“SPACE OPERA”: FICÇÃO CIENTÍFICA E AVENTURA FANTÁSTICA

quinta-feira | 9 | setembro | 2010

Não é apenas uma sci-fi ou muito menos uma novela, mas uma soap opera, algo como uma ficção científica romântica, de aventura e de grandes personagens, como os já conhecidos Perry Rhodan, Flash Gordon e Adam Strange. Esta é a linha do gibi independente “Space Opera” (Editora Júpiter II, PB, 28 pgs., R$ 5), de Leonardo Santana.

No primeiro número da revista que pretende ser trimestral, há duas HQs: “Sonhos 2.0” (escrita por Santana, ilustrada por Will e publicada anteriormente na revista “Front” 19) e a inédita “Andrômeda – A queda”, com texto de Santana e boa arte de Ricardo Anderson e Téo Pinheiro.

Segundo o editorial, serão sempre duas aventuras: uma inédita e uma republicação, para apresentar o material a um novo público. E, se quisermos saber um pouco mais sobre Andrômedra, a deliciosa comandante que misteriosamente cai com sua nave espacial em um planeta desconhecido, teremos que aguardar o próximo capítulo da novela espacial.
>> GIBIZADA – por Télio Navega


“MECANISMOS PRECÁRIOS”: LANÇAMENTO DO LIVRO DO CURSO “PRÁTICA DE CRIAÇÃO LITERÁRIA”

quinta-feira | 9 | setembro | 2010


TERRY PRATCHETT E OS PEQUENOS HOMENS LIVRES

sábado | 4 | setembro | 2010


Conrad Editora acaba de lançar nas livrarias Os Pequenos Homens Livres, (The Wee Free Men, no original) de Terry Pratchett. Apesar de também ser ambientado no universo Discworld, criado por Pratchett, este é o segundo livro da série que é direcionado a leitores mais jovens, portanto, não tendo relação direta com a coleção já lançada pela editora. O primeiro foi O Fabuloso Mauricio e seus Roedores Letrados, lançado em 2004. 

Com apenas uma frigideira e seu bom senso, Tiffany Dolorida, jovem futura bruxa de 9 anos, é tudo o que há entre os monstros do Reino das Fadas e o Giz, sua terra natal. Forçada a seguir rumo ao Reino das Fadas para recuperar seu irmão sequestrado, a senhora do Reino das Fadas pretende dominar o mundo ao eliminar a barreira que separa realidade e sonhos. Com isso, monstros e vilões dos pesadelos e histórias da carochinha irão invadir o Disco e apenas Tiffany poderá impedi-la.

O único problema é que, apesar de toda sua coragem e determinação, Tiffany ainda não sabe usar seus poderes, que certamente serão necessários para salvar o mundo. Ela se alia aos Nac Mac Feegle, também conhecidos como Pequenos Homens Livres, um clã de pequenos seres azuis que adoram beber e se meter em uma boa briga. Juntos terão de enfrentar muitos perigos e desafios até o encontro com a Rainha. A grande questão é: será que Tiffany conseguirá desenvolver seus poderes inatos até o confronto final com a Rainha?

Os Pequenos Homens Livres tem 264 páginas, formato 16 x 23 cm e custa R$ 32,00.

Terry Pratchett nasceu em 1948 e começou a trabalhar como jornalista em 1965. Depois de fazer todo tipo de trabalho possível no jornalismo provinciano, tornou-se assessor de imprensa de uma companhia de energia nuclear. Hoje, o autor vive em Wiltshire com sua esposa, Lyn, e sua filha, Rhianna. Ele afirma que escrever é a coisa mais divertida que alguém pode fazer sozinho. Entre os autores vivos, Terry Pratchett é o campeão absoluto de vendas na Inglaterra, permanecendo há quase uma década na lista dos dez livros mais vendidos publicada pelo Sunday Times.

