MORRE O ESCRITOR GAÚCHO MOACYR SCLIAR

domingo | 27 | fevereiro | 2011

Escritor teve falência múltipla de órgãos
e morreu à 1h de domingo (27).
Desde 2003, Scliar era membro da Academia Brasileira de Letras.

Moacyr Scliar fez a abertura do Fantasticon 2010 - IV Simpósio de Literatura Fantástica com o tema "O Fantástico e a Literatura Brasileira"

O escritor gaúcho Moacyr Scliar, 73 anos, morreu na madrugada deste domingo (27) no Hospital de Clínicas em Porto Alegre, por falência múltipla de órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC).

Scliar havia sofrido um AVC na madrugada de 16 de janeiro enquanto se recuperava de uma cirurgia no intestino. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o escritor morreu à 1h, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele deve ser velado neste domingo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir das 14h. O sepultamento será na segunda-feira (28), em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Moacyr Jaime Scliar nasceu em 23 de março de 1937, em Porto Alegre. Era casado com Judith, com quem teve um filho, Roberto. Seus pais, José e Sara Scliar, oriundos da Bessarábia (Rússia), chegaram ao Brasil em 1904. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, era especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública, tendo exercido a profissão junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência.

Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi “Histórias de médico em formação”, contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968, publicou “O carnaval dos animais”, de contos, que considerava de fato sua primeira obra.

Publicou mais de 70 livros de diversos gêneros literários – entre eles, os romances “O Exército de um homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e “O centauro no jardim” – e teve textos adaptados para cinema, televisão, rádio e teatro, inclusive no exterior. Era colaborador dos jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo. Desde 2003, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Scliar ganhou três vezes o Prêmio Jabuti – a mais recente, em 2009, com o romance “Manual da paixão solitária”.
>> Do G1, em São Paulo


“RISE OF THE APES”: VEJA A PRIMEIRA IMAGEM DA PREQUELA DE “O PLANETA DOS MACACOS”

domingo | 27 | fevereiro | 2011

Veja James Franco na primeira imagem oficial de Rise of the Apes
Filme ainda não tem estreia prevista no Brasil.

A ficção-científica “Rise of the Apes“, prequela de “O Planeta dos Macacos“, ganhou sua primeira imagem oficial. Nela vemos o protagonista James Franco (“127 Horas“) como o cientista que cria o macaco Caeser, que se torna o líder da revolução que toma todo o planeta Terra.

A trama mostrará um jovem cientista (James Franco, de “127 Horas”) que faz experimentos em macacos em busca da cura para doenças genéticas. Mas uma de suas cobaias, um macaco super inteligente chamado Caesar (Andy Serkis, da trilogia “Senhor dos Anéis”), inicia uma rebelião após ser traído pelos humanos. Desse episódio tem início o conflito que culmina no caos na Terra e a dominação primata.

O elenco também conta com os atores John Ligthgow (da série “Dexter”) e Freida Pinto (“Quem Quer Ser um Milionário?”), Brian Cox (“RED – Aposentados e Perigosos”) e Tom Felton (o Draco Malfoy de “Harry Potter”) . A WETA Digital, empresa do diretor Peter Jackson (da trilogia “O Senhor dos Anéis”), desenvolverá os efeitos visuais do filme. Rupert Wyatt (“The Escapist”) será o diretor e o roteiro é de Amanda Silver e Rick Jaffa (“A Relíquia”). “Rise of the Apes” tem estreia prevista para o dia 23 de novembro de 2011.
>> CINEMA COM RAPADURA – por Camila Fernandes


MUTARELLI: SAGA DE DIOMEDES SERÁ REEDITADA EM VOLUME ÚNICO

domingo | 27 | fevereiro | 2011

A Companhia das Letras planeja reeditar no segundo semestre as histórias do detetive Diomedes, criadas na virada do século pelo escritor e quadrinista Lourenço Mutarelli.

A proposta da editora é reunir num volume único os quatro álbuns, “O Dobro de Cinco” (1999), “O Rei do Ponto” (2000) e as duas partes de “A Soma de Tudo” (2001-2002).

O acordo foi acertado no meio da semana passada e é noticiado em primeira mão pelo blog.

O contrato ainda não foi assinado. Mas tanto autor quanto editora confirmam a publicação.

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“Está combinado. O Mutarelli ligou pra cá e ofereceu o livro. E a gente vai publicar”, disse hoje Thyago Nogueira, editor da Companhia das Letras responsável pelos livros do autor.

O novo título ainda não foi definido. Os originais devem passar por um novo tratamento gráfico. O conteúdo será o mesmo do lido nos álbuns da Devir, primeira a publicar a obra.

Havia nos últimos anos uma disputa entre Mutarelli e Devir sobre os direitos da série. Segundo o autor, o problema já foi resolvido com a antiga editora.

“Está tudo certo. Foi mais um mal-entendido de minha parte do que qualquer outra coisa”, disse Mutarelli, por telefone, agora há pouco.

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O acordo foi intermediado pela RT Features, comandada por Rodrigo Teixeira. A empresa oferece o álbum em quadrinhos e fica com os direitos de adaptação para outras mídias.

Mutarelli acha muito estranha, nas palavras dele, a situação que a reedição irá criar. No entender dele, seus leitores de quadrinhos não leem seus romances. E vice-versa.

“Tem um modismo no momento [sobre quadrinhos]. Eu acho que é algo passageiro. Eu acho que uma hora eles [os editores] vão ver que não vende tanto.”

Foi o que ele chama de modismo que o trouxe de volta aos quadrinhos, arte que ele havia abandonado na metade da década passada para se dedicar à literatura e ao cinema.

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“Eu não voltei porque quis”, diz Mutarelli, numa resposta surpreendente. “Eu voltei porque foi a melhor opção de trabalho que eu tive neste ano.”

Além da reedição das histórias do detetive Diomedes, ele prepara um álbum inédito, também pela RT Features, para ser publicado pela Companhia das Letras.

Mutarelli tem até maio para terminar “Quando Meu Pai Encontrou com o ET Fazia um Dia Quente”, a história de um pai que se vê mentalmente confuso após a morte da esposa.

Ele já desenhou 50 paginas. Falta a outra metade. Se o prazo for cumprido à risca, a editora planeja publicar a obra ainda este ano, no segundo semestre.
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos


“VAMP”: NOVELA SERÁ REPRISADA NO CANAL VIVA EM ABRIL

sexta-feira | 25 | fevereiro | 2011

Trama jovem de Antonio Calmon foi exibida pela TV Globo há 20 anos.
História trazia Claudia Ohana como vampira-roqueira
que sonhava ser mortal

A atriz Claudia Ohana em "Vamp" (Foto: Divulgação)

A atriz Claudia Ohana, a heroína de caninos afiados de "Vamp".

Sucesso da década de 90, a novela “Vamp” será reprisada pelo Canal Viva a partir de 11 de abril. A trama jovem escrita por Antonio Calmon foi originalmente exibida pela TV Globo, entre 1991 e 1992, na faixa das 19h.

“Vamp” tinha como protagonista a atriz Claudia Ohana, que interpretava Natasha, uma roqueira brasileira de sucesso internacional que guardava um segredo: era uma vampira. A moça havia vendido sua alma em troca do sucesso para o conde Vald, vivido por Ney Latorraca.

Outra protagonista da novela era a família do capitão Jonas Rocha (Reginaldo Faria), baseado na fictícia cidade praiana de Armação dos Anjos. Viúvo e pai de seis filhos, o capitão se casava com Carmem Maura (Joana Fomm), viúva e mãe de seis filhos – daí o núcleo jovem da trama, que tinha no elenco os atores Fábio Assunção (Lippi) e Luciana Vendramini (Jade).

No núcleo dos vilões – que também fazia às vezes de núcleo cômico – o destaque era a família Matoso. O clã de vampiros era liderado por Matoso (Otávio Augusto), Mary Matoso (Patrícia Travassos), Matosão (Flavio Silvino) e o mortal Matosinho (André Gonçalves).

Com a direção geral de Jorge Fernando, “Vamp” substituirá “Quatro por quatro” na faixa das 15h30 no Canal Viva.

A emissora tem se destacado na audiência da TV a cabo exibindo novelas da TV Globo, como “Vale tudo” (1988) e “Por amor” (1997).
>> do G1, em São Paulo

Flavio Silvino, Guilherme Leme, Ney Latorraca, Patricia Travassos e Otávio Augusto em cena de 'Vamp'.  (Foto: Divulgação)

Flavio Silvino, Guilherme Leme, Ney Latorraca, Patricia Travassos e Otávio Augusto em cena de 'Vamp'.

 


“CREPÚSCULO – AMANHECER”: ATRIZ ESTREANTE SERÁ FILHA ADOLESCENTE DE EDWARD E BELLA

sexta-feira | 25 | fevereiro | 2011

A atriz estreante Christie Burke entrou para o elenco de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer”. Ela viverá a versão adolescente de Renesmee, a filha de Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson).

Na primeira parte da produção, a versão criança da personagem será interpretada por Mackenzie Foy (série “FlashForward”), de 10 anos. Renesmee vai aparecer em diversas idades durante a segunda parte de “Amanhecer”.

No último capítulo da “Saga Crepúsculo”, que será adaptado para o cinema em duas partes, a jovem Bella Swan (Kristen Stewart) finalmente se casa com o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson), mas ainda humana engravida e dá a luz a uma menina, que é meio humana e meio vampira. Isso causa a ira dos Volturi, que consideram o nascimento um desrespeito à lei e partem para Forks no intuito de destruir os Cullen.

