O Fotógrafo”, publicados pela editora Conrad. O recurso acentua o realismo da narrativa real.

O outro convite é a arte de Júlio Shimamoto, um dos mais antigos desenhistas brasileiros ainda em atividade. Shimamoto já usou elementos orientais em outras obras, como no samurai da série “Musashi”. m “Banzai!”, ele faz um desenho solto, que transita com eficiência entre os elementos visuais de época e o diálogo fictício travado entre neto e avô.

A obra – de 176 páginas – foi lançada pela Associação Cultural e Esportiva Saúde, sediada em São Paulo. Vinha sendo vendida em associações e entidades ligadas à comunidade japonesa. Ainda é um caminho para encontrar a obra (clique neste link). Das grandes livrarias, a Saraiva tinha o livro. Mas está em falta, segundo o site da rede. A Livraria Cultura passou a vender a obra recentemente, embora não conste no site para vendas virtuais. 

A dificuldade em encontrar o livro é algo recompensado durante sua leitura. Há quem defenda que uma obra só acontece de fato quando é lida pela pessoa. “Banzai!” merece acontecer. Apesar dos contratempos de distribuição.
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos


EVENTO INVISIBILIDADES NO ITAÚ CULTURAL (SP)

quinta-feira | 18 | setembro | 2008

 

Ficção Científica no Século XXI: Ainda é Possível?

A ficção científica não é a fronteira final, nem está numa galáxia muito distante. Assim como o futebol, é uma caixinha de surpresas.

Cada vez que alguém diz que o gênero morreu, ele ressurge, não como um fantasma ou um morto vivo – pois aí estaríamos falando de outro gênero – mas como impávido colosso, belo como uma nebulosa e mais interessante de ver.

A ficção científica sempre foi considerada um gênero invisível no Brasil, mas isso está longe de ser uma verdade universal ou sequer um consenso. Afinal, se fosse um gênero ruim, grande parte das obras de arte e da tecnologia não faria referência nem prestaria homenagem a ela.

Por isso o Instituto Itaú Cultural criou em 2006 o programa bienal intitulado Invisibilidades: para dar não a César o que é de César, mas a Isaac Asimov o que é de Isaac Asimov, a Arthur C. Clarke o que é de Arthur C. Clarke, aos escritores brasileiros de ficção científica o que pertence a eles.

Nesta segunda edição, com curadoria do escritor, tradutor e jornalista Fábio Fernandes, o Invisibilidades II conta com uma versão temática do Pecha Kucha Night São Paulo.

 

Programação

 

Todas as atividades têm entrada franca

 

São Paulo – setembro 2008

 

sábado 20

 

17h30 Mesa 1: Por uma Ficção Científica Pós-Moderna

Para mapear a produção de ficção científica brasileira atual, escritores que estão começando a despontar, como Antônio Xerxenesky e Octavio Aragão, dialogam com autores experientes, como Nelson de Oliveira e Max Mallman.

 

Participantes:

Antônio Xerxenesky é editor e autor do weird western Areia nos Dentes .

Max Mallmann é escritor e roteirista de TV e autor de Síndrome de Quimera e Zigurate , este último concorreu ao Prêmio Jabuti, foi publicado na França e está sendo adaptado para o cinema no Brasil.

Nelson de Oliveira é escritor, ensaísta, diretor de arte e autor de Os Saltitantes Seres da Lua e Subsolo Infinito . Em 1995, seu livro Naquela Época Tínhamos um Gato recebeu o Prêmio Casa de las Americas.

Octavio Aragão é designer gráfico, escritor, autor do romance A Mão que Cria e criador do blog Intempol.

Mediação:

Gerson Lodi-Ribeiro é escritor e autor de O Vampiro de Nova Holanda e Outros Brasis . Atualmente trabalha com o game de ficção científica Taikodom.

 

 

sábado 20

 

19h30 mesa 2: Publicar uma Nova Ficção Fantástica no Brasil – Existe Espaço?