A Conrad Editora surgiu em 1998, com publicações para o mercado de games. Em 1999, lançou os mangás Dragon Ball eCavaleiros do Zodíaco, os primeiros no país a serem publicados no estilo de leitura japonês. De lá para cá, aumentou seu catálogo com mangás como EvangelionOne Piece e Vagabond, além de material de grandes autores como Robert CrumbOsamu Tezuka,Joe SaccoMilo ManaraGuido Crepax e Terry Pratchett, entre outros, bem como de autores nacionais.

Em 2006, lançou o primeiro volume de uma luxuosa coleção da série Sandman, encerrada em 2008. Em 2009, depois de passar por algumas dificuldades, a editora foi adquirida pelo Grupo IBEP-Nacional, retomando seu ritmo de lançamentos.
>> HQ MANIACS – por Carlos Costa


“PETER PAN”: CANAL SYFY PREPARA MINISSÉRIE “NEVERLAND”

sábado | 4 | setembro | 2010

O canal SyFy americano inicia na próxima semana a produção da minissérie “Neverland”, com base no clássico “Peter Pan”, de J. M. Barrie. A história, dividida em quatro episódios, apresenta um prelúdio ao livro.

Escrita e dirigida por Nick Willing, a minissérie será filmada em locações em Gênova, na Itália, e em Dublin, na Irlanda. No elenco estão Rhys Ifans, como Jimmy Hook; Anna Friel, de “Pushing Daisies”, como a Capitã Elizabeth Bonny; Raoul Trujillo, como Holy Man; Charlie Rowe como Peter Pan; e Bob Hoskins, que já interpretou o auxiliar Smee no filme de Steven Spielberg, retorna ao personagem nessa minissérie. Por curiosidade, Rowe já interpretou o jovem Robin Hood, em um episódio da série inglesa, produzido em 2009.

À la “Oliver”, a história apresenta o órfão Peter (Rowe) e seus amigos vivendo nas ruas de Londres, sobrevivendo como batedores de carteiras. Jimmy Hook (Ifans), protetor dos meninos, convence o grupo a sair em busca de um tesouro mágico capaz de transportá-los a um outro mundo. Ao chegarem à Terra do Nunca, eles descobrem que ela é habitada por pessoas que vieram de várias épocas e lugares, incluindo piratas do século 18, comandados pela louca Elizabeth Bonny (Friel), que buscam há anos o segredo da eterna juventude. Este é protegido pelos nativos, chefiados por Holy Man (Trujillo). Assim, Hook, Peter e os demais, decidem ajudar os nativos a livrarem-se dos piratas.

Este é o quarto clássico transformado em minissérie pelo canal SyFy nos últimos anos. Os primeiros foram “O Mágico de Oz”, “Alice no País das Maravilhas” e “O Fantasma” (dos quadrinhos). A produção é da Parallel Films em parceria com a MNG Films, o canal SyFy e a Sky Movies HD, com distribuição da RHI Entertainment. A previsão de exibição nos EUA é para 2011.

A história de Peter Pan surgiu de uma peça de teatro escrita por James M. Barrie e encenada pela primeira vez em 1904, sob o título de “Peter Pan or The Boy Who Wouldn’t Grow Up”.

Em 1911, o autor publicou a novelização da peça, sob o título de “Peter and Wendy”. Mais tarde, ele escreveria um epílogo, que às vezes é incluído em adaptações do livro ou montagens da peça. Nele, Peter reencontra Wendy, anos depois.

A história original surgiu da relação de amizade entre Barrie e a família Llewelyn Davis, retratada no filme “Em Busca da Terra do Nunca”, com Johnny Depp (trailer abaixo).
>> VEJA – por Fernanda Furquim


ASTROS DE “STAR TREK” E “BATTLESTAR GALACTICA” SE ENCONTRARÃO NA SÉRIE “THE BIG BANG THEORY”

sábado | 4 | setembro | 2010

katee-sackhoff-starbuck-in-as-battlestar-galactica

O ator George Takei, que interpretou o Sr. Sulu na inesquecível série “Jornada nas Estrelas”, e a atriz Katee Sackhoff, a Starbuck de “Battlestar Galactica”, participarão de um episódio de “The Big Bang Theory”.