A primeira parte de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer” chega aos cinemas no dia 18 de novembro de 2011 e a Parte 2 no dia 16 de novembro de 2012
>> PIPOCA MODERNA – por Caio Arroyo


POR QUE STEAMPUNK É TENDÊNCIA? PALESTRA SOBRE STEAMPUNK NO CURSO DE COOLHUNTING EM CURITIBA

quinta-feira | 24 | fevereiro | 2011

Quer saber por que os corsets viraram hype na moda? Por que grupos de pessoas se reúnem para fazer picnics vitorianos em várias capitais do mundo? Ou por que raios a nostalgia do passado se infiltra nas tendências do mercado? Mas, afinal o que é steampunk?

Pois no dia 03 de maio às 19h30 vou apontar algumas possíveis respostas a essas e outras perguntas. É quando vou estrear como professora convidada do curso de CoolHunting e Pesquisa de Tendênciasda agência Berlin na Lemon School em Curitiba.

O curso já está na terceira edição e acredito que vai ser uma experiência bem bacana, pois falarei sobre um tema que venho estudando desde 2002, o retrofuturismo e a estética steampunk. Meu enfoque será mostrar como um subgênero da ficção científica sai da literatura e transborda para as mais diversas mídias, a cultura, a moda, etc e como ele entrou em voga em tempos de sites de redes sociais e tecnologias.

Para quem quer entender o comportamento dessa subcultura e como ela saiu do underground ao mainstream, espero indicar alguns caminhos. As inscrições estão abertas. Para mais informações basta acessar cursocoolhunting.com ouberlincool.com.br
>> AS PALAVRAS E AS COISAS – por Adriana Amaral


ATRIZES DE “V” FAZEM PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS SÉRIES

quinta-feira | 24 | fevereiro | 2011

Há algumas semanas foi divulgado que Elizabeth Mitchell fará participação em um episódio de “Law & Order: SVU”, da NBC. Na história, ela será uma professora de piano suspeita de ter assediado sexualmente um de seus alunos. Acontece que Mitchell é uma das atrizes principais do remake de “V”, do canal ABC. Agora saiu a notícia de que a brasileira Morena Baccarin, intérprete da líder alienígena Anna na mesma série, terá participação especial em “The Mentalist”, da CBS.

Embora não seja raro, não é todo dia que atores que estrelam séries em um canal apareçam como convidados em produções de outras emissoras. Geralmente, a ‘troca de figurinhas’ ocorre entre produções da TV aberta e do cabo.

Desde que não disputem a audiência do mesmo dia e horário, tudo depende dos interesses dos envolvidos. De qualquer forma, neste caso não haverá conflitos de interesses. Os episódios de “Law & Order: SVU” e de “The Mentalist” que contam com as presenças de Mitchell e Baccarin somente irão ao ar nos EUA depois que a segunda temporada de “V” tiver encerrado no dia 15 de março.

Entrando em sua reta final, a segunda temporada de “V”  finalizará com um estrondoso cliffhanger (situação em aberto), no qual personagens fixos deverão morrer. Segundo os produtores, os únicos atores que estão salvos são, justamente, Morena Baccarin e Elizabeth Mitchell.

A decisão de se produzir um final em aberto foi tomada mesmo sabendo que a série tem chances de não ser renovada em função da baixa audiência.

Por curiosidade: na história de “The Mentalist”, Morena interpretará a diretora de uma agência de encontros. O nome de sua personagem é Erica…repararam na ironia? Morena terá o nome da personagem de Elizabeth Mitchell em “V”. Para quem não assiste essa produção, as duas são inimigas. Será que o personagem de Elizabeth em “Law & Order: SVU” se chamará Anna?
>> VEJA – por Fernanda Furquim


PRÊMIO NEBULA (EUA): CHRISTOPHER KASTENSMIDT É FINALISTA NA EDIÇÃO 2011

quarta-feira | 23 | fevereiro | 2011

A noveleta de fantasia brasileira
O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara
é finalista do prêmio mais importante
da Literatura Fantástica nos Estados Unidos

Conhecido como o Oscar da literatura fantástica por ser votado pelos profissionais da área, o Prêmio Nebula destaca, anualmente, os melhores trabalhos de ficção científica e fantasia publicados nos Estados Unidos. Na edição 2011, um dos finalistas é conhecido do público-leitor do gênero no Brasil. O norte-americano Christopher Kastensmidt, que vive no País há mais de 10 anos e reside em Porto Alegre (RS), está concorrendo na categoria melhor noveleta do Nebula com a história O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara (Devir, 128 pág., R$ 15,90)

Essa primeira aventura da dupla de heróis criada por Kastensmidt fez sua estreia na revista norte-americana Realms of Fantasy (uma das mais importantes da área) em abril de 2010, com o título The fortuitous meeting of Gerard van Oost and Oludara. No Brasil, O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara foi lançado em São Paulo pela Devir Editora no fim de 2010, no primeiro volume da coleção Duplo Fantasia Heróica. Em Porto Alegre, o lançamento ocorreu em janeiro de 2011. Ao contrário da grande maioria dos lançamentos do gênero, essa história é ambientada em território brasileiro.

A série, que terá continuação, é intitulada A bandeira do elefante e da arara, ou The elephant and macaw banner. Para divulgar a série, o escritor criou um site, onde publica arte, notícias e explicações sobre as referências históricas e culturais da série. O endereço é http://www.eamb.org/brasil/.

Assim como os antigos bandeirantes, O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara também rompe o Tratado de Tordesilhas e abre o território e cultura brasileira para a literatura do tipo espada e feitiçaria — engendrada por escritores como Robert E. Howard (criador de Conan) e Fritz Leiber (criador da dupla Fafhrd e Gatuno) —, que combina aventura e criaturas sobrenaturais e fantásticas.

Na noveleta, Kastensmidt apresenta os personagens Van Oost, um aventureiro e viajante holandês, e Oludara, um guerreiro ioruba tomado como escravo. Eles se encontram em Salvador durante o Brasil Colônia, dispostos a, com muita astúcia e coragem, formar uma dupla de herois como nunca se viu.

Christopher Kastensmidt nasceu nos Estados Unidos, mas vive no Brasil há mais de dez anos, residindo em Porto Alegre. Cursou engenharia de computação na Rice University, em Houston, Texas. No Brasil, foi sócio da empresa Southlogic Studios, que mais tarde foi vendida para a Ubisoft, uma empresa multinacional de videogames junto à qual Kastensmidt se tornou diretor criativo. Criou o conceito original e design do jogo brasileiro mais vendido no exterior, o Casamento dos Sonhos, com mais de um milhão de vendas. Atualmente é professor e consultor, especialista em criação de narrativas e propriedade intelectual. Já publicou ficção em diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Dinamarca, Escócia, Grécia, Polônia e República Checa.

PRÊMIO NEBULA – O Prêmio Nebula é organizado pela Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA – www. www.sfwa.org). A cerimônia de entrega ocorrerá no final de semana de 19 a 22 de maio de 2011, em Washington – DC. Reconhecidos escritores do gênero fantástico como Isaac Asimov, Arthur C. Clarke e Neil Gaiman já foram premiados no Nebula. O site oficial do prêmio é www.nebulaawards.com. A lista completa de finalistas, divulgada no dia 22/fevereiro, está publicada em http://www.sfwa.org/2011/02/2010-nebula-nominees/.

Duplo Fantasia Heróica –
O ENCONTRO FORTUITO DE GERARD VAN OOST E OLUDARA, de Christopher Kastensmidt.
A TRAVESSIA, de Roberto de Sousa Causo (que também integra a edição)

(http://www.devir.com.br/literatura/fantasia_duplo-fantasia-heroica_v01.php)


SÉRIES DE TV: O QUE ESPERAR DA PRÓXIMA TEMPORADA?

terça-feira | 22 | fevereiro | 2011

Os canais dos EUA, em especial a rede aberta, estão passando pelo período de produção de pilotos de novos projetos que serão avaliados. Alguns serão aprovados e transformados em séries de TV, outros poderão passar pelo processo de reestruturação, que leva à produção de um novo piloto (antes que uma decisão definitiva seja tomada) e outros serão descartados; estes poderão ser oferecidos a outros canais ou, simplesmente, esquecidos.

A avaliação desses pilotos por parte dos executivos dos canais deverá ter início a partir do mês de abril. A encomenda de novas séries deverá começar a ocorrer em seguida, juntamente com os anúncios de cancelamentos de produções atuais. Assim, as séries de baixa audiência abrem espaço na programação para as estreias de novas séries. Os canais têm até o final do verão americano (que termina em agosto) para definir a grade da temporada 2011-2012, que tem início em setembro.

A cada ano, a divulgação de novos projetos e pilotos encomendados permite uma ‘leitura’ do perfil que terá as próximas temporadas americanas. Apesar de todas as mudanças tecnológicas e do surgimento de novas mídias, o comportamento básico (ou tradicional) dos canais prevalece. E o que existe de mais tradicional na TV americana é: o que fizer sucesso nas temporadas anteriores abre caminho para as próximas. É por isso que, ao longo das décadas, vimos surgir uma gama enorme de produções com repetições de temas, readaptações de situações e personagens. Mesmo aquelas produções que trazem algo de novo concentram repetições dentro de seu conteúdo. A diferença fica por conta da forma criativa com a qual os roteiristas e produtores trabalham essas questões.

Como já comentei antes, a TV americana passa pelo tradicional momento de transição entre uma década e outra. A cada década são produzidas séries que definem seu período. No entanto, nos últimos dois anos, os canais americanos ainda não conseguiram oferecer produções que sejam capazes de estabelecer o perfil do que será produzido nos próximos dez anos.Alguns sucessos isolados aqui e ali, mas que ainda não se estabeleceram como produções bases deste período. De qualquer forma, a nova leva de episódios pilotos encomendados para avaliação traz algumas ‘leituras’ interessantes.

Para a temporada de 2011-2012, foram desenvolvidos centenas de projetos, muitos dos quais não chegaram à encomenda de roteiros. Daqueles que receberam a encomenda de um episódio piloto para avaliação temos, por alto (posso ter deixado escapar algum) 100 dramas e 37 comédias (sendo que alguns projetos não tiveram seus gêneros divulgados, portanto eles foram considerados dramas).