Debate com editores de livros e de revistas digitais de várias regiões do país sobre a viabilidade editorial e comercial de se publicar literatura fantástica de autores nacionais.

 

Convidados:

Ana Cristina Rodrigues é historiadora, professora e escritora. Preside o Clube de Leitores de Ficção Científica e coordena a Fábrica dos Sonhos, um coletivo de autores de gênero. Atua como editora virtual, com o zine Somnium, o blog Letra e Vídeo e a editora Fábrica dos Sonhos.

Ednei Procópio é diretor da Giz Editorial, que publica obras de literatura fantástica, como Trevas , Renascimento , Getsêmani e Amor Vampiro . A coleção Universo Fantástico e o site homônimo, também são frutos de seu trabalho nessa editora paulista.

Jacques Barcia é jornalista, escritor, editor da revista digital Kalíopes – voltada para a fantasia pós-moderna – e co-editor da revista digital Terra Incógnita , com foco em ficção científica. É co-autor do blog Post-Weird Thoughts, escrito em inglês.

Richard Diegues é escritor, editor, autor dos livros Sob a Luz do Abajur e Magia – Tomo I, e co-autor da série de livros Necrópole , além de organizador do livro Visões de São Paulo – Ensaios Urbanos e editor da Tarja Editorial.

Samir Machado de Machado é editor da Não Editora , organizador da coletânea de contos fantásticos inéditos Ficção de Polpa e responsável por livros como Areia nos Dentes , de Antônio Xerxenesky.

Mediação:

Sílvio Alexandre é organizador do Fantasticon – Simpósio de Literatura Fantástica e membro da Comissão Organizadora do Troféu HQMix, o principal prêmio dos quadrinhos no Brasil. Criou e dirigiu várias coleções de literatura fantástica.

 

 

domingo 21

 

16h mesa 3: Por uma Crítica de Ficção Científica no Brasil: Primeiros Passos
Mesa sobre a produção acadêmica relacionada à ficção científica no Brasil, em particular a partir de 2000. Neste novo século, despontaram os primeiros artigos e livros sobre a relação entre ficção científica e cibercultura.

 

Convidados:

Adriana Amaral é professora, doutora pela PUC/RS e autora de Visões Perigosas: Uma Arquegenealogia do Cyberpunk.

Alfredo Suppia é professor, doutor pela Unicamp e pesquisador do cinema brasileiro de ficção científica.

Rodolfo Londero é mestre pela Universidade Federal de Mato Grosso, pesquisador da área de cibercultura e co-editor de Volta ao Mundo da Ficção Científica .

Mediação:

Rodolfo S. Filho é jornalista, tradutor, escritor e autor de um dos blogs mais antigos e renomados da web brasileira, o Leituras do Dia. Colaborou para a revista Superinteressante , entre outras.

 

 

domingo 21

 

18h mesa 4: Ficção Científica Brasileira: Passado e Presente do Gênero no Brasil
Debate com os três dos maiores nomes da literatura de ficção científica do Brasil que se destacaram entre os anos 1980 e 1990. Esta mesa busca promover a troca de idéias sobre suas incursões no mundo da literatura, da música, do ciberpunk, além de abordar projetos futuros.

 

Convidados:

Bráulio Tavares é escritor, compositor e autor de A Espinha Dorsal da Memória e O que é Ficção Científica .

Fausto Fawcett é cantor, compositor, escritor e autor de Santa Clara Poltergeist e Favelost.

Guilherme Kujawski é jornalista, escritor e autor de Piritas Siderais e Borba na Infolândia , este em parceria com Sérgio Kulpas.

Mediador: Sérgio Kulpas é jornalista e escritor.