No episódio, Howard (Simon Helberg) está pensando em voltar a namorar Bernadette (Melissa Rauch). Diante dessa dúvida, sua consciência será representada por duas personalidades. Uma delas será interpretada por Katee Sackhoff, que já participou da série, e o outro lado de sua consciência será representado por Takei, que não concorda em nada com as opiniões de Sackhoff.

Enquanto cada um tenta defender seu lado para Howard, os dois vão discutir como ficaram marcados pelos seus personagens nas clássicas séries de ficção científica.

Imaginem o Sr. Sulu discutindo com Starbuck? Momento histórico nessa excelente série. O episódio será exibido no dia 14 de outubro nos EUA.
>> PIPOCA MODERNA – por Caio Arroyo


PRODUTOR DE “BATTLESTAR GALACTICA” VAI CRIAR SÉRIE DE MAGIA

quinta-feira | 2 | setembro | 2010

Projeto é descrito como um Harry Potter para adultos

Ronald D. Moore, produtor de séries de TV da franquia Jornada nas Estrelas e da mais recente encarnação de Battlestar Galactica, vai criar um “Harry Potter para adultos” para a NBC.

É assim, segundo o Deadline, que os envolvidos descrevem o projeto de Moore em parceria com a Sony TV, drama ambientado em um mundo regido não pela ciência, mas pela magia.

Por enquanto não há mais informações. O blog diz que a série, ainda sem nome, é um dos projetos mais ambiciosos da nova temporada de episódios-pilotos, com a NBC bancando US$ 2 milhões para a produção do piloto, entre outros custos contratuais
>> OMELETE – por Marcelo Hessel


“O HOMEM DO FUTURO”: CLÁUDIO TORRES, DIRETOR DO SUCESSO “A MULHER INVISÍVEL”, PREPARA NOVA COMÉDIA

quinta-feira | 2 | setembro | 2010


O diretor Cláudio Torres ao lado de Wagner Moura no set de O Homem do Futuro”

Quem correr os olhos na filmografia do carioca Cláudio Torres, pelos títulos de seus últimos trabalhos, achará que um de seus gêneros favoritos é a ficção científica. E não estará errado. Basta checar “A Mulher Invisível” e agora “O Homem do Futuro”, que ele filma nos estúdios da cidade de Paulínia (SP). Mas o cineasta gosta de combinar esse gênero com outro, a comédia romântica.

“Filmes nascem de premissas. E a premissa que me veio à cabeça foi: o que diria para eu mesmo se pudesse me encontrar 20 anos mais jovem? Que consequências isso traria na vida que eu tive?”, conta Torres em entrevista ao UOL Cinema, explicando a origem de seu novo trabalho. A partir daí, ele escreveu o roteiro de “O Homem do Futuro”, que deve chegar aos cinemas no segundo semestre de 2011, e tem Wagner Moura (“Tropa de Elite”), no papel-título.

O personagem foi escrito para o ator e, segundo o diretor, Moura deverá surpreender a todos que estão acostumados a vê-lo em trabalhos mais dramáticos. “Na comédia, ele se dá tão bem quanto no drama, porque ele sempre busca o humano. Wagner é um ator realmente maravilhoso, extraordinário, eu diria. Um astro que não é estrela – é gente. E isso imprime na tela”.

Além de Moura, o elenco também conta com Maria Luiza Mendonça e Alinne Moraes, no papel da amada do protagonista. “O filme é a história de um homem que volta para o passado e vê a chance de mudar a sua vida. Ele era gago e sem graça, e a menina que amava era a mais bonita da escola. Agora, ela é modelo, ele, professor de faculdade. Quando ele muda coisas no passado, altera o presente e atrapalha tudo”, antecipa a produtora do filme, Tatiana Quintella.