A maioria são pilotos para canais abertos. Poucos foram os canais a cabo que divulgaram quais projetos estão com pilotos encomendados. Entre os pilotos que estão sendo produzidos, 32 são policiais ou de espionagens, 14 de ficção científica/fantasia, seis são dramas médicos, cinco de época, cinco jurídicos e três musicais.

A produção de séries de uma nova temporada explora o que foi sucesso nas anteriores. Desta forma, é fácil compreender os motivos pelos quais o gênero policial ainda é importante. Visto se tratar de histórias que agregam diversos elementos importantes no desenvolvimento de personagens e situações, eles ainda são os favoritos do público e, portanto, dos canais.

Um drama policial permite acompanhar personagens que vivem situações emocionais extremas, colocando-os entre a vida e a morte, o que gera conflitos pessoais. O gênero oferece relacionamentos humanos; situações que obrigam pessoas a confiarem umas nas outras; trabalho de equipe; soluções de ‘quebra-cabeças’; explorar conspirações; debates morais e sociais; e, é claro, cenas de perseguições, tiroteio e explosões.

Vale a pena ressaltar que a maioria das produções que marcaram a primeira década do século XXI ainda não conseguiram influenciar o perfil das novas produções, com exceção de um projeto ou outro. A série “24 Horas” é ‘vista’ em apenas três pilotos dos 32 dramas policiais/espionagens que foram encomendados: “Homeland”, para o canal Showtime, “Meet Jane”, para o Lifetime, e “Exit Estrategy”, para a Fox, que já lançou “Human Target” para substituir “24 Horas”.

A série “Lost” é ‘traduzida’ por seu ambiente e por sua narrativa paralela. Depois da estréia de “Off the Map”, em que temos um grupo de médicos tentando sobreviver às precariedades de uma clínica em um local isolado da América Latina, o canal ABC desenvolve “The River”. A história gira em torno de uma equipe de um programa de TV, que se perde na Amazônia. Suas famílias e amigos reúnem um grupo de resgate que parte para o local onde enfrentará diversos problemas.

“Terra Nova” também pode se enquadrar como uma influência de “Lost”, já que temos pessoas viajando pelo tempo, chegando a um local isolado e tentando sobreviver ao ambiente enquanto enfrentam os ‘outros’ que lá vivem. Ao invés de ursos polares ou fumaças cinzentas, os ‘sobreviventes’ de uma época distante enfrentam dinossauros e outros animais da pré-história.

No gênero ficção científica, destacam-se três produções que, também, podem se revelar como influências de “Fringe”. A primeira é “Alcatraz”, projeto que está sendo desenvolvido para o mesmo canal e com os mesmos responsáveis da série que, volta e meia, corre o risco de ser cancelada. Na história, temos um grande mistério em torno de uma situação que pode ser o resultado de universos (ou linha de tempo) paralelos.

O mesmo canal prepara outra produção nessa linha: “Locke & Key”, história com base em HQ que explora ambientes paralelos ao contar a história de uma família que descobre dentro de sua casa um portal capaz de levá-los a uma realidade diferente daquela em que vivem. O terceiro projeto é do canal NBC: em “REM” temos um policial que descobre estar vivendo em duas realidades diferentes. Se produzido, também pode ser apontado como influência direta de “A Origem”.

Por influência de “Glee” a TV americana investiu na produção de três pilotos de séries musicais. No entanto, foram desenvolvidos cerca de 10 projetos nessa linha: “Smash”, para a NBC, sobre os bastidores de produção de um musical da Broadway;  “Grace”, para a ABC,  situado no mundo da dança; e “Patito Feo”, da MTV, versão americana de uma série argentina voltada para o público adolescente.

Outro gênero que parece estar despertando o interesse dos canais é o faroeste. Com o sucesso de “Justified” e do filme “Bravura Indômita”, vários projetos foram desenvolvidos nessa linha, mas apenas três sobreviveram até agora. Seguindo a abordagem de “Justified” temos “Longmire”, para o canal A&E. Tal qual a série do canal FX, este projeto também é uma adaptação de obra literária, sobre um delegado do interior, de moral elevada, solitário, que dita suas próprias regras. A CBS tinha algo parecido, com “Desperado” (também adaptação de livro), mas tudo indica que o projeto não foi adiante. Já a NBC investe em “The Crossing”, ambientada no período pós-Guerra Civil. Lembrando que o AMC já encomendou a série “Hell on Wheels”, sobre a construção de uma ferrovia.

O projeto de comédia “Brave New World”, da NBC, faz uma variação sobre o tema ao apresentar um grupo que vive nos tempos atuais, trabalhando em um parque temático que recria o período no qual viveram os pioneiros americanos.

Outra série que influencia no momento é “Mad Men”, que trouxe de volta o interesse dos canais em produzir histórias ambientadas no passado recente. Foram vários projetos propostos, mas apenas dois ganharam a encomenda de um episódio piloto. Justamente aqueles que eram situados na década de 1960: “Pan Am”, pela ABC, sobre comissárias de bordo; e “Playboy”, pela NBC, sobre garçonetes em um clube noturno. Ainda existe um terceiro projeto em desenvolvimento, mas sem um canal definido: “The Drivers”, produção de Ridley Scott sobre o circuito automobilístico desse mesmo período.

Talvez influenciado por “Sherlock Holmes”, dois projetos chamam a atenção: “Poe”, no qual temos o escritor Edgar Allan Poe solucionando mistérios, e “Among Spirits”, em que Houdini e Arthur Conan Doyle fazem o mesmo. O primeiro é da ABC e o segundo do SyFy. Na linha fantasia, temos projetos de contos de fadas (“Once Upon a Time” e “Grimm”), bruxas e demônios (“Secret Circle”) e zumbis (“Awakening”), mas nada que por enquanto seja significativo.

A maioria dos pilotos que se enquadram no gênero dramático é voltada para as relações familiares ou de trabalho, mas existem alguns dramas políticos (“Georgetown” e “Projeto de Morgan Spurlock”) e sociais (“Hallelujah” e “Muscle”).

Como podem ver, são poucos projetos que propõem alguma mudança na abordagem do tradicional policial-médico-tribunal-família. As informações sobre a narrativa que será adotada por cada projeto são escassas, portanto é difícil saber se eles trarão alguma novidade. De qualquer forma, a expectativa é a de que a nova temporada apresente produções que comecem a definir o perfil da próxima década da TV americana.

>> VEJA – por Fernanda Furquim


“UBIK”: O DIRETOR MICHEL GONDRY QUER LEVAR LIVRO DE PHILIP K. DICK AOS CINEMAS

terça-feira | 22 | fevereiro | 2011

Michel Gondry, diretor de Rebobine, Por Favor e do novíssimo O Besouro Verde, revelou algo que pode deixar os fãs de ficção científica muito animados: está trabalhando em uma adaptação de Ubik, de Philip K. Dick, para os cinemas.

A notícia foi dada ao site Allocine durante o lançamento da exposição L’Usine de Films Amateurs, organizada por Gondry no Centro Georges Pompidou, em Paris.

O diretor, porém, não deu detalhes sobre o projeto. Os fãs, talvez, tenham que aguardar um bom tempo para ver a adaptação.

Ubik foi eleito, em 2005, pela revista Time um dos cem melhores romances de língua inglesa. É também considerado uma das obras mais alucinantes e criativas de Dick, um mestre da ficção científica. Já Gondry, é conhecido por seus filmes peculiares, repletos de originalidade, um mestre do cinema moderno. Assim, podemos considerar que Ubik estará em boas mãos.

Outros obras de Dick já inspiraram filmes de grande bilheteria, como Blade Runner (1982) eMinority Report – A nova lei (2002).  A adaptação de um conto do autor, Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau), está previsto para estrear no Brasil em abril, com Matt Damon e Emily Blunt no elenco.

Ubik, a trama

Em uma sociedade futurista, Glen Runciter é dono de uma empresa responsável por rastrear psis, indivíduos com habilidades especiais, como telepatas e precogs. Ele e seus funcionários caem na armadilha de uma empresa rival, e Runciter morre. Seus funcionários passam a receber estranhas mensagens de Runciter em moedas e embalagens de cigarro. O tempo começa a retroceder e eles terão que lutar contra a degeneração física e mental. A solução pode estar no spray Ubik, mas conforme a trama se desenvolve, menos fica claro quem realmente precisa ser salvo.

O livro foi lançado em 2009 pela Editora Aleph.

– Faça o download do primeiro capítulo.


DEVIR LANÇA PRIMEIRA ANTOLOGIA BRASILEIRA DE FICÇÃO CIENTÍFICA POLÍTICA

terça-feira | 22 | fevereiro | 2011

Anunciado o lançamento da antologia Assembleia Estelar: Histórias de Ficção Científica Política, (Devir Livraria, selo Pulsar, 408 páginas, R$ 39,90).organizada pelo jornalista e cientista político Marcello Simão Branco,

Com histórias de Bruce Sterling (Estados Unidos), Ursula K. Le Guin (EUA), Fernando Bonassi, Orson Scott Card (EUA), André Carneiro, Henrique Flory, Flávio Medeiros Jr., Ataíde Tartari, Daniel Fresnot, Carlos Orsi, Roberto de Sousa Causo, Miguel Carqueija, Luís Filipe Silva (Portugal) e Roberval Barcellos.

Se é verdade que a ficção científica está mais associada aos temas da exploração do espaço, seres extraterrestres, viagens no tempo ou realidade virtual, ela também possui uma ampla relação com a política. A começar pela presença em narrativas utópicas que idealizaram civilizações mais virtuosas, posteriormente na presença de assuntos políticos nos enredos das histórias contemporâneas de FC, especialmente aquelas que exploram novas utopias, distopias ou sociedades alternativas, mas também especulações sobre a realidade social e política, tratando das instituições da democracia, da globalização e dos conflitos internacionais.