 

 

domingo 21

 

20h30 Pecha Kucha Night São PauloSaiba mais

 

10h às 15h30 oficina: A Escrita em Ficção Científica Brasileira

A oficina será ministrada por Roberto de Sousa Causo , organizador das antologias Histórias de Ficção Científica e Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica , além de coordenador editorial do selo Pulsar, da Editora Devir.

Primeiramente, Roberto apresentará a situação e o contexto da literatura de ficção científica no Brasil e no exterior. Em seguida, será realizado exercício de escrita e analisadas estratégicas de veiculação e publicação dos trabalhos.

15 vagas

inscrições pelo telefone 2168-1779 (atendimento das 10h às 18h)

 

O Itaú Cultural fica na Avenida Paulista, 149, São Paulo, SP (próximo à estação Brigadeiro do metrô).


Lançamento da HQ Muertos

quinta-feira | 18 | setembro | 2008

História em Quadrinhos Muertos


WILLIAM SHATNER TERÁ LINHA DE QUADRINHOS

quarta-feira | 17 | setembro | 2008


A editora Bluewater Productions anunciou a negociação de uma parceria com o ator William Shatner para levar vários de seus livros de ficção-científica para os quadrinhos.

A linha da Bluewater batizada de William Shatner Presents terá histórias baseadas nos livros The TekWar Chronicles, Quest for Tomorrow, Man O´ War e uma nova história que o ator irá criará exclusivamente para a editora. A idéia é aproveitar as histórias dos livros e seus personagens, e não criar adaptações literais dos romances para os quadrinhos. O próprio ator vai trabalhar no desenvolvimento das histórias como supervisor criativo, ajudando os roteiristas e artistas.

A Bluewater pretende lançar todos os quatro títulos da linha William Shatner Presents já na primeira metade de 2009. A série TekWar Chronicles vai se transformar em um título regular, enquanto os outros serão trabalhados como minisséries.

William Shatner é mais conhecido como o Capitão James T. Kirk, da série de TV Jornada nas Estrelas. Ao longo de sua carreira ele se aventurou por várias outras áreas, como a música por exemplo, mas sempre foi mais bem sucedido em seus trabalhos para a televisão. Atualmente, ele é um dos atores principais da série Boston Legal, papel que já lhe rendeu dois prêmios Emmy e um Globo de Ouro.

A série de romances TekWar Chronicles é velha conhecida dos fãs de ficção-científica. Ela conta a história de um ex-policial que atua como detetive particular e busca por um cientista desaparecido. Acredita-se que uma invenção desse cientista pode ajudar a sociedade a vencer a guerra conta a droga computadorizada conhecida como Tek. Esses romances já tiveram uma adaptação para os quadrinhos feita pela Marvel Comics na década de noventa.

A Bluewater Productions é uma editora de quadrinhos norte-americana, responsável por títulos como 10th Muse, Legend of Isis, Judo Girl e The Muse, além da linha Ray Harryhausen Presents.
>> HQ MANIACS – por Leandro Damasceno


“EXPLORADORES DO DESCONHECIDO”: FICÇÃO CIENTÍFICA EM HQ NACIONAL ONLINE

quarta-feira | 17 | setembro | 2008


A série de tiras Exploradores do Desconhecido, com textos de Gian Danton (pseudônimo do professor e roteirista amapaense Ivan Carlo) e desenhada por Jean Okada (autor de Kário), ganhou recentemente o seu próprio site, no qual as aventuras da equipe de viajantes espaciais de vários países – incluindo o Brasil – são atualizadas toda semana.

De acordo com os quadrinhistas, a obra é uma ficção científica clássica e francamente inspirada nas tiras de Flash Gordon, no seriado Jornada nas Estrelas e nos livros da série Perry Rhodan. “Há muito tempo não se vê algo assim nas bancas, ou mesmo na web. São poucos os quadrinhos voltados para os fãs de FC, embora esse público seja grande”, escreveu Gian Danton em seu blog.