Para o diretor, fazer comédia é a possibilidade de levar o público a pensar. “Acho comédia um gênero subestimado pela critica e pela academia, porém adorado pelo publico. É assim no mundo inteiro. Adoro trabalhar rindo, adoro ver a plateia rir e adoro rir da vida. Você ri porque pensa. Então vou pensando o mundo na forma de comédia”. Mas ele também não descarta a possibilidade de trabalhar com outros gêneros. “Gostaria de fazer uma ficção científica a sério ou uma aventura. Dos dramas eu tenho medo. Admiro a coragem do José Padilha e do Fernando Meirelles, estes caras não têm medo do abismo e fazem filmes sensacionais que mudam o país. Eu fujo dos temas mais pesados. Ou, pelo menos, tento abordá-los de uma maneira mais bem humorada”.

Apesar do grande sucesso de “A Mulher Invisível” no ano passado, com 2,3 milhões de ingressos e a segunda maior bilheteria nacional de 2009, o diretor confessa que ainda não tem a verba completa para finalizar “O Homem do Futuro”. “Estamos procurando empresas que queiram associar a sua marca a um filme divertido. Ele vai fazer bilheteria”, promete.

Trabalhando no quarto longa de sua carreira (além de ter dirigido o episódio “Diabólica” dentro da obra coletiva “Traição), o diretor confessa que aprendeu seu ofício na prática. “Uma coleção de erros e acertos fazem com que você lide com as adversidades sem lutar contra elas”, acredita. Uma das lições que tirou foi que “o publico gosta de entender cedo se é para rir, chorar ou se apavorar. Uma vez estabelecido isso, ele está livre para desfrutar e eventualmente ser até surpreendido”.

Torres também confessa que não tem planos de trabalhar no exterior, mesmo com a possibilidade de um remake americano de “A Mulher Invisível”. “A Warner comprou os direitos para a versão americana . Não sei se vão chegar a fazê-lo. Não gostaria de filmar como diretor lá fora. Quero filmar no Brasil, na minha língua, com meus amigos, perto dos meus filhos e da minha família”. Tanto que nem se anima a arriscar um palpite para o elenco da possível refilmagem. “Não consigo pensar em ninguém. Teriam que ser pessoas com tanto talento como o Selton [Mello] ou com a mesma aura da Luana [Piovani], o que, convenhamos, não é muito fácil de se encontrar por aí”.
>> UOL, do Cineweb – por Alysson Oliveira


“SANDMAN”: WARNER QUER SERIADO DA HISTÓRIA DE NEIL GAIMAN

quinta-feira | 2 | setembro | 2010

Segundo o Hollywood Reporter, a Warner Bros. está planejando um seriado televisivo baseado no Sandman de Neil Gaiman.

O programa ainda está apenas no estágio das ideias, sem nenhum nome oficialmente envolvido. Contudo, a Warner já iniciou conversações com diversos produtores que poderiam comandar a adaptação. O principal candidato é Eric Kripke, criador de Supernatural.

É bom lembrar que por muitos anos Sandman tem sido alvo de tentativas de adaptações para o cinema ou a TV, a maioria delas com envolvimento do próprio Gaiman, que chegou até a cogitar dirigir um filme. Do mesmo modo, a Morte, a irmã do Sonho (ouSandman, se preferir), também tem um filme prometido há tempos, com envolvimento mais direto de Gaiman.

A série Sandman durou 75 edições, publicadas nos EUA entre 1988 e 1996, além de alguns especiais. Seu criador, Neil Gaiman, inseriu na trama elementos mitológicos, literários, do gênero dos super-heróis, dos antigos quadrinhos de terror e muito mais. A história narra a trajetória de Morpheus, uma entidade que é a personificação do conceito do Sonho. Ele possui seis irmãos, que personificam outros conceitos: Morte, DestinoDesejoDelírioDesespero Destruição.