Assembleia Estelar é uma antologia inédita neste tema no Brasil, e desenvolve essa relação de afinidade sublinhando que a extrapolação sobre as formas de organização política, além de estar na gênese do gênero, tem muito a ser explorada. Esta é a principal intenção através de quatorze contos, com a presença de autores como os norte-americanos Bruce Sterling, Orson Scott Card e Ursula K. Le Guin, esta com seu conto “O Dia Antes da Revolução”, vencedor do Prêmio Nebula 1974. Além deles, Luís Filipe Silva, Daniel Fresnot, André Carneiro, Fernando Bonassi, Carlos Orsi, Ataíde Tartari, Miguel Carqueija, Henrique Flory, Flávio Medeiros Jr., Roberto de Sousa Causo e Roberval Barcellos contribuem com interpretações ficcionais de cenários históricos, sociedades ideais ou de pesadelo, investigações sobre configurações e efeitos das instituições políticas, além de possíveis guerras no futuro.


Sobre Assembleia Estelar:
“A ficção científica é o mais político dos gêneros literários: seus temas privilegiados são a opressão e a resistência, a guerra, as diferentes modalidades do exercício do poder ou a relação entre o ser humano e o meio ambiente. Os contos deste volume falam de eleições e parlamentos, de estadistas e de ditadores, de guerrilheiros e senadores. Mas falam, principalmente, de mundos alternativos, de realidades possíveis que não se realizaram. Partilham a convicção de que, longe de ser destino, a sociedade humana é fruto das escolhas que seus habitantes fazem.”
Luis Felipe Miguel, Professor de Ciência Política da Universidade de Brasília.

“Marcello Simão Branco organizou uma antologia com histórias variadas e interessantes, ressaltando mais a política brasileira em vez da estrangeira, já que constam três autores norte-americanos (Le Guin, Card e Sterling), entre eles, os mais conscientes de diferenças culturais e conhecedores da cultura brasileira ou latinoamericana. O restante dos autores estão mais sensibilizados sobre a condição do gênero no Brasil. Com os temas da redemocratização no Brasil, mundos distópicos, histórias alternativas, caos urbano, o consumismo, a tecnologia, Assembleia Estelar tem tudo para repercutir e provocar variados debates tanto para o leitor experiente, como para o iniciante do gênero.”
M. Elizabeth Ginway, autora de Visão Alienígena: Ensaios Sobre Ficção Científica Brasileira e Professora Associada na Universidade da Flórida, em Gainesville.


I JORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: 1ª CHAMADA DE TRABALHOS

terça-feira | 22 | fevereiro | 2011

Quando: 23 a 26 de agosto de 2011

Onde: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP)

Endereço: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Butantã, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Proposta: divulgação de avanços científicos relacionados às histórias em quadrinhos nas diversas áreas do conhecimento, de modo a promover o intercâmbio de novos saberes e experiências.

Público-alvo: pesquisadores de histórias em quadrinhos, estudantes (doutorandos, mestrandos, graduandos), profissionais da área e interessados em geral.

Formato: conferências, mesas redondas, apresentação de trabalhos orais.

Formas de participação: comunicação oral, ouvinte

Inscrição: no site do evento, a partir de 1º de março

Quanto:

  • Até 31.03 – Graduandos (R$ 50), pós-graduandos (R$ 100), pesquisadores e interessados (R$ 150)
  • Até 31.05 – Graduandos (R$ 75), pós-graduandos (R$ 125), pesquisadores e interessados (R$ 175)
  • Até 31.07 – Graduandos (R$ 100), pós-graduandos (R$ 150), pesquisadores e interessados (R$ 200)
  • Obs.: comprovante de depósito deverá ser escaneado e enviado ao e-mail jornadasinternacionais@gmail.com

Realização: Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA/USP

Apoio: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo

Submissão de trabalhos

  1. Todo o processo de encaminhamento de resumos e trabalhos será feito via site do congresso. O endereço será informado no blog do evento (http://jornadasinternacionais.wordpress.com), via Twitter (http://twitter.com/jornadashq) e no blog do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP (http://observatoriodehistoriasemquadrinhos.blogspot.com/).
  2. Envio dos resumos: até 31 de março
  3. Aceite dos resumos: até 30 de abril
  4. Envio dos artigos (só para quem teve o resumo aceito): até 31 de maio
  5. Aceite dos artigos: até 30 de junho

Obs.:

  • só poderá submeter artigo quem já tiver efetuado o pagamento da taxa de inscrição
  • a avaliação dos resumos e artigos será feita pelo Conselho Científico do congresso
  • os prazos de submissão não serão prorrogados

Eixos temáticos

1)      Quadrinhos e literatura
2)      Quadrinhos e cinema
3)      Quadrinhos e identidade
4)      Quadrinhos e história
5)      Quadrinhos e humor
6)      Quadrinhos e jornalismo
7)      Quadrinhos e linguagem
8)      Quadrinhos e mercado
9)      Quadrinhos e novas tecnologias
10)    Quadrinhos e educação
11)    Quadrinhos e cidadania
12)    Quadrinhos e arte
13)   Quadrinhos e cultura
14)   Quadrinhos e sociedade
15)   Quadrinhos e gêneros textuais/do discurso

Informações para apresentação de trabalhos orais

Só serão apresentados trabalhos orais cujos resumos tenham sido aprovados pela Comissão Científica e cujos trabalhos tenham sido submetidos aos Anais do evento. As apresentações devem ter a duração máxima de 15 minutos. O apresentador poderá utilizar power point. O arquivo deverá ser entregue com antecedência ao responsável pela sala.

Normas para submissão dos resumos

Cada resumo deverá conter, obrigatoriamente:

  • Indicação do Eixo Temático
  • Objetivo
  • Fundamentação teórica
  • Metodologia
  • Resultados parciais/conclusões preliminares
  • Referências bibliográficas

O resumo deverá ter entre 400 e 500 palavras. O prazo final para envio é 31 de março. A data não será prorrogada.

Normas para Submissão de Trabalhos Científicos para os Anais

  1. Os trabalhos científicos deverão ser enviados exclusivamente por meio da área restrita do participante, disponível no site do evento. Não serão recebidos trabalhos enviados por e-mail ou correio.
  2. O(s) autor(es) deverá(ao) obrigatoriamente se inscrever no evento antes do envio do trabalho. Somente os trabalhos aprovados e com o(s) autor(es) inscritos no evento e com pagamento efetivado serão inseridos na programação e publicação dos anais.
  3. Cada autor poderá submeter no máximo 2 trabalhos, desde que em eixos temáticos diferentes.
  4. Cada trabalho poderá ter um autor e até dez coautores.
  5. A avaliação do trabalho será feita pela Comissão Científica após a aprovação do resumo; o trabalho deverá ter no máximo 12 páginas, incluindo as referências, conforme modelo definido pela Coordenação, a ser divulgado.
  6. Mensagens relacionadas ao status de avaliação/aceitação ou não do trabalho serão enviadas por meio de e-mail informado na ficha de inscrição do(s) autor(es).
  7. Os trabalhos que não estiverem de acordo com as normas de submissão serão automaticamente desconsiderados para os anais.
  8. As normas de padronização dos artigos serão informadas no site do congresso.
  9. Para outras informações, enviar e-mail para jornadasinternacionais@gmail.com.
  10. Quaisquer dúvidas serão dirimidas pela Comissão Organizadora.

Comissão organizadora

  • Waldomiro Vergueiro (ECA/USP)
  • Paulo Ramos (Unifesp)
  • Nobuyoshi Chinen (Faculdades Oswaldo Cruz)

Conselho Científico
Ana Merino (University of Iowa/Estados Unidos)
Andréa Nogueira (SESC/São Paulo)
Antonio Vicente Pietroforte (USP/São Paulo)
Edgar Franco (UFG/Goiás)
Eduardo Calil (UFAL/Alagoas)
Elydio dos Santos Neto (UMSB/São Paulo)
Gazy Andraus (UNIFIG/São Paulo)
Geisa Fernandes (Observatório de Histórias em Quadrinhos/Rio de Janeiro)
Héctor D. Fernandez L´Hoeste (Georgia State University/Estados Unidos)
Henrique Magalhães (UFPB/Paraíba)
Laura Vazquez (UBA/CONICET/Argentina)
Márcia Mendonça (Unifesp/São Paulo)
Maria da Penha Lins (UFES/Espírito Santo)
Marilda Queluz (UFTRP/Paraná)
Octávio Aragão (UFRJ/Rio de Janeiro)
Patrícia Borges (Observatório de Histórias em Quadrinhos/São Paulo)
Paulo Ramos (Unifesp/São Paulo)
Roberto Elísio dos Santos (UMSC/São Paulo)
Selma Meireles (USP/São Paulo)
Sonia Luyten (São Paulo)
Valéria Bari (UFS/Sergipe)


PETRALHAS!: ENTENDA A POLÊMICA SOBRE O TERMO QUE APARECEU NO “BATMAN”

domingo | 13 | fevereiro | 2011

Nojentos, horríveis, asquerosos, odiosos, sórdidos,
malcriados, repelentes, vis, desagradáveis,
indecentes, torpes, trapaceiros, vigaristas…
Ou seja: PETRALHAS!

batman

A história que vou contar poderia ser divertida não fosse expressão de um fascismo ainda suave que vai se insinuando na sociedade brasileira, especialmente no ambiente da cultura. Em nome do bem ou da liberdade, grupos de pressão tentam impor a sua agenda e calar seus adversários. É a turma que queria e ainda quer o “controle social da mídia”… Patrulham tudo: blogs, revistas, jornais, sites noticiosos, a ombudsman da Folha, programas de televisão, livros e, acreditem!, até gibis do Batman! Leitores me enviaram links de alguns blogs verdadeiramente espantosos. Não sei se é o autoritarismo que alimenta a burrice ou a burrice que alimenta o autoritarismo. É provável que seja uma coisa e outra, num ciclo realmente perverso.