Para Jean Okada, a publicação da série no formato de tiras periódicas tem a intenção de resgatar todo o clima de expectativa que sempre envolveu essa tradicional maneira de apresentar quadrinhos de aventura.

Na história de estréia – Operação Salto Quântico, já no capítulo 25 -, os aventureiros enfrentam perigos em uma realidade alternativa.
>> UNIVERSO HQ – por Marcus Ramone

Confira a HQ clicando aqui.


HARPER LANÇA NOVO SELO DE FICÇÃO CIENTÍFICA

quarta-feira | 17 | setembro | 2008


A Harper Collins vai lançar um novo selo de ficção científica – Angry Robot –, que se propõe a ter um apelo global e pretende vender direto pela internet diretamente a seus clientes além de usar os canais tradicionais de distribuição.
Os primeiros títulos da Angry Robot serão publicados em julho de 2009. O projeto é iniciar com a produção de dois livros por mês, aumentando para três mensais dentro de dois anos. “Este ano, e não pela primeira vez, outras áreas da mídia como cinema, televisão e jogos de computador tiveram muito sucesso em cima de uma variedade enorme de temas de ficção científica”, disse Gascoigne. A diretora geral da HarperCollins, Amanda Ridout, disse que “Gascoigne é a pessoa perfeita para o cargo.” Chris Michaels, diretor de publicação, fala sobre os autores: “… vamos desenvolver uma nova geração de autores, como Cory Doctorow ou Fiona McIntosh, que tiveram seus primeiros títulos publicados pela Voyager” [outro selo de ficção da Harper].


CONHEÇA “FRINGE” A NOVA SÉRIE DE J.J. ABRAMS

terça-feira | 16 | setembro | 2008

O elenco de "Fringe" com J.J. Abrams à frente

Em função de alguns compromissos que tive esta semana, não consegui atualizar o blog com a regularidade diária que faço. Com isso, atrasei a publicação das apresentações das novas séries que estréiam esta temporada nos EUA, bem como algumas estréias no Brasil. Por isso, atualizo agora.

É público e notório que J.J. Abrams é o “homem da vez” nas séries de TV. Com três sucessos como “Felicity”, “Alias” e “Lost” em seu currículo, Hollywood tem apostado neste jovem produtor, diretor e roteirista que tem como missão dar um novo rumo à franquia de “Jornada nas Estrelas” no cinema. Apesar de não ter o “toque de midas”, como muitos fãs acreditam, Abrams conseguiu apresentar e desenvolver boas idéias ao longo de sua carreira. Não se trata de um inovador, como já li em vários artigos e matérias ao longo dos anos desde que “Lost” estreou. Trata-se de uma pessoa que soube utilizar elementos já explorados anterioremente por outras séries e agregá-los em suas produções. Às vezes dá certo, como foi o caso das séries citadas, outras não.

Em função de ser uma produção que rompeu com a mesmice que estabeleceu-se ao longo dos anos nas séries de TV, que pareciam explorar apenas os mesmos sub-gêneros: detetive, policial, tribunal, hospital etc, “Lost”, a mais popular entre todas as produções de Abrams, está sendo considerada por muitos como revolucionária, graças a seus mistérios e narrativas. Mas, para considerá-la dessa forma eu teria que ignorar a história das séries de TV americanas e, como não ignoro, considero a série evolucionária, visto se tratar de uma evolução da verdadeira revolução que foi “Twin Peaks” para o gênero séries de TV.

De qualquer forma, com a fama que está desfrutando neste momento, Abrams torna-se alvo das expectativas e esperanças de muitos fãs e produtores. Espera-se que cada novo projeto seu seja um sucesso tão bom ou melhor que “Lost”. Com isso, alguns se desapontam, outros insistem em “dar mais um tempo para ver no que dá”. O fato é que, “Fringe” tornou-se a grande esperança da temporada que estreou este mês nos EUA. Após a crise que sofreu com a greve dos roteiristas, poucas são as produções que prometem um bom desempenho nestas estréias e “Fringe” surgiu com a missão de salvar a temporada.