No Brasil, Sandman já foi publicado pela Editora GloboMetal Pesado (e seus derivados), BrainstoreConradPixel Media e atualmente é lançado pela pela Panini Comics
>> HQ MANIACS – por Leonardo Vicente Di Sessa


ÚLTIMO LIVRO DE GÜNTER GRASS CONTA A HISTÓRIA DOS IRMÃOS GRIMM E DA ALEMANHA

quinta-feira | 2 | setembro | 2010

Os irmãos Grimm estão no centro do último livro do Prêmio Nobel de Literatura, Günter Grass, que a partir deles conta a história da Alemanha desde o século XIX e algumas passagens de sua própria biografia.

“Grimms Wörter” foi definido por Grass como “uma declaração de amor ao idioma alemão” e é, além disso, uma homenagem a Jakob e Wilhelm Grimm, conhecidos no mundo todo por seus contos populares e por serem autores de um dos dicionários mais completos da língua alemã.

Em seu livro, Grass joga com o formato do dicionário e nomeia os capítulos por ordem alfabética.

O primeiro começa com o protesto de um grupo de professores, os chamados “Göttingen Seven”, entre os quais estavam os Grimm, contra o rei Ernst-August, de Hanôver, que em 1837 alterou a constituição a qual os professores haviam jurado fidelidade.

Os sete acadêmicos foram expulsos da universidade e três deles, entre eles Jacob Grimm, foram expatriados.

Jacob buscou asilo no principado vizinho de Hesse – até 1871 a Alemanha esteve dividida em vários estados com regimes autoritários – para onde, pouco tempo depois, seguiu seu irmão Wilhelm.

Posteriormente, ambos se transferiram para Berlim, onde morreram sem terminar o dicionário, que daria trabalho a gerações de profissionais que tiveram que enfrentar o surgimento de novas palavras e a mudança de conotação de outras, muitas vezes por razões políticas.

Em Hesse, onde nasceram e cresceram, os Grimm foram mais tolerados do que bem recebidos e não ganharam cargo algum que lhes permitisse sobreviver, por isso durante um tempo viveram, como os outros cinco professores de Göttingen, das doações recolhidas por simpatizantes políticos, entre os quais se destacava a escritora Betinna von Arnim.

Foi ela quem organizou a mudança para Berlim e conseguiu que os dois irmãos recebessem um salário anual do estado prussiano para continuar suas pesquisas.

Grass aproveita o livro para assinalar como, após a expulsão, os outros professores da universidade evitaram gestos de solidariedade, e estabelece uma comparação com os tempos do nacional-socialismo, quando, da mesma forma, muitos acadêmicos preferiram se calar.

Os Grimm eram reticentes à atividade política direta, mas seu protesto contra o rei e seu trabalho linguístico e literário os punha no centro de uma corrente que buscava conseguir a unificação da Alemanha, com base na língua e na tradição cultural.

A essa corrente pertenciam também, entre outros, Georg Gervinus, outro dos Göttingen Seven e importante escritor da literatura alemã, e Hoffmann von Fallersleben, personagem secundário no livro de Grass e autor do poema que em 1922 se transformaria no hino da Alemanha.

O hino “Deutschland, Deutschland über alles” (Alemanha, Alemanha sobretudo) terceira estrofe da canção “Deutschlandlied”, de Hoffmann von Fallersleben pedia prioridade para os interesses comuns da Alemanha sobre os principados.

A Alemanha de antes de 1871 só podia ser definida culturalmente, e a elaboração do dicionário, que começou em 1837, era parte dessa definição. O dicionário, diz Grass em um momento do livro, avançava lentamente e, da mesma forma que a construção de um país comum, era um projeto que ameaçava ficar inacabado.

Em resumo, o objetivo do livro era, segundo disse o próprio Grass, colocar os irmãos Grimm em seu contexto político, e isso é algo que o autor pode considerar que conseguiu.
>> YAHOO/EFE – por Rodrigo Zuleta.