No alto, vocês vêem a capa de uma revista (é assim que a gente chama? Não entendo nada desse assunto!) do Batman, publicada no Brasil pela Editora Panini. O bandidão dessa história, de Grant Morrison (roteiro) e Cameron Stewart (desenhos), é o “Rei Perolado”. Pois bem, num dado momento, uma das personagens se refere ao facinoroso como “petralha”. No original, em inglês, emprega-se “nasty”. A felicíssima tradução é de Caio Lopes. Quando uma pessoa é “nasty”, ela pode ser nojenta, horrível, asquerosa, odiosa, sórdida, malcriada, repelente, vil, desagradável, indecente, torpe e coisas desse paradigma… Em suma, é uma “petralha”. Caio marcou um golaço! Uma tradução busca na outra língua não o sinônimo frio, mas o termo que tem, além do significado semelhante, a mesma carga cultural. Não conheço a história, mas suponho que o “Rei Perolado” também deva ser trapaceiro, vigarista, essas coisas. Ou seja: UM PETRALHA!!!

Vocês acreditam que os petralhas resolveram reagir? “Como ousam usar uma palavra criada pelo Reinaldo Azevedo?” Há blogs protestando contra o que seria a “ideologização” da tradução! De fato, o neologismo é meu: trata-se, originalmente, da fusão de “petista” com “metralha”, dos Irmãos Metralha, os ladrões. Generoso, já disse até na TV que nem todo petista é petralha, mas todo petralha é petista. O que isso quer dizer: nem todo petista rouba, mas sempre que alguém roubar e tentar dizer que é para o bem do Brasil, não duvide: é um petista! Os ladrões dos outros partidos têm ao menos a honestidade dos bandidos: pegos em flagrante, jamais dizem que fazem safadeza em nome da causa. Adiante!

O vocábulo fugiu ao meu controle e foi virando sinônimo de gente que não presta. Não é a primeira vez que isso acontece na língua.

Esses caras são tão dedicados na sua patrulha que um Zé Mané aí se orgulha de ter, acreditem!, entrado em contato com a editora para reclamar. Márcio Borges, diretor de marketing e da área comercial da editora, deu uma resposta excelente, que merece nosso aplauso:
“A Panini considera o termo ‘petralha’ uma gíria que vem se popularizando no Brasil e, independente da origem do termo, não é mais utilizado no linguajar popular apenas com conotação política, mas como sinônimo para ‘asqueroso’, ‘nojento’ etc. A empresa ressalta que não tem qualquer intenção de utilizar seus produtos editoriais de entretenimento para fins políticos.”

Parabéns, Borges! Não se deixe patrulhar por desocupados. O inconformado missivista não gostou da resposta da editora e observou que o termo ainda não está dicionarizado. Pois é! Junta a ignorância ao autoritarismo. Está, sim!

“Petralha” e variantes – “petralhada” – já figura no “Grande Dicionário Sacconi” da língua portuguesa, conforme se pode ver abaixo. A definição é deliciosa. Leiam:

sacconi
petralha1petralha-dois

Espantoso
O que há de espantoso na corrente contra o emprego da palavra na tradução de uma revista do Batman? Os que protestam alegam que o termo incentiva a “intolerância”. Outros dizem que se trata de um abuso da “liberdade de expressão”!!! Como eles são muito tolerantes, então defendem a censura, entenderam?

De resto, ainda que “petralha” não tivesse caído na boca do povo com esse sentido mais amplo, ainda que continuasse a ser apenas o que era na origem – “petista + metralha” -, pergunto: o que há de errado em combater petista ladrão?

Bem, queridos, não sei se a revista ainda está nas bancas, mas vou comprar a minha, hehe. E os convido a torrar alguns tostões fazendo o mesmo, até como ato de desagravo ao achado lingüístico do tradutor e à editora, que teve de agüentar a patrulha boçal.

Não adianta! Vão ter de conviver com este fato:  “petralha”, agora, faz parte da língua. E só foi parar no dicionário porque, afinal, existem os petralhas. A patrulha a um gibi e a uma editora prova que  existem e que têm de ser combatidos.

Freqüentemente, também eu alargo o sentido da minha criação e emprego “petralha” como sinônimo de “fascista”. Faz ou não faz sentido?
>> VEJA – por Reinaldo Azevedo


PORTAL FAHRENHEIT: EVENTO DE CELEBRAÇÃO DO PROJETO LITERÁRIO DE FICÇÃO CIENTÍFICA (SP)

segunda-feira | 7 | fevereiro | 2011


Projeto Portal é uma revista de contos de ficção científica com periodicidade semestral, editada no sistema de cooperativa. A pequena tiragem — duzentos exemplares de cada número — será distribuída entre acadêmicos, jornalistas e formadores de opinião. Serão no total seis números (de papel e tinta, não online). Cada número da revista homenageia, no título, uma obra célebre do gênero: Portal Solaris, Portal Neuromancer, Portal Stalker, Portal Fundação, Portal 2001 e Portal Fahrenheit.

O que? Celebração do Projeto Portal de ficção científica brasileira.
Quando? 12 de fevereiro, das 15h às 17h
Onde? Biblioteca Viriato Corrêa – Espaço de Convivência
Como chegar? Por aqui.
O que acontecerá?

  • Sorteio de exemplares
  • Stand-up comedy
  • Leituras dramáticas
  • Espetáculo musical.

Quanto custa? Entrada franca.

Projeto Portal


NELSON DE OLIVEIRA RECEBE O PRÊMIO CASA DE LAS AMÉRICAS

sexta-feira | 4 | fevereiro | 2011

O escritor Nelson de Oliveira é o vencedor nacional da edição deste ano do prêmio Casa de las Américas. Ele concorria com a obra Poeira: Demônios e Maldições na categoria Literatura Brasileira.

“O romance se destaca pela eficácia de sua estrutura, que propõe um diálogo entre o discurso do relato e um discurso de paisagens oníricas e níveis elaborados a partir de jogos radicais com a linguagem. Esta dualidade conduz o livro a uma posição renovadora que pretende mostrar o nuevo caminho da ficção tratando de enfrentar um mundo irreverente e caótico”, diz a justificativa do júri.

“O romance é movido pelo impulso da literatura de pensar a si mesma, de se colocar em uma posição de protagonista, de onde pode contemplar as próprias crises. Isso faz do território do livro uma zona de vertigem capaz de proporcionar ao leitor uma experiência cheia de interrogações e dúvidas”, segue o texto.

O júri é formado por Marcos de Moraes (Brasil); Trinidad Pérez (Cuba) e Ricardo Alberto Pérez (Cuba).  Os brasileiros Mariana Ianelli (com o livro de poemas Treva Alvorada) e Orlando Senna (com o romance Os Lençóis e os Sonhos) receberam menção honrosa.
>> REVISTA VEJA


“DUNA”: EXCEPCIONAL CLÁSSICO DA FICÇÃO CIENTÍFICA É RELANÇADO PELA ALEPH

sexta-feira | 4 | fevereiro | 2011

Para quem ainda não leu, essa é a oportunidade de conhecer um dos maiores e mais importantes clássicos da ficção científica.Duna, de Frank Herbert (1920-1986), estava esgotado em sua edição original dos anos 1980, assim como as cinco sequências que contam a saga de Paul Atreides, posteriormente conhecido como Muad’Dib.

Publicado em 1965, Duna (Editora Aleph, 544 páginas
R$ 56,00) ganhou os prêmios Hugo e Nebula em 1966, dois dos mais importantes do gênero, e alavancou a carreira de Frank Herbert. Apesar de ter publicado sua primeira história de ficção científica em 1952, com o conto “Looking for Something?”, na revista Startling Stories, nos anos seguintes ele produziu menos de 20 contos e o thriller de fc The Dragon on the Sea (1956).

Mas foi Duna que provocou o verdadeiro impacto na literatura do gênero. Na verdade, antes de 1965, quando o livro foi publicado; Dunacomeçou a ser apresentado nas páginas da revista Analog – a antiga Astounding Science Fiction, uma das mais importantes da história do gênero, atuando desde 1930 – entre 1963 e 64, com o título “Dune World”. Ainda em 1965, uma segunda parte foi publicada na revista com o título “The Prophet of Dune”. E ambas foram combinadas para a publicação do livro em 1965.

O livro cobre praticamente todos os temas centrais e principais da ficção científica, de política a viagens espaciais cobrindo imensas distâncias, de religião a engenharia genética, de poderes psíquicos a seres alienígenas. Malcolm J. Edwards, em The Science Fiction Encyclopedia, escreveu que, possivelmente, Duna apresenta o ambiente alienígena já criado por um escritor de ficção científica. E ele deve estar correto.

A complexidade da trama e a profundidade e atenção com que cada um dos elementos da história foram tratados levou críticos a destacarem um ou outro aspecto como sendo o central do livro. Para uns, a religião é obviamente o centro de tudo, especialmente da forma como o enredo se desenvolve nos livros seguintes; para outros, parece claro que a principal preocupação de Frank Herbert foi com a questão ecológica, sem a qual também não haveria história.

Na verdade, o livro abre com uma dedicatória de Herbert: “Às pessoas cuja labuta ultrapassa as ideias e invade o domínio do ‘real’: aos ecólogos das terras áridas, onde quer que estejam, não importa a época, fica dedicada esta tentativa de profecia, com humildade e admiração”.