Tendo o episódio piloto vazado na Internet antes de sua estréia, muitos já perceberam que a série não teria o mesmo impacto que “Lost” teve logo no primeiro episódio. Ao ser exibido mais tarde no ComicCon 2008, a série teve uma recepção morna por parte de quem assistiu e publicou alguma crítica a respeito. Na TV, “Fringe” fez sua estréia no dia 9 de setembro, com 9 milhões de telespectadores.

Criada por J.J. Abrams, Alex Kutzman e Roberto Orci, a série não conseguiu provocar boas reações da crítica que a considerou mediana ou apenas uma versão empobrecida de “Arquivo X”, série apontada pelo próprio Abrams como referência à criação de “Fringe” juntamente com “Além da Imaginação/Twilight Zone”. De minha parte, acrescento a série “Sleepwalkers”, produção de 1997 a 1998, que parece ter influenciado a narrativa do laboratório e suas experiências entre as quais, a cena em que Olívia “entra” na mente de seu namorado.

A trama gira em torno da agente do FBI Olívia Dunham (Anna Torv) que investiga o mistério que cerca um vôo em que todos os passageiros e tripulantes chegam mortos ao aeroporto. Ela se une ao cientista Walter Bishop (John Noble), que está internado em um hospício após uma mal sucedida experiência que matou várias pessoas. Bishop é o único que poderá ajudar Olívia, mas nem seu próprio filho, Peter (Joshua Jackson) acredita nisso. As experiências de Bishop estão relacionadas à ciência fringe (daí a origem do título da série), bancada pelo governo nos anos 70, a qual investiga o controle da mente, a telecinese, a projeção astral, a invisibilidade, a mutação genética, etc.

A série começou a tomar forma em janeiro deste ano, quando o elenco foi escalado. O site IMDB chegou a noticiar a contratação de Charlotte Rampling para o elenco, talvez para o personagem de Nina, a mulher que administra uma misteriosa fundação que deverá se desenvolver ao longo da série como uma empresa envolvida em uma teoria da conspiração. A personagem é interpretada por Blair Brown.

Duas semanas antes de sua estréia, a produção lançou uma história em quadrinhos que narra os acontecimentos que precedem a série. Os títulos dos primeiros episódios depois do piloto são: “The Same Old Story”, “The Ghost Network” e “The Arrival”. A série não tem grandes concorrentes, apenas “Dancing With The Stars” poderá representar ameaça já que os demais programas que concorrem com “Fringe” são “Privileged”, “The Mentalist” (que ainda não estreou), “The Real Housewives”, “Greek” e “Eureka”.

“Fringe” ganhou da Fox uma cobertura de marketing que chegou ao exagero: fotos, cartazes (mais de 40), entrevistas e matérias tanto impressas quanto em vídeos e áudios eram disponibilizados regularmente, aumentando com a aproximação da estréia, muito embora nada era dito sobre a produção que já não tivesse sido dito no início. Com isso, a expectativa aumenta e a decepção também. Talvez se não tivessem criado tanta expectativa em torno da série como sendo uma nova obra-prima de Abrams, ela tivesse sido melhor recebida pelo público ou pela crítica.

O fato é que a série terá de usar sua temporada para conseguir se afastar da sombra da fama de Abrams e se desenvolver em seu potencial.
>> TV SÉRIES – por Fernanda Furquim


PRODUTORES DE ‘BATTLESTAR GALACTICA’ FALAM DO FIM DA SÉRIE E PODEM CRIAR NOVA ATRAÇÃO DA SAGA

terça-feira | 16 | setembro | 2008


Um encerramento de “Battlestar Galactica” encarado com tranqüilidade e a idéia de uma nova atração ligada à saga dos últimos terráqueos da galáxia. Assim pode ser definido o momento profissional dos produtores executivos da série, Ronald Moore e David Eick.