“LIGA EXTRAORDINÁRIA”: ÁLBUM MARCA RETORNO TÍMIDO DE ALAN MOORE

quinta-feira | 2 | setembro | 2010

A Liga Extraordinária - Século 1910 - Crédito: editora Devir
É impreciso resenhar uma obra em quadrinhos apenas pelo primeiro volume. Mas é o que se tem à mão, até porque os dois próximos estão programados para 2011. Feita a ressalva, o que se pode registrar são apenas impressões sobre a terceira sequência de “A Liga Extraordinária”, álbum vendido desde o mês passado (Devir, 96 págs.).

Nesta primeira parte, o que se lê é uma narrativa tímida se comparada às edições anteriores. O grupo tem de enfrentar uma ameaça à Inglaterra no ano de 1910. A publicação chama mais atenção pelo nome que a série criou e pelo fato de ser escrita por Alan Moore – há também repetição do desenhista, Kevin O´Neill.

Os roteiros do escritor inglês costumam ser acima da média. Ter o nome dele em alguma obra é um apelo a mais ao leitor. Mas não é o caso deste álbum. A trama repete a fórmula base dos volumes anteriores, já publicados pela Devir. Os personagens centrais da liga são figuras conhecidas da literatura inglesa.

A cabeça da equipe continua sendo Mina Murray, extraída do “Drácula”, de Bram Stocker. Ao lado dela, um rejuvenescido Allan Quatermain, de “As Minas do Rei Salomão”. Outros nomes integram a trupe: a filha do Capitão Nemo, Thomas Carnacki, Arthur James Raffles e um enigmático, embora carismático, Orlando, pinçado da obra de Virginia Woolf.

Este número inicial procura apresentar os novos personagens, retomar características dos antigos e construir a tal ameaça à Inglaterra. Mas ainda não é possível dizer a que veio este terceiro capítulo da série. Uma avaliação mais justa e precisa terá de aguardar os volumes dois e três, no ano que vem.

Ao contrário do que ocorreu com as duas primeiras partes, produzidas como minisséries e lançadas em volumes únicos, esta sequência chegará ao leitor parte por parte. A Devir fez duas versões da obra, uma em capa dura e mais cara (R$ 46), outra em capa mole e mais em conta (R$ 35). A escolha fica por conta do leitor. O conteúdo é o mesmo.
>> BLOG DOS QUADRINHOS – por Paulo Ramos


“CLASSICS ILLUSTRATED” ESTÁ DE VOLTA AO BRASIL!

quinta-feira | 2 | setembro | 2010


Em 1990, a editora norte-americana First Comics, conhecida por apresentar ao ocidente o mangá Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima, além de outros materiais autorais como American Flagg!, de Howard Chaykin; Badger, de Mike Baron; Grimjack, de Timothy Truman; e John Sable Freelance, de Mike Grell; iniciou também a publicação da série Classics Illustrated, uma coleção que adaptou grandes obras da literatura mundial, adaptadas por alguns dos melhores artistas do mundo.

Kyle Baker, Bill Sienkiewicz, Gahan Wilson, Rick Geary, P. Craig Russell, Jill Thompson, Steven Grant, Dan Spiegle, Tom Mandrake, Michael Ploog, Charles Dixon, Joe Staton, Pat Boyette, e muitos outros, foram reunidos em 27 álbuns publicados nos Estados Unidos. Alguns anos depois, a série chegou a ser lançada no Brasil, no entanto, somente uma parte desta coleção ganhou sua versão brasileira.

Agora a HQM Editora, casa de sucessos editoriais como Os Mortos-Vivos e Estranhos no Paraíso, traz de volta ao Brasil a série que conquistou crianças, jovens e adultos do mundo todo, agora de forma completa, incluindo ainda três volumes inéditos, nunca antes publicados em nenhuma parte do mundo. Abrindo a coleção com chave de ouro, a série traz em seu primeiro volume Alice Através do Espelho, obra de Lewis Carroll, adaptada pelo premiado Kyle Baker.