Para dizer o mínimo, trata-se de um livro indispensável para quem gosta de ficção científica

A História
A trama envolve o Imperador, a casa do duque Leto, a casa do barão Harkonnen, as Bene Gesserit e várias casas menores, além dosfremen, habitantes originais do planeta Arrakis, também conhecido como Duna. Todos esses elementos, mais as companhias encarregadas de mineração da especiaria conhecida como mélange, natural de Duna, e empresas encarregadas dos transportes pelo universo, entram numa complexo choque político e pelo poder que se estende a todo o universo conhecido.
A especiaria é capaz de provocar estados de espírito alterados, visões do futuro, visões de outros universos, além de ser fundamental por fornecer aos pilotos das frotas espaciais a capacidade de deslocarem as naves pelo espaço, atravessando o que, em alguns textos da ficção científica, ficou conhecido como hiperespaço, fazendo uma travessia imediata de um ponto a outro.

Duna é o centro de produção da mélange e, portanto, o centro dos interesses de todos, e é para lá que o duque Leto Atreides é enviado com seu filho Paul e sua esposa Jessica, para tomarem conta da produção, substituindo os Harkonnen.

Para aumentar e controlar essa produção é fundamental contar com o apoio dos fremen, moradores locais cujo estilo de vida lembra em muito o dos árabes do deserto, na Terra, inclusive em suas crenças religiosas. E será exatamente Paul, o jovem filho do duque, o responsável por uma alteração significativa nessa sociedade, com repercussão em todas as criaturas do universo.

Outros elementos
Uma das grandes invenções de Herbert para o livro são os vermes do deserto, seres gigantescos, alguns com milhas de comprimento, e igualmente pontos centrais no desenvolvimento da trama, tanto no aspecto ecológico quanto no religioso. Nesse último caso, surgem ainda referências claras à jihad dos muçulmanos, ainda mais explícitas nos livros seguintes, e ao surgimento de um profeta que irá liderar o povo fremen para uma nova época de existência.

A engenharia genética também é uma questão central, de imensa complexidade, às vezes com planos que se estendem por milhares de anos, outras com seres sendo literalmente construídos com propriedades específicas para servir aos seus senhores.

O tema ainda surgiria fortemente em outros livros do autor – como no caso da quadrilogia Destination: Void (1966), O Incidente Jesus (The Jesus Incident, 1979), O Efeito Lázaro (The Lazarus Effects, 1983) e O Fator de Ascensão (The Ascension Factor, 1988); ou ainda nos excelentes Os Olhos de Heisenberg (The Eyes of Heisenberg, 1966) e A Praga Branca (The White Plague, 1982).

O sistema político elaborado em Duna é, provavelmente, o mais complexo – e às vezes complicado mesmo – da ficção científica, e o elemento essencial para a elaboração dos planos dentro de planos que marcaram a obra – ou talvez fosse melhor dizer conspirações dentro de conspirações. Herbert conseguiu estruturar muito bem cada um dos grupos envolvidos, definindo muito bem o que são e o que pretendem, para assim compor um ambiente sufocante em que ninguém pode ser considerado plenamente confiável, uma vez que pode ser parte da estratégia de uma das partes.

A questão ecológica – hoje no centro das discussões e preocupações mundiais, e tornada comum por meio de centenas de programas dos canais de TV – não era tão falada nos anos 1960, quando as pessoas estavam mais preocupadas se o mundo iria ou não ser destruído pelo conflito entre as grandes potências.

Um dos méritos de Duna é mostrar que, no que diz respeito ao equilíbrio ecológico, quase nunca as coisas são como aparentam à primeira vista. O desértico planeta Duna – cuja única utilidade para os que o vêem como fonte de riqueza e poder é a produção da mélange – surge como um organismo muito mais complexo e delicado, com imensas possibilidades além das óbvias, o que abre inúmeras discussões, válidas ainda hoje.

Para não falar da relação possível entre os nativos de um planeta com os humanos (ou não humanos) que chegam a ele, outro ponto de especial interesse para a ficção científica e base para alguns clássicos imperdíveis.
>> VIMANA – por Gilberto Schoereder



“MARCHLANDS, UM CONTO SOBRENATURAL”: DOS EUA PARA A INGLATERRA

sexta-feira | 4 | fevereiro | 2011

Vocês já tentaram imaginar quem foram as pessoas que já viveram em suas casas em décadas passadas? Quem eles eram, com o que sonhavam, como eram seus estilos de vida, que tipo de relações tiveram e o que aconteceu com elas? Quando o roteirista David Schulner (Tell Me You Love Me) se mudou para sua nova casa, ele começou a imaginar quem eram as pessoas que já tinham vivido ali. Assim surgiu o esboço de um roteiro que mais tarde contou com a colaboração de Michael Cuesta (Dexter).

Disputado pela ABC, CBS e Fox, o projeto foi parar ‘nas mãos’ desta última, que chegou a encomendar a produção de um episódio piloto. A ideia era transformar “The Oaks” em uma série de TV, com previsão de estreia para a temporada de 2008-2009.

Mas, na época, passando por uma greve de roteiristas, a produção do episódio piloto não contou com a supervisão de Schulner e Cuesta. O resultado não agradou a diretoria da Fox, que pediu mudanças, chegando a sugerir que o drama fosse transformado em dramédia. Nem assim “The Oaks” ‘viu a luz do dia’, sendo engavetado.

Em 2008, o canal inglês ITV firmou parceria com a Fox, através do qual desenvolveriam novos projetos. Assim, “The Oaks” foi resgatada sendo transformada em minissérie de cinco episódios. Com base no roteiro original de Schulner e Cuesta, o roteirista inglês Stephen Greenhorn (Doctor Who) adaptou “The Oaks”, que agora estreia no dia 3 de fevereiro na Inglaterra com o título de “Marchlands”.

O elenco de “Marchlands” (Foto: ITV/Divulgação)

A minissérie apresenta a vida de três famílias que vivem na mesma casa, mas em períodos diferentes. A primeira família é formada pelo casal Paul (James Thomas King) e Ruth (Jodie Whittaker), que vive na casa na década de 1960. Eles passam pela terrível experiência de perder a única filha, Alice (Millie Archer), uma menina de oito anos que morreu afogada na piscina.

Na casa também vivem os pais de Paul, Robert (Denis Lawson) e Evelyn (Tessa Peake-Jones), que mantém um comportamento austero e opressivo em relação ao filho. Assombrada pelo fantasma da filha, Ruth tem dificuldades em aceitar a morte da menina, bem como o distanciamento do marido, que prefere não conversar sobre o assunto.

A segunda família é formada por quatro pessoas: os pais Eddie (Dean Andrews) e Helen (Alex Kingston) e os filhos Scott (Ethan Griffin/Daniel Casey), de 15 anos, e Amy (Sydney Wade), de oito anos, que vivem na casa na década de 1980. A vida da família parece tranquila, até que Amy começa a conversar com sua amiga imaginária, a quem ela culpa por todos os ‘incidentes’ que começam a acontecer na casa.

A terceira família é formada por Mark (Elliot Cowan) e Nisha (Shelley Conn) que vivem as expectativas do nascimento de sua primeira filha. Grávida de cinco meses, Nisha encontra a fotografia de Alice escondida na casa e começa a investigar a história da menina.

A narrativa paralela entre o passado e o presente faz com que as três famílias se tornem uma só para os olhos do público. Por sua vez, na história, elas estão unidas pelo fantasma da menina que em 1968 morreu sob circunstâncias misteriosas.

A minissérie é dirigida por James Kent (The Secret Diaries of Anne Lister). No elenco também estão Nick Sidi, James Rastall, Claire Murphy, Jennifer Hennessy, Martha Bryant, Sophie Stone, Elizabeth Rider, Ryan Prescott, Jonathan Linsley, Roger Ringrose, Sarah Ball, Katie Wimpenny, Morag Siller e Faith Edwards.
>> VEJA – por Fernanda Furquim


A FANTÁSTICA LITERATURA QUEER

quinta-feira | 3 | fevereiro | 2011
A Fantástica Literatura Queer

A Fantástica Literatura Queer

Querida pessoa certa na hora certa,

Esta chamada que você está preste a ler é uma proposta de parceria para um projeto como nunca houve igual na literatura brasileira. Trata-se da intersecção de duas tendências que têm em comum o fato de terem sido historicamente constituídas como marginais: o universo queer e a literatura fantástica.

A Fantástica Literatura Queer será a primeira coletânea de contos de ficção científica e fantasia brasileira dedicada à diversidade sexual, e esclarecemos que nosso objetivo não é meramente publicar um livro, mas criar um marco para a literatura de gênerosobre gêneros ao compor uma aliança de escritores fantásticos pela promoção da diversidade sexual na cultura brasileira, incluindo não somente a luta pela cidadania de gays, lésbicas e transgêneros, mas também a derrubada de tabus e preconceitos enferrujados dentro da nossa própria literatura.

Esta é uma proposta que diz especialmente respeito a nós, organizadores, e a você, convidado. Desejamos que A Fantástica Literatura Queer esteja bem representada por excelentes escritores gays e lésbicas assumidos, razão pela qual ficaremos muito honrados com a sua participação!

Vamos agora ao que interessa!Gay Humano, Alien e Robô

No começo havia uma subcultura tão “sub” que era chamada de gueto. E como ocorre a todo gueto, as pessoas que pertenciam a ele eram rotuladas, apontadas, diminuídas, ridicularizadas… Naturalmente, muitas tinham vergonha de assumir e ficavam de rosto vermelho e pernas bambas cada vez que suas preferências eram submetidas ao escrutínio alheio. Era um período obscuro de ignorância e incompreensão, o preconceito não dava tréguas, e não é de admirar que durante décadas tantos preferiram negar, disfarçar, omitir…

Algumas dessas pessoas descobriram à força a natureza mesquinha dos rótulos, que foram feitos para grudar e nunca mais, nunca mais nos deixar em paz. E quem não teme rótulos tão perigosamente grudentos? E quem não considerou, uma vez que seja, viver livre deles?

Mas os novos tempos encetaram uma reviravolta sem precedentes! E o resultado é que hoje eu, você e muitos de nós vencemos o medo do rótulo e temos orgulho de dizer que somos escritores brasileiros de ficção científica e fantasia!