Moore e Eick revelaram que a idéia de encerrar a série em sua quarta temporada foi consensual e bem aceita pelo Sci-Fi, canal que exibe e produz a atração. “Chegamos a essa decisão de forma coletiva”, contou Eick à revista MediaBlvd. Moore acrescenta: “A emissora sempre foi muito receptiva ao que queríamos fazer com ‘Battlestar Galactica’ em termos criativos”.

Se o Sci-Fi compreendeu a decisão de “Battlestar Galactica” chegar ao fim, o mesmo pode-se dizer do elenco da série. “Muitos deles entenderam que a série havia chegado ao seu momento final, mas há outros que acreditam que o programa poderia durar mais um pouco. A maioria, porém, está mesmo encarando a próxima temporada de um jeito diferente”, observou Eick.

E as novidades para a última temporada? Finalmente os tripulantes da Battlestar Galactica podem encontrar o planeta Terra. Ronald Moore antecipa: “A série sempre tratou da busca por nosso planeta; e terminá-la sem ao menos falar da Terra seria insatisfatório. Então, pelo menos faremos uma referência ao planeta”.

Se nem mesmo essa notícia animou você, fã de “Battlestar Galactica”, que tal saber que há a chance de surgir uma nova atração baseada na mitologia da série? É o caso de “Caprica”, saga passada antes da trama central de “Battlestar”.

“Estamos muito entusiasmados com a possibilidade de desenvolver o seriado, que trataria basicamente das histórias que viriam culminar com o que descobrimos em ‘Battlestar Galactica’. Não sabemos ainda ao certo a resposta definitiva quanto à realização da série, mas esperamos que tenhamos a chance de realizá-la”, torce David Eick.
>> SÉRIES ETC.


GEORGE TAKEI SE CASA EM CERIMÔNIA REALIZADA EM UM MUSEU

terça-feira | 16 | setembro | 2008

Walter Koenig, o Chekov, e Nichelle Nichols, a Uhura, de "Jornada nas Estrelas", fizeram o papel do padrinho e madrinha do casal.

Uma união anunciada na mesma semana em que a Califórnia tornou legal o casamento entre pessoas do mesmo sexo, George Takei casou-se hoje com seu parceiro, Brad Altman no Japanese American National Museum em Los Angeles.

O local foi criado com a ajuda de Takei para homenagear os japoneses e descendentes de japonesas que viviam nos EUA durante a 2ª Guerra Mundial e foram levados a campos de refugiados. O ator foi uma dessas pessoas que passou algum tempo em um desses campos quando era criança.

Em cerimônia budista presenciada por 200 convidados e que teve a participação do Gay Men´s Chorus of Los Angeles, o ator de 71 anos de idade, famoso por seu trabalho em “Jornada nas Estrelas” e visto recentemente em “Heroes”, que revelou-se publicamente gay em 2005, casou-se com Brad Altman de 54 anos, com quem já vivia há 21 anos.

Entre os presentes estavam senadores, humanitários e outras figuras públicas. Walter Koenig, o Chekov, e Nichelle Nichols, a Uhura, de “Jornada nas Estrelas”, fizeram o papel do padrinho e madrinha do casal. Leonard Nimoy teria sido um dos atores da série que convidado (não há informações ainda se ele compareceu). Já William Shatner parece ter sido convidado, mas não chegou a confirmar sua presença. E visto que os dois não mantém nenhum vinculo de amizade em função de prolongados desentendimentos desde a produção dos anos 60, sua ausência não foi surpresa.