Nesta obra-prima da fantasia, a jovem Alice atravessa o espelho para entrar em uma de suas mais estranhas e singelas aventuras já contadas. Ao mesmo tempo cômica e ameaçadora, a jornada de Alice Através do Espelho a introduz para as Rainhas Branca e Vermelha, Tweedledum e Tweedledee, Humpty Dumpty e uma leva de outros divertidos personagens, cada um mais agradável que o outro. Lewis Carroll cria uma terra magnífica, onde as possibilidades são limitadas apenas pela imaginação. As encantadoras ilustrações pintadas por Kyle Baker são o retrato definitivo da viagem de Alice a este colorido mundo dos sonhos.

Classics Illustrated – Volume 1: Alice Através do Espelho terá seu lançamento no próximo sábado, dia 21 de agosto, na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no estande da Comix Book Shop. Contamos com a sua presença!

Classics Illustrated – Volume 1: Alice Através do Espelho
De Lewis Carroll
Adaptado por Kyle Baker
Formato 21 x 28 cm
52 páginas coloridas
Capa-dura
R$ 39,90


ERA HERÓICA DA MARVEL

quinta-feira | 2 | setembro | 2010

HERÓIS DE VERDADE
Entenda o processo que levou a Marvel a abandonar tramas depressivas e realistas, para devolver aos seus personagens o que eles tem de heróicos

O Universo Marvel está prestes a sofrer uma nova mudança com a aurora daEra Heróica, uma época de esperança na qual os heróis voltarão a brilhar e os malfeitores deverão se esconder perante tal brilho. Aliás, este será um momento de alívio após anos de pesadelo. Este é o plot da principal reformulação da Marvel em anos.

Caso você não saiba, há quase seis anos super-heróis como o Homem-Aranha, Homem de Ferro, Luke Cage, Wolverine e outros vivem o mais terrível momento já vivenciado nas páginas da editora dentro de seus 70 anos de publicações. Uma corriqueira briga entre super-heróis e vilões resultou na morte de vários civis – inclusive dezenas de crianças – e trouxe à baila uma discussão política e social que culminaria no extermínio de vários heróis e o retorno à uma época de “caça às bruxas”, na qual eles seriam procurados e condenados como criminosos.

» Marvel fará antologia para apresentar Era Heróica

A “Lei de Registro” foi uma lei que obrigava todo super-herói a revelar sua identidade e a se registrar junto ao governo estadosunidense para que pudesse continuar atuando no combate ao crime.

Desnecessário dizer que muitos foram contra a famigerada lei encabeçada por Tony Stark, o Homem de Ferro. Aqueles que se colocaram contra a medida foram liderados na guerrilha por Steve Rogers, o Capitão América, e os dois grupos lançaram-se em uma contenda de graves conseqüências. O resultado do conflito? A morte do maior herói da editora. Aos moldes da DC Comics, que em 1992 viu tombar seu maior herói, o Superman, quinze anos depois a Marvel viu o Capitão América, seu ideal de heroísmo e justiça, cair ante as forças do mal.

Apesar do duro golpe muitos heróis permaneceram na clandestinidade e passaram a ser caçados pelos Thunderbolts, uma equipe governamental formada por detentos super-poderosos e liderada por um dos maiores vilões do Universo Marvel, o empresário Norman Osborn, também conhecido como o Duende Verde.

Manipulador por natureza Osborn não tardou em ganhar prestígio devido à sua liderança frente aos Thunderbolts e posteriormente, quando a Terra foi invadida pela raça de alienígenas metamorfos, Skrulls, foi ele quem se apresentou como o salvador da raça humana.

Tendo atuado como um dos pivôs da vitória sobre os Skrulls, Osborn não teve problemas em firmar-se no cenário político como um homem de grande influência e poder, tanto a ponto de conseguir organizar sua própria equipe de Vingadores, os Vingadores Sombrios, um grupo composto pelos mesmos vilões com os quais Osborn trabalhou nos Thunderbolts, mas desta vez disfarçados como os super-heróis já aceitos pelo público.