E independentemente de sexo, cor, idade e outros dados tão meticulosamente registrados em nossas certidões de nascimento, carteiras de identidade, títulos de eleitor e perfis no facebook, todos nós já experimentamos a sensação de pertencer a uma minoria, e é exatamente desse sentimento que trata a proposta que você acaba de receber.

A coletânea “Queer” é uma proposta muito especial: será a primeira coletânea de contos brasileira dedicada à literatura fantástica queer, ou seja, relacionada ao universo de gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e transgêneros. E se você pensa que existe alguma bandeira ideológica por trás deste projeto, saiba que não poderia estar mais redondamente certo! A coletânea “Queer” estará comprometida com a afirmação, a visibilidade e a comemoração da diversidade sexual e literária!

Quem pode participar?

Uma vez que a palavra mágica é “diversidade”, o convite está aberto a todos os autores, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero, time do coração, fruta favorita ou praia que gosta de frequentar.

Como você pode participar?

Enviando um conto bem escrito que corresponda de forma interessante à proposta da coletânea e que esteja dentro das especificações do projeto.

Quais os critérios de participação?

As histórias deverão obrigatoriamente aludir à diversidade sexual. A presença de personagens gays e lésbicas é desejável, mas não é compulsória. Destacamos que mais importante que o retrato será o questionamento – em outras palavras, serão priorizados os textos que induzam a pensar sobre o tema.

Como exemplo, o autor poderá apresentar a intracultura de minorias sexuais em contextos alternativos e/ou explorar sua interface com outras culturas; poderá debater papéis de gênero, preconceito e discriminação; fazer referências e reinvenções históricas; construir e desconstruir paradigmas afetivo-sexuais, etc. O importante é que o conto responda de forma criativa à proposta.

Os contos deverão se enquadrar dentro da literatura fantástica em sua ampla definição: ficção científicafantasiaterror (e seus inúmeros subgêneros: ficção científica hard, ficção científica softspace opera, utopia/distopia,cyberpunk, steampunkweird fictionnew weird, pós-humanidade, slipstream, história alternativa, ficção alternativa/mashup, horror, terror, fantasia mitológica, fantasia medieval, fantasia urbana, dark fantasy, etc). Sem restrições quanto ao conteúdo erótico.

Os contos deverão ser inéditos para o meio impresso, e ter entre 5 e 20 páginas (com fonte 12 e espaçamento simples). Cada autor poderá enviar quantos contos quiser, porém apenas um poderá ser selecionado.

Os textos deverão ser enviados em arquivo .doc ou .docx para o e-mail: queerfiction@tarjaeditorial.com.br até o dia 31 de março de 2011.

Todos os contos serão avaliados e apenas serão aceitos aqueles que alcançarem os critérios de qualidade estabelecidos pelos (exigentes) organizadores.

Quantos contos serão escolhidos?

A composição da coletânea será norteada pela qualidade dos contos recebidos e os organizadores incluirão os textos de maior mérito. A estimativa é publicar cerca de 10 contos, mas reiteramos que o critério qualitativo terá prioridade.

TemplariosNada ficará no armário!

A coletânea “Queer” está comprometida com a transparência e a visibilidade, portanto não serão publicados contos sob pseudônimos desconhecidos! Os autores participantes deverão estar dispostos a “mostrar a cara”, o que inclui autorizar a publicação de sua foto na contracapa do livro.

Não serão aceitos:

Contos mal escritos, contos excepcionalmente fora das especificações de tamanho, contos anônimos ou sob pseudônimos desconhecidos, textos em qualquer outro formato que não seja conto, contos que não correspondam à proposta da coletânea “Queer” ou que apresentem conteúdo ofensivo e discriminatório de qualquer natureza.

Como será a publicação?

Os autores estarão isentos de despesas. Todos os custos da publicação (incluindo revisão, diagramação, arte de capa e impressão) serão arcados integralmente pela Tarja Editorial. A coletânea será publicada no formato 14cm X 21cm, com tiragem inicial de 300 exemplares.

Os direitos autorais serão divididos igualmente entre os autores publicados na coletânea “Queer” e cada um poderá escolher a forma na qual deseja receber o pagamento, que poderá ser em dinheiro ou em livros.

Previsão de Lançamento:

A organização tem por objetivo lançar a coletânea “Queer” em junho de 2011, ou seja, no mês do orgulho gay e em data próxima à Parada GLBT de São Paulo, no intuito de inserir o lançamento do livro na agenda de eventos da cidade.

Cordialmente,
Cris Lasaitis & Rober Pinheiro
(os organizadores)


“A BATALHA DO APOCALIPSE”, DE EDUARDO SPOHR

quinta-feira | 3 | fevereiro | 2011

Eu costumava dizer por aí que meu lamento sobre a literatura fantástica brasileira era que eu ainda não tinha encontrado um livro que me despertasse o mesmo sense of wonder que senti com grandes autores como Arthur Clarke, Ursula Le Guin, Marion Zimmer Bradley… Ou seja, ainda não tinha lido uma obra brasileira arrebatadora.

Posso dizer que essa queixa, sim, ficou no passado!  O livro A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr, é merecedor do ISO9001 de excelência literária, e mais: virou um incontestável best seller digno de calar a boca de quem desacreditou do potencial da fantasia brasileira!

Um pouco por preconceito, um tanto por pós-conceito, nunca achei clara a associação entre best seller e qualidade literária, até porque acredito que para se tornar best seller o autor, por mais hábil que seja, precisa fazer certas concessões para agradar a um público numeroso. Nesse pensamento, alguns clichês são previsíveis (quiçá inevitáveis?). Não vou dizer que A Batalha do Apocalipse é um livro isento de clichês, mas é com certeza umbest seller de uma qualidade literária surpreendente.

O livro conta a saga do anjo Ablon e seu séquito de anjos guerreiros, todos renegados, vivendo na terra entre os mortais e atravessando os milênios desde a expulsão do paraíso até os tempos do Juízo Final. A diferença fundamental entre anjos e homens é que os anjos não têm alma, nem paixões humanas: são movidos por objetivos maiores, têm uma personalidade estoica e uma inexplicável atração pelo combate. Nesse perfil, Ablon é o típico guerreiro solitário: lutador incansável, puro, movido por um ideal e até mesmo celibatário – exatamente como eram os heróis das novelas de cavalaria. Acontece que o arcanjo Miguel e Lúcifer, o príncipe que governa o inferno com mão de ferro, querem erradicar os anjos renegados, razão pela qual o exército de anjos caídos de Ablon está sendo caçado. Na sua jornada milenar pelo mundo, Ablon tem como sua única companheira a feiticeira Shamira, que conquistou a imortalidade com o domínio das artes da necromancia. Ablon e Shamira levam vidas solitárias, marcadas por encontros e desencontros através dos séculos e em grandes momentos da história humana. É fascinante a habilidade com que o autor desenha a trajetória dos protagonistas tomando confortavelmente como pano de fundo todo o planeta e a história da humanidade! A trama se passa em momentos e regiões tão diferentes quanto a Babilônia, a China, Roma, Alexandria, a Bretanha medieval, o Império Romano do Oriente, o Rio de Janeiro e a Jerusalém contemporânea – e mesmo as cidades bíblicas de Enoque e Sodoma – amarrando todos esses lugares e períodos dentro de uma única aventura, que se saiu muito variada e instigante.

É bastante interessante a forma com que foi tratada a coexistência dos universos: o mundo dos anjos que se liga ao dos mortais pelo “tecido da realidade”, que por sua vez pode se relacionar a outras teogonias, como os contos de fadas celtas e a mitologia chinesa.

Há um cuidado especial com as ambientações históricas, geográficas, técnicas e até mesmo bíblicas! É muito bom ler um livro tão rico e que passe as informações corretas, nota-se um profundo respeito para com a história e, principalmente, para com o leitor! Dentro da proposta do épico, o livro é praticamente perfeito. É uma história ambiciosa, variada, e constituída por uma pesquisa riquíssima. O texto é bem redigido e tem o ritmo certo. Apesar de ser um livro longo, não enrola o leitor. O universo tem consistência interna, é coerente e verossímil. E é bonito! Repleto de cenas grandiosas, é cinematográfico!

Eu comentei que o livro não é isento de clichês. Como no épico, tudo é idealizado: os personagens, as lutas, as situações. Em algumas circunstâncias, a idealização torna certos detalhes da trama bastante previsíveis, o que não prejudica a beleza e a força do resultado final.

Por uma questão de gosto pessoal, eu sou uma leitora que cochila em cenas de ação e de luta – curto mais a viagem, os questionamentos – então os últimos trechos, que contam a Batalha do Apocalipse propriamente dita, me pareceram um pouco cansativos. Em contrapartida, pude me deleitar em maravilhosas viagens com Ablon, Shamira e Flor do Leste (uma personagem de carisma irresistível) através da antiguidade.

Provavelmente a razão (e o merecimento) de tamanho sucesso d’A Batalha do Apocalipse é esta: é uma saga variada, com potencial de agradar a gregos e troianos e encantar todo mundo!
>> ANATOMIA DA VERTIGEM – por Cristina Lasaitis


SPACE OPERA – ODISSEIAS FANTÁSTICAS ALÉM DA FRONTEIRA FINAL

quinta-feira | 3 | fevereiro | 2011

SPACE OPERA é um subgênero da Ficção Científica que destaca aventuras espaciais e planetárias, utilizando-se muitas vezes de cenários exóticos e personagens heróicos, em histórias regadas com muito drama, ação e conflitos pessoais.

Sucesso na literatura, na TV e no cinema, quem nunca sonhou em embarcar na nave estelar Enterprise e participar das aventuras do Capitão Kirk e do Sr. Spock?  Lutar junto ao jovem jedi Luke Skywalker contra um temido Império Galáctico? Ser pupilo do lendário Mestre Yoda? Ou travar uma luta mortal de sabres de luz contra o implacável Darth Vader? Ou quem sabe ainda participar das batalhas estelares da Battlestar Galactica e destruir os terríveis robôs cylons que desejam exterminar a humanidade?

A antologia Space Opera: Odisseias Fantásticas além da Fronteira Finalrevive os sonhos interestelares dos leitores apaixonados pelo gênero de ficção científica com contos repletos de ação, aventura, intrigas políticas e reviravoltas…

VEJA O BOOK TRAILER COM A CAPA DO LIVRO:

Mas as páginas deste livro apresentarão muito mais do que os temas já vistos anteriormente. Os contos surpreenderão com suas tecnologias inovadoras, com seu “jeitinho brasileiro”, personagens peculiares e adaptações shakespeareanas.
Junte-se aos tripulantes desta nave e embarque nas aventuras que estes grandes nomes da literatura fantástica nacional trazem até você.

Com a presença de Gerson Lodi-RibeiroClinton DavissonMaria Helena BandeiraJorge Luiz CalifeLetícia VelásquezMarcelo Jacinto Ribeiro,Flávio Medeiros Jr.Larissa CarusoHugo Vera, a antologia  trará nove histórias onde os autores instigam os leitores a sentimentos de curiosidade a cada nova tecnologia apresentada, ansiedade a cada aventura vivida e tensão a cada momento de perigo e reviravolta, além de, é claro, a diversão que a Space Opera oferece.

Conflitos políticos, batalhas espaciais, alienígenas, romance, espionagem, tecnologias do futuro, aventuras shakespearianas e um toque de jeitinho brasileiro. Prepare-se! A nave Space Opera já irá partir…
>> ARENA FANTÁSTICA – por Hugo Vera


QUADRINHOS RUSSOS

terça-feira | 1 | fevereiro | 2011

“Ei, como são os quadrinhos na Rússia?”

“Bem… eles não eram… mas estão começando a ser.”

Eu sempre gostei de histórias em quadrinhos, sabe? Meu pai me deu as primeiras revistinhas antes mesmo de eu aprender a ler e elas estão entre minhas memórias mais antigas. Tipo, os quadrinhos são pra mim o que a música é na vida de muita gente.

E daí conheci essa mocinha russa, a Anna Voronkova, lá no congresso Viñetas Serias em Buenos Aires, ano passado. Fiquei impressionado com a ideia de um lugar em que as HQs simplesmente não existiam. Não havia cultura de leitura, as páginas de quadrinhos simplesmente não faziam sentido pro povo. E ela contou sobre esse lugar: a Rússia.

(Sei que falando assim parece que eu acredito que em todos os lugares do mundo existem histórias em quadrinhos e sei que isso está bem longe da verdade. Ouvir as histórias de Anna fez eu me dar conta de que algo que é tão bacana e tão cheio de significado pra mim simplesmente não faz parte da vida da maioria das pessoas. E é muito estranho se dar conta de algo assim).

A Rússia tem uma fortíssima tradição gráfica: tem excelentes cartazistas, designers e ilustradores. Muita coisa boa que serve de referência visual vem de lá. As histórias em quadrinhos até poderiam ter se tornado um gênero gráfico a ser trabalhado pelos russos, se não estivessem vinculadas com a cultura de consumo norte-americana. Os russos viam nos quadrinhos uma representação do capitalismo, pelo seu aspecto de produto da indústria cultural e pelas ideias do “american way” divulgadas pelos personagens das tiras e revistas da primeira metade do século XX.

Existiram manifestações prévias de arte sequencial no material gráfico russo, algumas surpreendentemente antigas. Lubok é o nome dado a um tipo de gravura produzida que se caracterizava pela utilização de imagens, textos e pequenas narrativas. Abaixo você pode ver um lubok chamado Os ratos enterrando o gato(The Mice are Burying the Cat), feita no século XVIII. Essa gravura era uma sátira do funeral do czar Pedro, o Grande, feita por seus oponentes políticos. Olhe e pense em uma página de quadrinhos…

Houve ao longo do século XX algumas poucas publicações na Rússia que empregavam a linguagem dos quadrinhos, no sentido de utilizar imagens em sequencias narrativas acompanhadas ou não de texto. Essas publicações tinham cunho educativo ou de propaganda política. Mas, essencialmente, não existiam os quadrinhos do modo como nós os conhecemos aqui no ocidente, com todas as suas variações de gênero (infantil, super-herói, terror, underground, etc).

Portanto, as histórias em quadrinhos simplesmente não faziam sentido pro povo Russo.

Veio a queda do comunismo e a world wide web e, de repente, o pessoal começou a ter acesso ao material de quadrinhos produzido pelo mundo.

Num primeiro momento, alguém com espírito empreendedor imaginou que lançar álbuns em quadrinhos na Rússia ia ser um excelente negócio, visto o sucesso que tinham as publicações nos países europeus como França e Inglaterra. Nosso inspirado empreendedor optou pela adaptação de clássicos da literatura para os quadrinhos e lançou uma versão de Anna Karenina de Tolstoi.

O resultado foi um fracasso absoluto.

Os russos não compreendiam a linguagem dos quadrinhos, não sabiam o sentido de leitura, não tinham a bagagem para poder fruir a publicação. Mais ainda, acharam ofensivo que um tesouro da literatura russa tivesse seu texto recortado, deturpado (a história é atualizada para os dias de hoje) e acompanhado por ilustrações completamente dispensáveis.


Entretanto, a tradição de ilustração na Russia é muito forte. Basta dar uma olhada no Deviantart pra encontrar uma série de excelentes (e jovens) ilustradores russos. Além de oferecer um canal pra mostrar sua cara para o mundo, a internet também mostrou pra esses artistas o que estava sendo feito fora de seu país. E eles inevitavelmente toparam com os quadrinhos.

Daí, alguns começaram a fazer suas próprias histórias, simplesmente pelo prazer de criar HQs. Como não existe um mercado na Rússia pra esse trabalho, o pessoal organizou festivais de quadrinhos que acontecem em Moscou e em São Petersburgo. E os aficcionados fazem suas histórias em quadrinhos e imprimem pequenas tiragens e vão para esses festivais trocar ideias e gibis com outros aficcionados. E se isso não for uma produção de quadrinho alternativo, não sei o que é…

Para saber mais, visite os sites dos festivais:

Lá você pode conferir vídeos, fotografias e amostras de páginas. E tem muita coisa boa lá. Ah, se você souber ler russo, ajuda. Eu não sei nadinha de russo, e fico imaginando a vontade desse pessoal em entender a linguagem e o funcionamento de uma coisa que eles nunca tinham visto e que simplesmente não fazia parte da vida deles antes. E ainda começar a produzir seu próprio material. Isso me faz pensar que quadrinhos realmente podem ser apaixonantes, independente da formação cultural.

Anna Voronkova conta sua experiência com os quadrinhos. Estudante de idiomas, ela queria aprender a falar finlandês e percebeu que muita gente andava com aquelas revistinhas cheias de desenhinhos embaixo do braço. Curiosa, ela quis saber mais. A moça não fazia ideia de como se lia uma página de HQ. Não sabia se ia para direita ou para baixo, não sabia a ordem de leitura dos balões dentro de um quadrinho. Mas aprendeu a ler quadrinhos e com eles aprendeu a ler finlandês. Aliás, ela diz que aprendeu finlandês lendo Maus. (Uau!)

Esse post foi escrito com base nas anotações que fiz durante a apresentação da Anna no festival Viñetas Sérias. Quero agradecer a ela pela troca de ideias e suporte.

Fecho com algumas capas e páginas do material apresentado nos festivais de Moscou e Leningrado que ela me enviou.
>> LIBER LAND – por Lber





“SUPERMAN”: HENRY CAVILL ESCOLHIDO PARA INTERPRETAR O HERÓI

terça-feira | 1 | fevereiro | 2011

Filme dirigido por Zack Snyder tem estreia marcada
para dezembro de 2012

Henry CavillNem Joe Manganiello, nem Jon Hamm. A Warner Bros. Pictures e a Legendary Pictures anunciaram que o novo ator que vai interpretar Superman é Henry Cavill.

O filme será dirigido por Zack Snyder, que fez uma declaração oficial: “No panteão dos super-heróis, Superman é o mais reconhecido e reverenciado personagem de todos os tempos, e estou muito honrado de fazer parte do seu retorno ao cinema. Eu também me junto à Warner Bros., Legendary e os produtores em anunciar o quão empolgado estou em escalar Henry. Ele é a escolha perfeita para vestir a capa e o S no peito.

[Atualização] O ator britânico nascido em 1983 participou de Tristão e IsoldaStardust – O Mistério da Estrela, mas pode ser mais facilmente lembrado por seu papel na série The Tudors. Recentemente ele acabou de filmar The Cold Light of Day e estrelará também Immortals, que estreia no fim do ano.

Essa não é a primeira vez que Cavill tenta vestir o manto de um super-herói. Ele já havia feito testes para o papel do Batman em Batman Begins, que acabou com Christian Bale; perdeu para Daniel Craig a chance de ser o novo James Bond por ser muito novo; e era um dos principais candidatos a Superman na época em que McG comandava a produção, mas foi substituído por Brandon Routh quando Bryan Singer entrou no projeto. [Fim da atualização]

O roteiro do novo Superman, também chamado de Man of Steel, está sendo escrito por David S. Goyer baseado em uma história criada por Goyer e Christopher NolanThomas Tull Lloyd Phillips são os produtores executivos. Charles RovenEmma Thomas, Christopher Nolan eDeborah Snyder são os produtores do filme.

Pelo suposto cronograma que vazou no início do mês, as filmagens começam em 22 de agosto.

O recomeço de Superman no cinema estreia em dezembro de 2012.
>> OMELETE – por Marcelo Forlani