Após a cerimônia, Takei declarou: “que a igualdade tenha vida longa e próspera”, em referência ao cumprimento vulcano que diz “vida longa e próspera”. Takei e Altman viajam para a Argentina e para o Perú em lua-de-mel.
>> TV SÉRIES – por Fernanda Furquim

Abaixo, video matéria de junho quando tiraram a licença de casamento:


JESSICA ALBA SADÔ

segunda-feira | 15 | setembro | 2008

Jessica Alba é uma mulher decente. Ela gosta de estar em campanhas que causam impacto nas pessoas. Desta vez, a Mulher Invisível do Quarteto Fantástico faz uma campanha pra lá de quente, mas para incentivar as pessoas a votarem nos EUA. Um cartaz com forte conotação de que a atriz curte bondage, mais conhecido como prática de sadomasoquismo, é uma das campanhas publicitárias do Governo dos EUA para incentivar os americanos a votarem.

Com uma propaganda assim, fica difícil prestar atenções nos dizeres “Só Você Pode se Calar” e “Declare Você Mesmo“. Para apoiar ainda mais o cartaz sensual de Alba, ela foi a público e falou um pouco mais sobre esta campanha que decidiu participar. “Penso que é importante para os jovens tomar consciência da necessidade que temos neste país de fazê-lo mais politicamente ativo. As pessoas respondem por coisas que chocam, e esta é a idéia de minha campanha”, revelou.

Esta propaganda publicitária tem que ser forte pois nos EUA o voto não é obrigatório e o país sofre com o baixo número de eleitores. “Se você não se registrar, votar, fazer a diferença e mudar as coisas ruins que acontecem em nosso país, essencialmente você deve se auto-mordaçar”, criticou Jessica Alba.

Enquanto a briga rola solta na disputa pela Presidência dos EUA e também nas mesas redondas do Brasil, é bom ver sempre beldades para ser uma descontração nesta época tensa.
>> HERÓI – por Rodolfo Bruno Braz


MAURÍCIO DE SOUSA CONFIRMA POSSIBILIDADE DA TURMA DA MÔNICA JOVEM VIRAR DESENHO ANIMADO NO CARTOON!

segunda-feira | 15 | setembro | 2008


Entre os dias 10 e 14/09, o Shopping Bourbon Pompéia (em São Paulo) recebeu um evento relacionado ao universo de Mauricio de Sousa, com exposições e eventos relacionados às clássicas HQs do estúdio e o mais recente sucesso deles, a Turma da Mônica Jovem. No evento de lançamento do espaço, que aconteceu nesta terça-feira, Mauricio conversou com o Judão e fez revelações importantes, relacionadas à adaptação das HQs do autor para a televisão.

Mauricio de Sousa nunca escondeu a vontade de levar seus personagens para a TV, como já fez antes em várias oportunidades. Na última, a Turma da Mônica ganhou uma curta série animada, exibida pelo Cartoon Network. Agora, de acordo com o próprio quadrinista, há a possibilidade dos personagens voltarem novamente pela Cartoon. Nas palavras do próprio Mauricio:

Temos projetos para desenho animado. E mesmo para a turma jovem. Nós vamos fazer na China. Estou indo novamente para a China para acertar as coisas lá com o maior estúdio de animação do mundo, que faz Tarzan, faz Hanna-Barbera e deve fazer a Turma da Mônica Jovem também.

Interessante, não?

Na mesma entrevista, Mauricio falou um pouco sobre uma notícia que o Judão deu com exclusividade no ano passado, da possibilidade de vermos os Estúdios Mauricio de Sousa publicando um gibi do Homem-Aranha.

Estou devendo isso para a Panini, já que foi atroplelado pelo Ronaldinho Gaúcho, depois pelo Tikara e pela Keyka e agora pelos jovens. Acho que vai sobrar algum tempo para fazer…

Pena, vamos ter que continuar esperando. Será assaz ver uma história do Aranha feita pelo CEO Mauricio!