Apesar de todos estes acontecimentos tudo até então serviu somente como preâmbulo para o verdadeiro terror dentro da Marvel. Com todo o poder que agregou ao longo dos acontecimentos anteriores Osborn deu início ao que é conhecido como Reinado Sombrio, um cenário no qual um dos homens mais maquiavélicos e malignos do mundo e com poderes quase ilimitados se lançará em uma cruzada pessoal de vingança contra todos aqueles que algum dia lhe fizeram mal, ou seja, vários heróis. É neste momento que encontramos a cronologia da Marvel no Brasil, o qual está sendo publicado na nova revista mensal da editora Panini, Vingadores Sombrios.

Mas, como todo grande império o reinado de Osborn chegará ao fim, e após isso virá uma Era Heróica; o amanhecer após uma noite de grande tristeza e desesperança que por vários anos cobriu o Universo Marvel, um cenário no qual o mal finalmente foi vencido e aqueles que desejam lutar contra ele poderão viver sem o medo da perseguição e da morte.

Desde que os Vingadores foram criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1963 o grupo recebeu a alcunha de “Os maiores Heróis da Terra”, mas ao longo dos últimos 25 anos pouquíssimas vezes houve justiça à este título. Suas histórias eram fracas, superficiais e a equipe contava com personagens de baixo escalão. Esta situação começou a mudar em 2005 quando o escritor Brian Michael Bendis deu início à uma reformulação na equipe e de lá para cá os Vingadores se tornaram os principais heróis da Marvel.

É inegável que muitos heróis provaram seu valor durante este terrível período, o que contribuiu para reafirmar os Vingadores como os “Maiores Heróis da Terra”. Além disso, observando as vendas é possível perceber que a editora se manteve como líder do mercado durante os últimos anos.

No entanto, apesar do sucesso em recriar alguns heróis e sua principal equipe e ainda, do satisfatório número de vendas o mesmo não se deu no que tange à criatividade, pois nesta época a Marvel mais se assemelhou a um cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Apesar da qualidade dos roteiros de Brian Bendis e outros roteiristas nota-se que poucas inovações houveram nos últimos 5 anos. As histórias de qualquer personagem giravam em torno do grande evento que estivesse ocorrendo no momento e qualquer história que fosse escrita estava direta ou indiretamente ligada ao que estivesse ocorrendo ao fundo. Tudo girava em torno de um ponto focal e se enrolava cada vez mais, mas nunca saia do lugar.

Conseguir amarrar toda esta trama com as revistas mensais é, sem dúvida, um trabalho minucioso e de difícil realização e o fato de ter sido feito só faz revelar a qualidade dos roteiristas da Marvel. Porém, revela também a incompetência em realizar boas histórias simples. Afinal, contar boas histórias completas em poucas páginas – arte na qual Stan Lee realizava com maestria – parece demandar muito mais competência do que coordenar um blockbuster como Guerra Civil, Invasão Secreta ou Reinado Sombrio.

A partir de agora termina o show pirotécnico da Marvel e que estava focando toda a atenção dos leitores, a qual se voltará neste momento para os personagens em si e suas próprias histórias, de modo que obrigatoriamente boas aventuras precisarão ser contadas a fim de que os leitores não os abandonem.

A Era Heróica apresenta-se, portanto, como uma época de esperança não somente para os heróis, mas também para os leitores que poderão ver surgirem histórias que não mais estejam ligadas a uma grande trama e que privilegiem as características de personagens que valeram-se somente delas para cativar os leitores durante décadas. Aliás, as mesmas que foram tão deterioradas e deturpadas ao longo dos anos que à editora só restava recorrer à pouco original opção de criar um grande acontecimento para reformular todos eles.

Como leitor devo concordar que o “reinado sombrio” da falta de criatividade terminou e uma “era criativa” desponta no horizonte. Espero não me decepcionar.

Se quiser conhecer mais detalhes sobre os planos da Marvel para a Era Heróica visite o SOC! TUM! POW!

>> O GRITO! – por Gustavo Vícola