Como a grande estrela do evento era a Turma Jovem, Mauricio também contou um pouco sobre a dificuldade de envelhecer os personagens e revelou que alguns ainda não tiveram um futuro definido, como o Bidu e o Astronauta, que, de acordo com o próprio Mauricio, pode ter virado um motorista de viagens comerciais interplanetárias, em uma definição que ainda não é a final. De qualquer forma, tanto ele quanto a equipe da revista estão ouvindo as opiniões e críticas dos leitores para encontrar o melhor caminho para o novo título.

Já na apresentação feita para inaugurar o evento, Mauricio demonstrou estar muito contente com as vendas da Turma da Mônica Jovem. Para ele, a nova iniciativa abre duas frentes para explorar com novos produtos, revistas e serviços. Tanto é que, em breve, outros personagens da turma jovem devem ganhar revistas próprias, explorando o universo de cada um. Vamos aguardar!
>> JUDÃO – por Renan Martins Frade


GABRIEL BÁ E FÁBIO MOON ESTRÉIAM TIRA SEMANAL EM JORNAL

segunda-feira | 15 | setembro | 2008


Os desenhistas Gabriel Bá e Fábio Moon conquistaram mais um espaço na mídia impressa. Os irmãos gêmeos estrearam hoje uma tira, chamada “Quase Nada”. As histórias, semanais, serão publicadas na edição de domingo da “Folha de S.Paulo”. A primeira tira é a reproduzida no início desta postagem.

O jornal paulistano dedicou uma matéria para o lançamento da nova série. Na reportagem, os dois autores explicam que a proposta das tiras não será contar piadas. A intenção é contar histórias mais reflexivas, como nesta de estréia. “A idéia é tratar dos relacionamentos cotidianos, sem personagens fixos, a partir de idéias que estão constantemente em nossas cabeças”, disse Moon ao jornal.

O modelo seguido por eles se assemelha ao que Laerte tem feito no mesmo jornal. O trabalho do cartunista na série “Piratas do Tietê” foge do gênero tira cômica. A tira cômica funciona como uma piada. Traz um desfecho inesperado, que leva ao humor. “Gostamos de todas as tiras do Laerte, incluindo as atuais, que estão menos fáceis, mas são geniais”, diz Moon, na mesma reportagem. “Essa liberdade que tem na ´Folha´, de poder fazer tiras assim, que não sejam piadas, nos estimulou a tentar.”

O nome da viria -explica Moon- vem da limitação proporcionada pelo formato da tira. “Pensamos nesse nome porque é basicamente o que dá para contar em uma tira.” Mesmo que limitado, trata-se de um novo espaço conquistado pela dupla. Bá e Moon também fazem uma história por mês para a revista “Época São Paulo”. E tem sido alvo de uma série de reportagens especiais em publicações impressas (aqui).

O motivo a procura dos jornalistas é a vitória no Eisner Awards (leia mais aqui). O prêmio é a principal premiação da indústria norte-americana de quadrinhos. Bá e Moon venceram em três categorias. Uma delas, melhor antologia, foi dividida com outro brasileiro, Rafael Grampá. As outras vitórias foram de títulos desenhados por eles, um por Bá, outro por Moon.

Bá concorre ainda a outro prêmio norte-americano de quadrinhos, o Harvey Awards. Novamente, é pelos desenhos feitos na série “The Umbrella Academy” (mais aqui). Bá foi indicado a um terceiro prêmio, segundo informou nesta semana o site G1. É o “Scream 2008”, especializado em produções de horror, promovido pelo canal Spike TV. O brasileiro disputa nas categorias melhor desenhista e melhor história. Ambas são pela história “The Umbrella Acadamy: Apocalypse Stories”.

No Brasil, eles são finalistas do Prêmio Jabuti de literatura, pela adaptação de “O Alienista”. A obra inspirada no conto de Machado de Assis foi lançada no Brasil no ano passado (aqui). Em 2007, os dois irmãos foram os principais premiados do Troféu HQMix. Ganharam em quatro categorias do prêmio, o principal do país. Na época, a imprensa não deu tanto destaque para a dupla como ocorre agora.
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos